Menu
Brasília

Justiça do DF nega pedido de liberdade provisória a falsa corretora

Arquivo Geral

10/09/2018 20h05

Rayra Paiva Franco/Cedoc/Jornal de Brasília.

Raphaella Sconetto
[email protected]

A Vara Criminal e Tribunal do Júri de Águas Claras negou o pedido de liberdade provisória feito pela advogada da falsa corretora de imóveis, Fernanda Fonseca da Cruz, e seu marido, Thiago Melo. Os dois são suspeitos de terem lucrado cerca de R$ 1 milhão com golpes em clientes de uma imobiliária renomada de Brasília. Fernanda e Thiago estão presos desde o dia 29 de agosto.

A advogada Janaína Ferreira Passos, ao fazer o pedido, alegou que os dois possuem “condições pessoais favoráveis”, como endereço fixo, ocupação lícita e bons antecedentes, além disso afirmou que as contas correntes estão bloqueadas judicialmente, “de modo que a segurança social e o trâmite processual já estão assegurados”.

Porém, o juiz Gilmar Rodrigues da Silva indeferiu o pedido. Na decisão, o magistrado afirma que Fernanda e Thiago aplicaram os golpes por cerca de um ano – de março de 2017 a março de 2018 -, de forma reiterada. “Apenas foi descoberta após uma série de reclamações por parte dos prejudicados perante a Imobiliária e uma auditoria”, esclarece.

Dassa forma, o juiz argumenta que os dois representam risco à ordem pública, uma vez que “demonstraram ausência de freios inibitórios”. E que o bloqueio das contas é para o ressarcimento parcial das vítimas. Conforme o Jornal de Brasília mostrou, apenas uma desembolsou mais de R$ 400 mil em uma única transação.

Histórico de golpes

A falsa corretora de imóveis e o marido dela, presos nesta semana no DF após faturarem R$ 1 milhão com estelionato, têm histórico de golpe anterior fora da capital federal. Fontes ouvidas pelo Jornal de Brasília revelaram que Fernanda Fonseca da Cruz, 33 anos, e Thiago Melo, 34, saíram às pressas de São Paulo para Brasília após arrecadarem dinheiro em uma falsa vaquinha, em 2011. Fernanda teria fingido estar em tratamento de câncer para angariar fundos entre os colegas de profissão do marido. Thiago era jogador de basquete do Esporte Clube Pinheiros.

Uma vítima do casal de São Paulo contou com exclusividade ao Jornal de Brasília que os dois arrecadaram aproximadamente R$ 500 mil. Ela convivia com o casal e disse que Fernanda e Thiago inventaram até as sessões de quimioterapia e radioterapia da falsa corretora. “Ela raspou o cabelo”, disparou. Mas, a mulher chegou a desconfiar da doença. “Não tinha sintomas e sinais de câncer nela. Comentei com um amigo que estava desconfiada, mas ele ficou bravo comigo”, lembrou.

Para tratar Fernanda, os colegas do time de Thiago fizeram uma vaquinha e uma rifa, que ninguém recebeu o prêmio. “Quando questionados, os dois disseram que uma tia dela que foi sorteada e tinha levado uma TV”, comentou a mulher, que preferiu não se identificar.

Após as suspeitas, a falsa corretora ainda disse que devolveria o dinheiro a todos que ajudaram. “Ela inventou uma historia de um tio muito rico que deixaria uma herança para ela, e que daria o dinheiro para todos”, contou. Mas, a desculpa não colou. “Acabou com seis jogadores na casa deles, ameaçando-os. Foi dai que fugiram no dia seguinte. Deixaram roupas, móveis e eletrodomésticos para trás e nunca mais tinham foram vistos”.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado