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Brasília

Merendas escolares vão incluir frutos e produtos do cerrado

Baru, pequi, buriti, mangaba, cagaita e cajuzinho do cerrado são alguns dos frutos que irão aparecer nos pratos das crianças do DF

Redação Jornal de Brasília

26/01/2023 14h55

Foto: Agência Brasil

Gabriel de Sousa
[email protected]

O prato dos estudantes das escolas da rede pública do Distrito Federal vai começar a ter um cardápio cheio de regionalismo. Foi sancionada pela governadora em exercício Celina Leão (PP), nesta terça-feira (24), uma lei que prioriza a inclusão de frutos e produtos do cerrado nas merendas.

A nova medida é de autoria do parlamentar Leandro Grass (PV), atual presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que alterou a lei que trata sobre a utilização de recursos públicos na alimentação escolar, incluindo a prioridade da “aquisição de frutos e produtos nativos do cerrado, bem como de alimentos orgânicos, diretamente da agricultura familiar, do empreendedor familiar ou de suas organizações, dos assentamentos da reforma agrária, das comunidades tradicionais e dos produtores rurais de orgânicos”.

Baru, pequi, buriti, mangaba, cagaita e cajuzinho do cerrado são alguns dos itens que vão começar a aparecer nas merendas escolares dos pequenos. O objetivo da inclusão destes frutos é a diversificação e o enriquecimento nutricional das merendas.

Para Grass, a lei também deve priorizar o cerrado. “Essa é uma forma não só de valorizar o bioma, mas também de fortalecer as políticas voltadas à segurança alimentar e nutricional”, disse o então deputado distrital durante a votação da lei que aconteceu no mês passado.

Incentivo para o conhecimento

O professor Adeilton Oliveira, do Instituto Federal de Brasília (IFB), é conhecido por ser um adorador do bioma, e destaca a importância da medida para fazer com que a flora natural do cerrado seja mais conhecida pelos mais jovens. “É válido para a gente poder fazer com que as crianças e adolescentes conheçam esses frutos, de repente, para poder preservá-los, porque muitos deles estão ameaçados de extinção”, explica.

Porém, Adeilton, que trabalhou por nove anos como professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE/DF), acredita que é “quase impossível” que os frutos do cerrado estejam na merenda escolar: “Um doce como uma sobremesa, um suco, um sorvete, um iogurte, seria viável”.

Para o professor do IFB, uma das principais atenções que devem ser direcionadas para o cumprimento da nova lei é sobre o recolhimento dos frutos regionais para a distribuição para as instituições de ensino. Adeilton afirma que essas atividades devem ser planejadas para que não se tornem coletas predatórias com fins comerciais.

“Tem que ter todo um acompanhamento para poder retirar esses frutos de uma maneira sustentável. Tem os animais que se alimentam deles, alguns frutos do cerrado só nascem se passarem pelo estômago de um animal para poder tirar aquele estado de dormência. Existe toda uma gama de coisas envolvidas”, diz.

Adeilton revela que a nova lei sancionada nesta terça-feira (24) pode não ser a única grande novidade para a expansão dos valores do bioma para estudantes do DF. O professor planeja criar um projeto que levará alunos para conhecer mais sobre a natureza que os circunda.

“A gente vai apresentar para os estudantes a riqueza do cerrado. Levar para conhecer cachoeiras, trilhas, parques ecológicos e frutos e árvores do cerrado, para eles conhecerem e aprenderem a preservar”, explica.

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