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Brasília

Mais de 70% dos lares brasilienses têm a mãe como principal cuidadora das crianças

A pesquisa, do IPEDF, conta com informações sobre o desenvolvimento de 284 mil crianças de até 6 anos

Mayra Dias

20/07/2023 17h52

Foto: José Cruz/Agência Brasil

71,6% dos lares do DF têm a mãe como principal cuidadora de crianças até 6 anos de idade. É isso que revela um estudo do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), apresentado nesta terça-feira (18). De acordo com a pesquisa Desenvolvimento Infantil e Parentalidades no DF, apenas 8,5% dos pais exercem a função de cuidadores.

Desenvolvida em parceria entre o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF, com o apoio das secretarias de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, a pesquisa conta com informações sobre o desenvolvimento de 284 mil crianças de até 6 anos, os processos de cuidados relacionados a esse desenvolvimento, os atores envolvidos e suas demandas por apoio.

Alguns dados relevantes trazidos pelo levantamento são os de que 96,3% das crianças moram com a mãe no mesmo domicílio, 69,1% moram com o pai no mesmo domicílio, 41,5% dos lares o pai é responsável pela renda familiar, e 22,2% dos lares a mãe é responsável pela renda familiar.

Quanto ao nível de escolaridade desses genitores, 35,2% das mães possuem ensino médio completo contra 31,1% dos pais. Em questão de nível superior, o das mães também é maior, sendo de 21,5%, enquanto o dos pais é de 19,1%.

A diferença, contudo, é realmente significativa quando se trata de desemprego. 54,9% das mães estavam desempregadas, enquanto apenas 14,4% dos pais se encontravam na mesma situação. 46,7% recebiam algum benefício social, sendo que, desse número, 58,9% dos lares estão localizados em regiões de renda baixa.

Sobre sua percepção desses cuidadores quanto ao desenvolvimento da criança, 93,2% entendem que o desenvolvimento da criança está adequado à idade. As principais ações adotadas pelos responsáveis são dar carinho e promover estímulo por meio de conversas, leituras e músicas. Essas estratégias, de acordo com o estudo, é utilizada por 90,6% dos responsáveis, para contribuir positivamente com o desenvolvimento das crianças.

A respeito desse desenvolvimento, entre as crianças com até 5 anos, 14,2% possuem desenvolvimento infantil inadequado, na avaliação pela escala de mensuração do Desenvolvimento Infantil (QAD-Pipas). Entre as crianças de até 3 anos, 59,1% frequentam berçário, creche ou escola pública. Esse percentual sobre para 74,8% entre as crianças de 4 a 6 anos.

Em frente as telinhas

A pesquisa também mensurou quanto tempo as crianças brasilienses ficam expostas às telas (TV, celular, computador). Os números, por sua vez, são relevantes. 53% das crianças com menos de 1 ano ficam expostas por mais de 2h por dia. Ao passar dessa idade, esse número fica ainda maior, passando para 80,6%.

A partir dos dois anos de idade, esse número sobe para 95% nas regiões de renda mais baixa e permanece na casa dos 80% nos locais de renda mais alta.

As atividades de estímulo às crianças ficaram divididas da seguinte forma:

  • 86% disseram que jogam ou brincam com a criança;
  • 89,2% levam as crianças para passear;
  • 76,8% cantam músicas, incluindo canções de ninar;
  • 65,9% leem livros ou olham figuras de livros;
  • 65,4% contam histórias;
  • 65,4% nomeiam, contam ou desenham para a criança.

Apesar de 94% dos pais que responderam a pesquisa afirmarem que têm momentos carinhosos e especiais com as crianças, as atividades de repreensão violenta visando a disciplina não são insignificantes. Em 4,4% dos lares entrevistados a criança é “muitas vezes/sempre” segurada com força quando é desobediente. Já em 5,6% dos domicílios, os cuidadores disseram ter “muitas vezes/sempre” explosões de raiva com a criança.

A pesquisa ressalta também que, aproximadamente 90% dos cuidadores indicaram que o pai deve atuar ativamente na criação dos filhos. Quanto à participação do pai na gestação, 76,9% dos moradores das regiões de baixa renda e 88,4% nas de renda alta concordaram com a afirmação.

Rede de apoio

81,4% dos cuidadores disseram que podem contar com familiares que moram no mesmo endereço, enquanto 55% disseram que contam com outros parentes, que não moram no mesmo endereço. Por sua vez, 20% dos entrevistados contaram ter apoio de amigos e 13% disseram que contam com vizinhos. O tipo de apoio mencionado com maior frequência é na rotina de cuidados com a criança.

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