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Brasília

Perfil dos autores de feminicídio em 2023: 23 tinham antecedentes criminais

Dados da PCDF revela que 19 agressores não cumpriam medida protetiva

Redação Jornal de Brasília

21/09/2023 17h18

Brasília, São Sebastião/ DF Ato contra o feminicídio no Distrito Federal na cidade satélite de São Sebastião (DF). Somente no primeiro semestre deste ano (janeiro a junho), foram assassinadas 18 mulheres no DF. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

CAROLINA FREITAS
Jornal de Brasília

O Distrito Federal registrou em 2023 alta nos casos de feminicídio, ao todo são 26 ocorrências registradas, dentre essas 25 estão confirmadas e uma segue em análise. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil do DF, a maioria dos autores do crime tem entre 30 e 39 anos (9). Em seguida encontram-se os criminosos de 18 a 29 anos (7), de 40 a 49 anos (6) e de 50 anos ou mais (3).

Dentre o perfil dos assassinos, 23 tinham antecedentes criminais, e apenas dois não tinham passagem pela polícia. Os dados da PCDF revelam ainda que 19 dos autores não estavam cumprindo medida protetiva, e dois descumpriram a ordem da justiça de não se aproximar da vítima no dia do crime. O número de medidas protetivas solicitadas ao judiciário, de janeiro a agosto deste ano, foram 9.599, enquanto que 1.198 ocorrências foram registradas de descumprimento da medida.

Ao Jornal de Brasília a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, comentou sobre a importância das medidas protetivas e de outras ações importantes para o combate ao feminicídio. “As medidas protetivas desempenham um papel essencial na batalha contra a violência de gênero, muitas vezes representando a linha tênue entre a vida e a morte para mulheres que enfrentam perigos em seus próprios lares. Em paralelo, a Casa Abrigo constitui um refúgio seguro e confidencial, onde mulheres vítimas de violência podem buscar proteção. O local, além do acolhimento, também oferece apoio psicológico, orientação jurídica e assistência para ajudá-las a reconstruir suas vidas”.

Dentre os 26 casos de feminicídio registrados no DF, Ceilândia lidera de forma negativa o ranking com cinco casos. Em seguida encontram-se as regiões administrativas (RAs) do Gama (2), Planaltina (2), Samambaia (2), São Sebastião (2), Taguatinga (2), Recanto das Emas (2), Santa Maria (1), Park Way (1), Sobradinho II (1), Pôr do Sol (1), Arniqueiras (1), Riacho Fundo (1), Riacho Fundo II (1), Estrutural (1) e Vicente Pires (1).

Segundo informações da SSP/DF, 21 autores de feminicídio em 2023 estão presos, três estão mortos, um cometeu suicídio e um caso ainda está em investigação. Uma análise sobre o tipo de arma usada no crime revela uma certa frieza do agressor: 14 deles utilizaram arma branca para cometer o feminicídio e cinco armas de fogo. Além disso, cinco mulheres foram mortas asfixiadas, uma por agressão física e uma com fogo.

De acordo com as investigações da polícia, o principal motivo dos crimes em 2023 foi ciúme (13 casos). Dentre os outros estão: homem que não aceitava o término do relacionamento (9), ódio contra a mulher (2) e dois não tiveram a causa revelada. A maioria dos feminicídios ocorreram no interior da residência (18). Os outros em ruas praças e estacionamentos (7) e em bares, casas de festas ou comércio de bebidas e outros (1).

Das vítimas de feminicídio deste ano, 50% não registraram ocorrência contra o autor, e 80,8% sofreram violência anterior ao feminicídio. Além disso, 21 eram mães, e cinco não tinham filhos. Dentre a faixa etária das vítimas, nove tinham entre 18 e 29 anos, oito entre 30 e 39 anos, outras oito entre 40 e 49 anos e uma tinha 50 anos ou mais.

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