Menu
Brasília

Marinha abre inquérito para investigação sobre caso de barco que encalhou no Lago Paranoá

A festa que ocorria em uma embarcação com cerca de 100 passageiros acabou em desespero após o barco encalhar no Lago Paranoá

Mayra Dias

11/04/2022 17h25

Foto: Reprodução

O incidente com uma lancha na noite de domingo (10/4), ganhou um novo desdobramento. A Marinha do Brasil abriu um inquérito administrativo para investigar as circunstâncias e responsabilidades do ocorrido com o barco que, durante uma festa promovida por influenciadores digitais e que contava com cerca de 100 pessoas, começou a afundar no Lago Paranoá.

Conforme explica Ricardo Bastos, professor de Direito do CEUB há, neste caso, uma situação em que podem haver danos gerados aos consumidores da embarcação, ou seja, os convidados. “Qualquer dano ou lesão que essas pessoas possam ter sofrido podem ser reparados pelo proprietário do barco e pela empresa que realizou o evento”, pontua o especialista. “Diante disso, o papel da Marinha do Brasil é investigar e descobrir se a embarcação estava de acordo com as normas e com a documentação correta. A ideia é a relação de consumo entre as pessoas que estavam no evento e os organizadores da festa”, esclarece o docente.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), ao entrar ou conduzir esse tipo de veículo deve-se estar atento a alguns fatores. São eles: estar ciente se trata-se de uma empresa idônea, registrada e autorizada para esse tipo de evento, respeitar a lotação máxima permitida, verificar se há EPI para todos os ocupantes e para salvamento em caso de acidente e confirmação de que o capitão da embarcação dispõe de ARRAIS, ou seja, possui curso de habilitação para esse tipo de condução.

O que aconteceu

A embarcação encalhou perto do Lake Side e, segundo o (CBMDF, a equipe foi acionada para auxiliar no resgate dos passageiros. Todos os presentes foram retirados em segurança do local, e ninguém ficou ferido. “Nos informaram, via 193, de uma embarcação que estava à deriva, encalhada. No momento do incidente o tempo estava ruim, chovia e ventava muito”, explica o Tenente Reginaldo Machado. A parte que encalhou, de acordo com ele, foi a da proa, ou seja, a parte frontal do barco. “Nisso, a parte de trás começou a afundar e os passageiros ficaram desesperados e com medo da lancha virar”, acrescentou o Tenente.

Não há, segundo o CBMDF, informações de pessoas que se afogaram ou caíram na água. O socorro, como garante o grupamento, chegou rápido, tanto por vias terrestres quanto aquáticas, e acalmou os presentes. “Não havia riscos iminentes. As pessoas foram retiradas da embarcação tanto pelas nossas lanchas quanto pelas de terceiros, visto que haviam muitos passageiros”, detalha o Tenente. A Capitania Fluvial de Brasília também foi acionada e atuou, juntamente com os militares dos bombeiros e o Batalhão da Polícia Militar Ambiental do DF, no socorro aos passageiros. Ainda conforme informa o CBMDF, devido ao nervosismo, algumas pessoas passaram mal, como foi o caso de uma mulher grávida, que teria entrado em pânico na hora do incidente.

A festa, que começou cedo, por volta das 9h da manhã, contava com algumas celebridades como Jesus Luz, ex-namorado da cantora Madonna, e a ex-BBB 17 Elis Nair. Em um vídeo publicado nas suas redes sociais, Jesus Luz, que é DJ e ator, aparece tocando no evento, no entanto, o mesmo teria deixado o local um pouco antes do incidente. Pela sua conta no Instagram, Elis compartilhou os momentos de medo e aflição. “O barco que eu estava sofreu um acidente. Eu to bem, to dentro de uma lancha que nos resgatou”, comentou a influencer. Em outro vídeo, Elis relatou que, com o início de fortes chuvas, a água começou a invadir o primeiro andar da embarcação. “Está chovendo muito forte lá fora. Na hora que fomos resgatados, estava chovendo granizo. Está um cheiro de gasolina muito forte e a água foi tomando conta do primeiro andar do barco, foi subindo bastante água”, compartilhou a influencer.

Até a tarde desta segunda-feira (11/04), a embarcação continuava encalhada. De acordo com informações disponibilizadas pela companhia Lacustre do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), as equipes chegaram a mover a lancha para a margem do Lago, mas ainda não há previsão de quando será retirada das águas. De acordo com o batalhão, a lancha deve ser retirada por terceiros e o proprietário ou responsável devem ser acionados. Isso porque, por ser particular, os órgãos públicos não podem fazer a retirada.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado