Menu
Brasília

Plano Piloto concentra altos índices de roubo e violência

Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram aumento no número de casos de roubo a transeunte e a comércios na região do Plano Piloto

Marcos Nailton

31/05/2023 12h29

Foto: Agência Brasília

A insegurança vem tomando conta do Plano Piloto. Moradores, comerciantes e quem costuma passar pela região diariamente, estão preocupados com os frequentes casos de roubos e violência. Nas entrequadras da Asa Sul e Asa Norte, a tranquilidade e o sossego vem perdendo espaço para a criminalidade. Na Rodoviária do Plano Piloto, nem o policiamento diário e câmeras de segurança inibem a ação dos criminosos.

Neste domingo (28), as câmeras de monitoramento do terminal de Brasília flagraram uma dupla roubando a mochila e o celular de uma pessoa. O caso ocorreu logo pela manhã, por volta das 7h30, a dupla aproximou-se da vítima que estava sentada na alça oeste da rodoviária. Para despistar a polícia, um dos envolvidos no assalto chega a trocar de roupa para não ser reconhecido. A Polícia Militar conseguiu prender um dos homens que estava com o celular roubado. O outro criminoso, que ficou com a mochila, não foi localizado.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), de janeiro a abril de 2023, o número de roubo a transeunte em Brasília aumentou 14,25% em relação ao mesmo período no ano passado. Foram 553 ocorrências registradas nos quatro primeiros meses do ano, contra 484 casos em 2022.

O número de roubo em comércio, que também é caracterizado como crime contra o patrimônio, também cresceu no Plano Piloto. De janeiro a abril deste ano, já foram registrados 27 casos, um aumento de 107,6% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 13 ocorrências.

O Plano Piloto é a região do Distrito Federal que concentra um alto poder aquisitivo e grande circulação de pessoas, um verdadeiro atrativo para os bandidos cometerem esses delitos. Na sexta-feira passada (26), ocorreu uma tentativa de assalto na quadra 709, na Asa Norte. Um homem, de 25 anos, ameaçou moradores com uma faca para tentar roubar um veículo. Quando passava pela quadra, um policial à paisana que estava de folga conseguiu conter o suspeito, o militar soube da situação por meio do contato dos vizinhos por uma rede social com a PM.

O bandido ainda chegou a partir para cima do policial com sua arma branca, até que uma viatura da PM chegou ao local para prestar apoio. Após cerca de 10 minutos de conversa, o homem foi rendido e encaminhado a delegacia.

Já na última segunda-feira (22), por volta das 16h, uma mulher foi assaltada na Asa Sul. Enquanto realizava o trajeto de casa para o trabalho, a vítima foi rendida por um homem que portava uma arma de fogo.

Ele ameaça a moradora da Asa Norte e toma a bolsa dela. Minutos depois, imagens do circuito interno de segurança de um prédio na 210 Sul flagraram o criminoso revirando a bolsa da vítima e levando pertences, entre eles, cartões de crédito, dinheiro e o telefone celular. Em seguida, ele larga a bolsa ali mesmo, embaixo de um banco, e foge do local. O porteiro do prédio viu a situação e acionou a polícia.

Câmeras são verdadeiras aliadas

Para o especialista em Segurança Pública, Leonardo Sant’Anna, hoje o maior problema que as polícias militar e civil enfrentam contra os crimes patrimoniais, como por exemplo o roubo de pedestres, se deve por causa da classificação do sistema de Justiça Criminal vigente no país, já que, muitas vezes os criminosos são presos e soltos logo em seguida.

“Temos aqueles diversos casos de pessoas que são presas 4, 5, 6 vezes e todos esses comportamentos que devem ser penalizados, acontece que as pessoas são soltas e consequentemente já tem em seu imaginário que podem continuar cometendo. E a partir daí a polícia ostensiva parece ser um pouco efetiva e parece não realizar o seu trabalho”, ressaltou.

Sant’Anna afirma que hoje em dia, mesmo em situações onde não há um volume muito grande de crimes, as pessoas estão buscando cada vez mais alternativas que possam diminuir a situação de medo e garantir a proteção do bem patrimonial, como por exemplo na instalação de câmeras de segurança, que auxilia no reconhecimento de criminosos. “As pessoas buscam também coletar provas, para que possam garantir até um ressarcimento ou realmente mostrar aquelas evidências referente a algum delito que tenha acontecido”, destaca.

O especialista conta que apenas a adesão de equipamentos de segurança por parte das pessoas não resolve o problema de roubos e furtos, mas auxiliaria muitos dos problemas de criminalidade no DF.

“As câmeras desde que devidamente edificadas, colocadas em pontos estratégicos e desde que se utilize uma câmera que possa gravar em horários noturnos que não seja afetada pela baixa luminosidade, auxilia bastante a ajuda às forças de segurança a atuar com um pouco mais de tranquilidade. Pode ser feita uma parceria com a comunidade, utilizando as câmeras da própria população”, ressalta.

Policiamento ininterrupto

Em nota ao Jornal de Brasília, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), disse que realiza policiamento que ocorre de forma ininterrupta, ou seja, 24h por dia, e destaca que grande parte desses criminosos são presos, mas a reincidência da prática de crimes da mesma naturalidade é alta.

Além disso, nos casos de crime contra o patrimônio, a corporação ressalta a importância do registro do boletim de ocorrência. “Pontuamos que é necessário, ao menos, que a PMDF seja acionada e que o registro de ocorrência seja feito, visto que a mancha criminal é feita com base nesses acionamentos”, disse a nota.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado