Desde março deste ano, a região de Planaltina tem recebido um novo tipo de fumacê contra o mosquito da dengue. O novo equipamento é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem capacidade de lançamento do inseticida bem mais alto e com maior alcance do que o carro usual.
Quem se deparou com a nova máquina foi o vigilante Adalmar de Oliveira, de 49 anos, que terminava de fechar o portão para ir trabalhar quando viu a nuvem de fumaça. “Bem que eu vi que tinha algo diferente com esse fumacê. É bem melhor, joga a fumaça com mais força e mais alto também, e olha que aqui está precisando mesmo”, disse o morador. “Esse tipo de ação passa mais confiança para a população. Com essa máquina nova, então, nem se fala”, elogiou.
Em condições adversas, com vento forte ou soprando ao contrário, tem alcance comprovado de no mínimo 50 metros, o que representa o dobro do comum, segundo especialistas.
“O que estamos fazendo aqui são avaliações entre as metodologias no combate ao mosquito da dengue”, explica o diretor da Vigilância Ambiental em Saúde (Dival), Jadir Costa Filho. “Estamos sempre buscando novas tecnologias e estratégias para combater o inimigo de forma mais apropriada”, reforça.
A escolha de Planaltina para o teste é estratégica, já que foi detectado, desde o ano passado, um aumento de número de casos na região administrativa. Essa foi a segunda aspersão feita na cidade com o novo equipamento. A primeira foi realizada em março deste ano. A próxima está programada para acontecer no período de seca.
De acordo com Jadir Filho, o fumacê utiliza um larvicida biológico inofensivo aos humanos, mas com potencial de eliminar as larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. “É um produto recomendado pelo Ministério da Saúde e que atua na larva”, explica o especialista. “A gente não quer que o mosquito se torne adulto”, afirma.
Além do novo fumacê, o combate à dengue em Planaltina está sendo feito também com o trabalho de bomba costal e atuação dos agentes de casa em casa. A população também tem que fazer sua parte.
“O mosquito está se desenvolvendo. Atualmente a transmissão do vírus ocorre ao longo de todo ano, não tem mais aquela sazonalidade de acontecer só na seca”, observa o servidor da Dival. “É sempre bom reforçar para a população fazer o trabalho de prevenção em suas residências, porque o mosquito circula onde menos se espera”, alerta.
Moradora da rua Módulo I do bairro Estância Mestre D’Armas I, onde o trator do fumacê circulou, a dona de casa Carla Vieira Nunes, 34 anos, diz que sempre cuida do quintal de casa. “A gente já teve dois casos de dengue na família e o vizinho do lado está contaminado”, conta. “Não deixo água empoçar aqui em casa de jeito nenhum, não pode dar sopa ao azar”, diz.
As informações são da Agência Brasília