João Paulo Mariano
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Foi preso o homem que é acusado de agredir a esposa dentro do elevador de um condomínio de Valparaíso (GO). Alessandro Ribeiro Oliveira foi detido na tarde desta quinta (03) logo após dar depoimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) do município goiano. Ele havia sido intimado depois que o vídeo com a agressão veio à tona, mas não havia comparecido a unidade policial.
As imagens chocaram os vizinhos e a população pela agressividade na qual o marido trata a mulher, com quem tem dois filhos pequenos. A delegada chefe da DEAM, Ísis Santana Leal, pediu a prisão preventiva dele depois que a investigação começou e conseguiu o indeferimento por parte do judiciário no final da manhã de hoje.
O acusado vai ser indiciado por lesão corporal, enquadrada na Lei Maria da Penha, e pode pegar de um a três anos de prisão. O inquérito tem dez dias para ser fechado. A delegada acredita que ele vai permanecer preso pois o caso foi grave, apesar de tanto ele quanto a esposa terem garantido à Polícia que essa foi a primeira vez que qualquer agressão física ocorreu.
Surpreso com a própria conduta
O ataque ocorreu no fim de 2018, mais precisamente na noite do dia 29 de dezembro, mas o vídeo só foi divulgado no dia 1º de janeiro. No depoimento dado nesta tarde na delegacia, o acusado falou que estava embriagado no momento em que tudo aconteceu, por isso, não se lembrava muito bem da situação. Mas, segundo a delegada, ele afirmou que teria batido na esposa.
“Ele não se lembra direito do que aconteceu e disse que até ficou surpreso pela agressividade mostrada no vídeo. Ele não soube falar o motivo da agressão. Só lembra de não ter conseguido encontrar a esposa em casa, desceu pelo elevador, a encontrou e começou a confusão”, explica a delegada Ísis.
O casal teria se mudado de Anápolis (GO) para o condomínio em Valparaíso (GO) há cerca de seis meses.
https://youtu.be/72KY63qe1XM
Outras agressões
A investigadora não conseguiu comprovar se houve outras agressões antes dessa. Porém ela entende que, pela forma que a mulher age – com naturalidade após o espancamento, ela acredita que “o hábito pode ser comum”. No exame feito no IML após a ida da vítima à Deam, foram detectadas as evidências da última ocorrência – ferimento no rosto, mas não foi possível verificar possíveis machucados anteriores.
Segundo o subsíndico do condomínio, Paulo Sousa, essa foi a primeira vez que ele soube de alguma briga entre os dois, mas outros vizinhos dizem ter ouvido confusão. “Uma moradora me contou que ouvia gritos com frequência. Os condôminos estão indignados com a situação”, completa Paulo, ressaltando que o condomínio vai entrar com uma ação para que o agressor faça o reparo de tudo o que foi danificado no edifício.
A situação foi descoberta depois que Paulo Sousa percebeu danos na estrutura do elevador e de um hidrômetro próximo. Ao procurar as imagens de circuito para saber o que ocorreu, a situação foi percebida.
Depois que as imagens vazaram para a impressa, Paulo encontrou com a vítima. “Ela reclamou que foi exposta e disse que vai processar o condomínio. Além disso, defendeu o marido a todo momento, justificou que ele estava bêbado e garantiu que não vai registrar ocorrência. Ela estava visivelmente machucada, com o olho roxo, mas tinha passado maquiagem”, afirma o subsíndico.
Brutalidade
No vídeo, é possível ver o momento em que o agressor, sem camisa puxa a companheira pelo cabelo. Ela é arrastada para o interior do local.
Em seguida, ela leva um soco no rosto e, na sequência, vários tapas. A força empregada pelo agressor é tanta que ele até derruba o revestimento de proteção do elevador. Mesmo assim, segue batendo na esposa. Depois, o homem ainda joga cerveja e amassa a lata na cabeça dela. Ele parece muito nervoso, gesticula a todo instante e, em determinado momento, chuta a porta do elevador.
