Geovanna Bispo
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Depois de quase um ano do primeiro lockdown e 295.615 casos de Covid-19 e 4.831 óbitos desde então, o Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decretou nesta sexta-feira (26) um novo fechamento total do comércio. Dentre as lojas que deverão fechar, está o café de Glauciene Lamounier, que teve redução de 70% das vendas durante o primeiro lockdown e vê a medida como uma luta perdida. “Ser comerciante é difícil, mas ser comerciante nessa situação é muita força de vontade. Lutamos para manter os empregos dos nossos funcionários e não jogar 5 anos de loja fora.”
Junto a Glauciene, Daniela Righetto, que é dona de uma loja de acessórios, está preocupada com o rumo que o decreto poderá tomar. “Se o lockdown se prolongar por muito tempo, a gente fica sem condições de manter os funcionários e acaba tendo que dispensar”.
Ambas ainda consideram que, se o governo local tivesse conscientizado a população e controlado melhor as aglomerações, o decreto poderia ser evitado. “Os governantes precisam ter um equilíbrio entre controlar a pandemia e manter o comércio funcionando. As pessoas precisam comer e viver.” Afirma Daniela.
Ainda assim, Jucélia Picussa, que é dona de um restaurante, se mostra esperançosa com a duração do novo fechamento. Segundo ela, seu restaurante funcionará com delivery apenas no domingo (28) e então fechará por 15 dias para esperar quais serão as próximas medidas. “Hoje nós temos uma vacina sendo aplicada. Nós sabemos que é temporário, e isso nos traz mais segurança, mais força.”
Crescimento
Ao contrário do esperado, Márcio Magalhães, que é dono de uma vidraçaria e que não precisará fechar, acredita que não apenas seu negócio não será afetado, como irá crescer. “Desde o lockdown passado, o ramo de material de construção não foi afetado. Muito pelo contrário, o meu índice de vendas aumentou cerca de 30% e minha expectativa é que seja igual ou até melhor.”
Desemprego
Segundo o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), Sebastião Abritta, o novo fechamento do comércio vai aumentar o desemprego no Distrito Federal e isso tem deixado os comerciantes muito preocupados com as restrições. “A situação é dramática e tende a piorar com as novas medidas”.
De acordo com dados do sindicato, o primeiro lockdown provocou a falência de 750 empresas locais e a demissão de 3.873 pessoas.
Casos e leitos
Com atualmente 7.784 casos de coronavírus ativos e 4.831 óbitos , o DF já tem 98,8% dos leitos públicos ocupados e 86,2% dos particulares, segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.