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Brasília

PCDF indicia homem que matou mãe e filha em córrego no Sol Nascente

Além de concluir as investigações PCDF também prendeu nesta terça-feira um amigo do acusado, que estaria ameaçando as testemunhas

Redação Jornal de Brasília

15/03/2022 17h38

Foto: Reprodução / PCDF

Tereza Neuberger
[email protected]

Três meses após o crime, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu as investigações acerca da morte de Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, grávida de 4 meses, e da filha dela, Tauane Rebeca da Silva, de 14 anos, em um córrego , no Sol Nascente. O principal suspeito de cometer o crime, Jeferson Barbosa, foi indiciado pela polícia que também prendeu nesta terça-feira (15), um amigo de Jeferson que estaria ameaçando testemunhas.

O piauiense Jeferson dos Santos, de 25 anos, foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e impossibilidade de defesa das vítimas, aborto e ocultação de cadáver. O suspeito estava em prisão preventiva desde o início de fevereiro, após ser encontrado no estado da Bahia. Já o amigo, um homem de 40 anos, acusado de ameaçar testemunhas que colaboraram para a investigação, vai responder pelo crime de coação no curso do processo.

Vídeo momento em que suspeito de ameaçar testemunhas foi preso

De acordo com a 19ª Delegacia de Polícia, responsável por investigar o caso, um dos fatores cruciais para o indiciamento de Jeferson por duplo homicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver foi a divergência nos depoimentos do suspeito, o que levou a polícia a apontar os depoimentos como mentirosos. O delegado Thiago Peralva a frente das investigações identificou que o autor teria mentido nos três interrogatórios.

“Os interrogatórios do investigado foram culminantes para termos certeza que Jeferson foi o autor dos crimes perpetrados contra as vítimas. Jeferson prestou três interrogatórios e em todos eles, ele mentiu”, afirma o delegado.

Jeferson alegou no primeiro depoimento, que teria ido até o córrego para fumar maconha e no local encontrou um amigo chamado Kaio. O autor afirma que teria ido embora, mas Kaio teria permanecido no local, pois planejava roubar um celular. Jefferson acrescentou ainda em seu depoimento que Kaio estaria armado com uma faca.

Foto: Divulgação / PCDF

As investigações levantaram que Kaio não era amigo de Jeferson, mas sim teria adquirido uma motocicleta do autor no final do ano passado. Porém Kaio teria adquirido uma dívida de R$400 com Jeferson e por esse motivo acabou apontado como suspeito do crime.
Já no segundo depoimento, Jeferson confirmou à PCDF em interrogatório que havia mentido na primeira declaração a respeito de Kaio, mas continuou sustentando que jamais teria visto as vítimas.

Foi só no terceiro depoimento que o suspeito revelou ter visto as vítimas no córrego. Ele contou que viu mãe e filha na companhia de um homem que portava uma arma de fogo caseira e uma faca. De acordo com o delegado Jeferson afirmou que também foi rendido pelo homem e teria sido obrigado a caminhar no interior do matagal junto com Shirlene e Tauane.

O autor era conhecido por se vangloriar por assédios a mulheres nas imediações do córrego, no dia em que as vítimas desapareceram estava nublado. Portanto somente o autor teria sido visto por testemunhas na região. Após cometer o crime, o autor fugiu para a casa de parentes em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde foi preso no dia 8 de fevereiro.

Durante as investigações a PCDF descobriu a ligação do acusado com o assassino em série que aterrorizou o Distrito Federal e Goiás em junho do ano passado, Lázaro Barbosa. De acordo com o delegado responsável pelo caso, nos primeiros interrogatórios Jeferson apresentou uma personalidade muito alterada e instável, ao responder as perguntas de forma fria, depois ficando agressivo e debochado.

Relembre o Caso

Mãe e filha foram dadas como desaparecidas no dia 9 de dezembro do ano passado, na região do córrego das Corujas, no Sol Nascente. Inicialmente a principal suspeita era de afogamento, após intensas buscas com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, tanto no córrego quanto na região de mata ao redor, os corpos foram encontrados no dia 20 de dezembro, com marcas de facadas.

Os corpos foram encontrados em uma região de mata, a cerca de 200 metros de distância da cachoeira, o que levou a polícia a descartar a hipótese de afogamento e uma hipótese de fuga que havia sido levantada, após informações de que Shirlene havia manifestado uma vontade de ir embora para o Maranhão.

Shirlene, grávida de 4 meses, deixou o marido e o filho caçula do casal, de 12 anos, ele também teria sido a última pessoa a ver a mãe e a irmã com vida. O jovem informou que as duas saíram para um passeio no córrego a pedido da irmã, o pai estava trabalhando fora e quando chegou percebeu que as duas estavam demorando, foi então que acionou as autoridades.

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