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Brasília

PM que atirou em jovem foi indiciado por homicídio em Samambaia

A hipótese do simulacro e a tese de legítima defesa por parte dos militares foi totalmente afastada pelas provas produzidas na investigação.

Redação Jornal de Brasília

25/07/2022 21h49

Foto: Reprodução

Por Tereza Neuberger
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O Policial Militar que atirou contra o jovem Gustavo Henrique Soares Gomes (foto em destaque), de 17 anos, no dia 28 de janeiro, em Samambaia, foi indiciado por homicídio pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte). Gustavo estava na garupa de uma moto quando foi baleado em um bloqueio policial.

Durante um bloqueio montado pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na quadra 609 de Samambaia, duas motos não obedeceram a ordem de parada, segundo os militares. Em um dos veículos estavam Gustavo na garupa e o amigo dele, Gustavo Matheus Santana da Silva, de 18 anos, na direção. Os dois foram alvo de tiros dos PMs, que alegaram que o garupa da moto teria empunhado um simulacro de arma de fogo.

A hipótese do simulacro bem como a tese de legítima defesa por parte dos militares foi totalmente afastada pelas provas produzidas na investigação. “Há elementos robustos que demonstram que nenhum dos dois integrantes da moto fizeram qualquer movimento de sacar suposto simulacro”, afirma a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Após complexa investigação, que contou com 16 depoimentos, dentre testemunhas e envolvidos, bem como a produção de laudos periciais, coleta de prova de caráter técnico-cibernético, os investigadores chegaram à conclusão de que não houve ameaça por parte dos jovens que justificasse a reação dos policiais militares.

Gustavo levou um tiro no peito enquanto estava na garupa da moto do piloto que não tinha habilitação e por esse motivo não obedeceu a ordem de parada dos militares. De acordo com familiares e amigos, o jovem morreu por despreparo do integrante da PM. Segundo a irmã de Gustavo, de 27 anos, o adolescente era um menino bom, estudava e tinha emprego.

O inquérito policial será concluído e encaminhado ao Poder Judiciário, conforme informações da PCDF.

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