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IPCA: Inflação no DF sobe 1,25% em outubro

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA no DF foi de 9,3%, porém segue inferior à média nacional, que está em 10,67%

Redação Jornal de Brasília

10/11/2021 16h10

Por Luciana Costa
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Em Brasília, a inflação de outubro foi a maior do mês desde 2002, com variação de 1,25%. O setor de transportes foi responsável pelo aumento dos preços, impulsionado pelas passagens aéreas, que teve uma variação de 41% neste período. No acumulado dos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no DF foi de 9,3%, porém segue inferior à média nacional, que está em 10,67%.

O levantamento feito Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) revelou que a alta de preços está concentrada, principalmente, nos setores de transportes, alimentação e bebidas, que registraram as maiores variações de preços, porém, diferentemente do mês de setembro, o setor de habitação constou uma variação negativa.

O setor de transportes teve alta em 0,74 p.p, o que corresponde a 59% do índice total. Os itens que mais contribuíram foram, respectivamente: transporte público, em 11,70% e, o valor dos combustíveis em 2,73%. Entretanto, a alta do setor deve-se pelo aumento exorbitante de passagens aéreas, que, por sua vez, foi percebido principalmente pelos mais ricos. Em segundo lugar, o preço dos combustíveis contribuiu em 0,26 p.p, tendo a gasolina como responsável ao corresponder pelo aumento de 2,67%.

A variação de preços afeta a vida dos cidadãos, de forma que prejudica o consumo para os de menor renda, os de renda média baixa, média alta e os mais abastados. Em análise conforme a divisão pela renda familiar, a Codeplan mostrou o impacto do IPCA para cada grupo: em 1,45% para as famílias de alta renda, que notaram facilmente a variação inflacionária por viajar com mais frequência, percebendo assim o preço alto das passagens de avião. Os grupos subsequentes também tiveram aumento: média alta em 1,16%, média renda ficou em 1,09% e para as famílias de baixa renda, pelo IPCA, ficou em 0,99%.

O encarecimento das passagens aéreas, com variação positiva de 41,76%, ocorre devido à desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar. Isto implica diretamente no aumento dado pelas companhias aéreas por terem a tabela de custos indexada pela moeda internacional, assim como, pela flexibilização das medidas restritivas conforme ao avanço da vacinação no mundo.

Em contrapartida, o setor de habitação segurou a inflação de outubro com a variação de -0,02%. A energia elétrica residencial, negativada em -1,67%, levou a este resultado do setor, item percebido pelas famílias mais pobres. Em um momento de crise hídrica e com o custo adicional do consumo de energia, para reduzir a percepção do gasto com energia elétrica, o governo federal reduziu as bandeiras tarifárias (faixa vermelha patamar 2) para famílias de baixa renda, o que influenciou a variação negativa no grupo de habitação.

O alto índice de difusão em 64% sinaliza que a inflação cresceu bastante na economia distrital, além de se manter persistente ao longo do ano, o que pode dificultar o controle da inflação nos próximos meses. Apesar da inflação acumulada estar claramente concentrada em subitens específicos, como as passagens aéreas, o limite máximo da inflação foi extrapolado, o que pode provocar em um problema inflacionário, gerando um desequilíbrio de mercado, de acordo com a Codeplan.

A inflação brasileira também pode ser medida pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC), que leva em consideração o consumo de famílias de baixa renda de até cinco salários-mínimos. Na capital, o INPC aumentou para 1,1%, inferior à média nacional de 1,20%. Por revelar o peso da inflação para os pobres, este índice está acima do valor do IPCA, o que indica um prejuízo do poder de compra dessas famílias, que sofrem mais com a disparada dos preços do que o restante da média dos país.

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