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Brasília

Macacos na Candangolândia: um problema de 30 anos sem solução a curto prazo

Macacos e outros animais selvagens roubam e espalham o lixo deixado por moradores próximos de reserva ambiental

Lucas Neiva

25/08/2021 5h44

O aparecimento de vida selvagem já é parte do cotidiano dos moradores das casas próximas à área de preservação ambiental que separa a cidade da Candangolândia do Jardim Zoológico de Brasília. Todos os dias de manhã, macacos, tamanduás, quatis e outros animais são vistos saindo da mata e invadindo as calçadas para roubar os restos de alimentos contidos no lixo deixado à espera de coleta.

“Eles aparecem todos os dias de manhã há quase trinta anos”, conta um dos moradores que não quis se identificar. “Até mesmo já sabem identificar o que está nas sacolas. Uma vez deixei uma garrafa de cerveja vazia na porta de casa para ver a reação dos macacos. Um dos macacos pegou e tentou beber achando que ainda tinha cerveja”, acrescentou.

As sacolas de lixo são deixadas ao lado dos postes na calçada oposta às casas, trajeto por onde passa o caminhão de coleta do Serviço de Lixo Urbano (SLU). O lixo é deixado de noite, para ser recolhido de manhã cedo. O mesmo morador já chegou a perceber que os macacos acompanham os horários de passagem do SLU. “Eles já tentaram adiantar em uma hora a passagem aqui pela rua. Os macacos perceberam e também passaram a vir mais cedo”.

A Administração Regional da Candangolândia afirma conhecer a situação da busca de lixo nas ruas pelos macacos, mas teme não haver uma solução a curto prazo. “Estamos reformando as lixeiras naquela região, e alguns moradores chegaram a sugerir colocar lixeiras com tampa. Mas mesmo fazendo isso, eu duvido que vá funcionar. Esses macacos são soltos por aquela região, e são espertos. Não vai demorar para que aprendam a abrir as tampas”, explica o administrador regional João Dantas.

Dantas acrescenta que a recomendação para evitar a entrada de animais selvagens na área residencial e também para evitar que estes espalhem lixo pela rua é que os moradores mantenham o lixo em casa até a chegada da equipe do SLU, que passa em horários fixos. Mas ele reconhece que ainda é necessário pensar em uma solução mais eficaz a longo prazo, pois sabe que muitos dos moradores na região estão fora de casa nos horários em que passa o caminhão de lixo. “Estamos estudando a situação para que seja possível encontrar um denominador comum”, conclui.

Um morador, identificado como Moises Rangel, incomodado com a situação chegou a flagrar o “roubo” do lixo pelos animais.

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