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Brasília

Mesmo na seca, dengue continua movimentando esforços do GDF

Apesar de ter sido registrados poucos casos em agosto, a Secretaria de Saúde continua trabalhando na captura e eliminação dos mosquitos da dengue

Redação Jornal de Brasília

29/08/2022 18h55

Foto: Divulgação/Fiocruz

Por Gabriel de Sousa
[email protected]

O surto de dengue no Distrito Federal em 2022 já é o pior desde quando o Ministério da Saúde começou a contabilizar os registros da doença em 1998, e apesar da atual seca, que é uma época em que o mosquito está mais inativo, é necessário que todos os brasilienses permaneçam adotando cuidados e preservando o bem-estar do próximo.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), do dia 1 até o dia 25 de agosto, o DF registrou uma incidência mensal de 8,3 casos a cada 100 mil habitantes. Em comparação, em abril deste ano a taxa foi de 589,7 ocorrências, e em maio foi de 497,8.

Para a pasta, um dos motivos para a redução até o número atual foi devido ao período de estiagem que começou no início de maio deste ano. Sem as chuvas, que propiciam o surgimento de focos de água parada, os números da doença foram diminuindo gradativamente.

Porém, ao analisar os números da dengue desde o início de 2022, é constatado que o surto da doença é 410% pior do que nos oito primeiros meses de 2021. Enquanto que neste ano, foram contabilizados 61.321 casos prováveis, no mesmo período do ano passado, a Saúde havia registrado 12.016 ocorrências.

A região administrativa com mais casos prováveis de dengue em 2022 é a Ceilândia, com 10.351 ocorrências e que sozinha quase se equipara ao total contabilizado ano passado no DF. Em seguida vem Samambaia (5.845), Taguatinga (3.987) e Planaltina (3.594). A quinta RA com mais casos é São Sebastião, com 3.086 registros de infecções pelo aedes aegypti.

Conforme indicam os boletins infográficos da SES/DF, 11 pessoas já faleceram devido à dengue no DF entre janeiro e agosto de 2022. Três das vítimas residiam em Ceilândia. Sobradinho, Planaltina e Samambaia possuem dois óbitos cada, enquanto que Sobradinho II e o Lago Norte registraram um. No mesmo período de 2021, haviam sido contabilizadas 10 mortes na capital federal.

Saúde continua no combate contra o mosquito

De acordo com uma nota exclusiva da Secretaria de Saúde enviada para o Jornal de Brasília, os principais motivadores do surto de dengue em 2022 foram as mudanças climáticas que ocorreram nos últimos meses, como as fortes chuvas que pairaram sobre o DF no final de 2021.

Além disso, a pasta entende que os novos hábitos dos brasilienses, adquiridos após a pandemia, podem ter influenciado nos dados anuais. “Ao comportamento da população que passou a ficar mais em casa devido a pandemia pelo coronavírus, gerando acúmulo também de inservíveis”, diz o comunicado.

De acordo com a Secretaria de Saúde, as equipes de vigilância sanitária ampliaram, ao longo destes oito meses, as atividades de combate ao aedes aegypti. A pasta afirma que foram aumentados os números de inspeções feitas nos domicílios, além do trabalho de eliminação dos mosquitos e o tratamento larvário.

Mesmo com a seca, o Governo do Distrito Federal (GDF) diz que estão sendo feitas ações rotineiras de segunda a sexta-feira em todas as 33 regiões administrativas do DF. “As equipes da Vigilância Ambiental se dividem nas quadras das cidades e realizam as inspeções nos quintais dos imóveis, além da vistoria em imóveis abandonados e locais chamados de ponto de controle, em que são vistoriados diversas vezes para monitoramento constante, como borracharias e piscinas abandonadas”, explica a Saúde.

Porém, a Saúde destaca que a principal forma de se combater o mosquito deve partir dos próprios moradores do Distrito Federal, que devem proteger as suas casas e também os seus próximos, evitando a propagação de um descuido que pode se tornar fatal.

“A ação de combate ao Aedes é principalmente educativa e a população tem papel fundamental nesse trabalho, auxiliando a Secretaria de Saúde e fiscalizando o seu ambiente domiciliar também, não deixando nada que possa acumular água”, diz.

Seca não impede contaminação pelo mosquito

Engana-se quem pensa que a falta do período chuvoso impede que o aedes aegypti circule e infecte os seres humanos. Mesmo com a seca no DF, a existência de focos com água parada pode trazer a doença para perto dos brasilienses. Foi o que aconteceu com Débora Lima, moradora de Sobradinho II de 26 anos, que no início deste mês de agosto contraiu dengue e precisou ficar de repouso por duas semanas.

“Aqui do lado do prédio onde moro tem muito lixo que fica parado, e muita gente por aqui está começando a ficar doente, todos com os mesmos sintomas. No início do mês fui eu, que tive muita febre e muita dor no corpo. Era tanta que eu não conseguia ir mais pro trabalho e fazer as minhas coisas”, relembra Débora.

Segundo ela, além dos esforços por parte do governo local, também deve haver uma maior responsabilidade por parte dos seus vizinhos. “Todo mundo deveria zelar pelo outro, parando de jogar lixo na rua, jogando fora as águas que ficam juntando. Às vezes é a sua vizinha que está doente, mas depois pode ser um filho seu”, destaca a moradora de Sobradinho II.

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