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Brasília

Motoristas de APP: custos tiveram alta de até 25%

“Para conseguir algum lucro, estou tendo que ficar o dobro do tempo online nos aplicativos”, diz

Redação Jornal de Brasília

23/02/2021 5h27

Mayra Dias
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Hugo Marques Vale, de 23 anos, é um dos vários motoristas que, após os reajustes, cogitou buscar outra fonte de renda. O rapaz, que trabalha há cerca de 2 anos e meio com um plataforma, conta que seu rendimento mensal caiu pela metade.

Para conseguir algum lucro, estou tendo que ficar o dobro do tempo online nos aplicativos”, diz.

Além do exposto, Hugo observa que, com as mudanças, não está mais compensando permanecer na atividade. “Não está valendo a pena, já pensei diversas vezes em deixar a plataforma e ir atrás de outra coisa. O que eu consigo no fim do mês, com relação ao tempo que fico trabalhando, é muito pouco”, finaliza o motorista.

Insatisfeitos com o posicionamento das entidades, os profissionais da classe reivindicam soluções. “O aumento nos nossos custos foi de 20% a 25%.

Estamos lidando com isso mobilizando a categoria. Somente com união conseguiremos ter força. A única alternativa que estamos tendo é o aumento da carga horária”, reclama Marcelo Chaves, presidente do Sindicato dos Motoristas de Aplicativos no DF (Sindmaap).

O presidente salienta ainda que o sindicato já recorreu à esfera jurídica para lidar com a situação. “O sindicato busca soluções tanto na área jurídica quanto na política, lutando por leis que beneficiem a categoria e tragam melhorias e condições dignas de trabalho”, alega.

Diante da necessidade, aqueles que não optaram por abandonar as plataformas e buscar outra fonte de renda, estão recorrendo às alternativas possíveis para minimizar, ao máximo, suas perdas. “As alternativas que alguns encontram é, ao irem para o entorno, abastecer com Etanol, que é mais barato. No entanto, ele evapora mais rápido, e acaba não sendo tão vantajoso assim”, lamenta Scooby.

Saiba Mais

Suéd Sílvio, presidente do Sindicato dos Taxistas no DF, confessa que, para eles, que há tempos vem tentando recuperar seus clientes, o choque do combustível foi grande. “Se ficamos em casa, não ganhamos, e, se saímos, gastamos o que se tem. Esse reajuste vai em desencontro com a via que estávamos tentando ofertar, que é oferecer um táxi mais barato. Nosso passageiro é cada vez menos”, queixou-se.

O presidente, portanto, confessa já ter ido atrás de alternativas de negociação para tentar reverter a situação. “Eu estive com o Paco Britto hoje para conversar a respeito da construção de postos de combustíveis subsidiados para a categoria”, desenvolve.

Suéd relembra que, no passado, postos desse tipo já existiram, porém, por antiga má gestão do sindicato, acabaram-se por meio de ações judiciais que os leiloaram. “O Paco informou que isso depende de uma autorização da Terracap, e o GDF já está trabalhando nisso. O ponto de apoio é uma área pública, e precisa de uma autorização. A categoria está minguando e estamos dependendo dessa autorização”, revela ele.

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