Menu
Brasília

Operação da PCDF desmonta quadrilha que fazia falsos sequestros

Ao todo, sete membros de uma organização criminosa que extorquia vítimas no golpe do falso sequestro foram presos

Redação Jornal de Brasília

21/03/2022 17h22

Foto: Reprodução

Gabriel de Sousa
[email protected]

A primeira fase da Operação Fraus, realizada desde o segundo semestre de 2021, foi finalizada com sucesso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Nesta tarde, foi capturado em Ceilândia o último foragido dos sete criminosos acusados de praticar extorsões e causar terror psicológico por meio do “golpe do falso sequestro”. Junto ao meliante, uma motocicleta também foi apreendida.

Graças a um inquérito e medidas cautelares cedidas pelo Judiciário, foi possível identificar um grupo de motoboys que fazia as coletas de dinheiro e outros objetos de valor em endereços das vítimas, que eram em sua maioria pessoas idosas. Após terem os mandados de prisão decretados, cinco indivíduos foram presos na quarta-feira passada, e um foi capturado na sexta-feira (18).

A investigação começou em outubro de 2021, quando foi constatado que os golpistas ficavam efetuando ligações para a casa de vítimas espalhadas pelo Distrito Federal, alegando que algum familiar havia sido sequestrado, e exigindo altas quantias como resgate. Segundo a Polícia Civil, ogrupo realizava os contatos pelas madrugadas para tentar aumentar o pânico nos ouvintes.

Além dos sete criminosos, quatro motocicletas que os autores utilizavam na prática dos crimes foram apreendidos. As motos eram utilizadas pela quadrilha na locomoção até as residências das vítimas, para a coleta de dinheiro e pertences quando elas não sabiam fazer a transferência de dinheiro pelos aplicativos bancários.

Segundo o delegado Maurício Lacozzilli, da 1º Delegacia de Polícia Civil da Asa Sul, que comandou a operação policial, a ida dos bandidos até as casas causavam ainda mais pavor nas vítimas, que temiam que seus endereços fossem descobertos. “Isso materializava as ameaças, ao contrário do golpe antigo que ficava só com telefone e internet”, afirma;

Em áudios, bandidos pediam até 380 mil de vítimas

Em um dos áudios disponibilizados pelo delegado Lacozzilli para o Jornal de Brasília, um dos criminosos pedia uma quantia de 380 mil reais de um senhor não identificado. Para amedrontá-lo, o criminoso dizia em um tom agressivo que havia sequestrado a filha da vítima.

“Ontem ela [a suposta filha] me dispôs tudo, doutor, as suas ‘opção’ do que o senhor pode e do que o senhor não pode. A sua opção foi dinheiro civil, não é isso? E tira o seu celular do seu viva-voz agora, tira ele do viva-voz. Já tá tudo rastreado e já tá tudo grampeado no nosso computador, qualquer coisa que você fizer, você vai jogar tudo a perder a vida da tua filha”, dizia o golpista.

Em outra gravação, uma voz feminina, simulando ser a filha de uma senhora não identificada, dizia que um criminoso havia invadido a sua residência. “Tem homem armado, mãe. Eles estão aqui ainda. […] Eu estou no carro do ladrão, eles estão com a arma na minha cabeça. […] A senhora não pode contar para ninguém, a senhora promete que não irá contar para ninguém?”, dizia a suposta sequestrada, simulando uma voz assustada.

Os áudios foram essenciais para a prisão da quadrilha. Em menos de uma semana, cinco criminosos foram presos na Ceilândia – incluindo o último foragido encontrado ontem na cidade -, um foi capturado em Sobradinho e outro no Sol Nascente/Pôr do Sol

O delegado que coordena o caso informou para a nossa equipe de reportagem que, apesar do sucesso das sete prisões, a Operação Fraus ainda não está finalizada. Segundo ele, o próximo passo é, por meio das investigações com outras polícias estaduais, encontrar outros criminosos que podem estar atuando fora do Distrito Federal: “A primeira fase foi encerrada. A operação irá continuar para identificar os demais integrantes que residem fora do DF”.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado