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Brasília

Incêndios urbanos: nos primeiros meses do ano, DF já registrou mais de 900 ocorrências

As principais causas de incêndio em imóveis são a sobrecarga na fiação elétrica, velas acesas e panelas ligadas

Mayra Dias

11/07/2023 20h06

Foto: Agência Brasília

Já nos primeiros meses deste ano, houve aumento de incêndios em edifícios do DF. Dados do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) apontam que, enquanto de janeiro a março de 2022 foram registrados 458 episódios dessa natureza, em 2023, neste mesmo período, esse número passou para 564.

Os incêndios em edificações englobam prédios comerciais, escolares, residenciais, hospitalares e outros. Segundo a corporação, os dados de abril de 2023 ainda não foram compilados e os de maio estão em andamento.

A corporação informou que as principais causas de incêndio em imóveis são a sobrecarga na fiação elétrica, velas acesas e panelas ligadas. Para evitar acidentes com esses itens, a recomendação do CBMDF é fazer uma vistoria na rede elétrica do local e não concentrar conexões em uma só tomada. Os profissionais alertam ainda que deve-se evitar dobrar ou amassar os fios elétricos, não puxar o plugue da tomada pelo cabo e não tocar nas partes metálicas dos plugues. 

Para evitar demais acidentes, a equipe ressalva que é importante também se atentar ao desligamento de fogões e bitucas de cigarros, mantendo ainda as substâncias inflamáveis em superfícies não inflamáveis. 

Quanto às velas, é aconselhável que as crianças não sejam deixadas sozinhas com esses objetos; evitar mover a vela acesa, bem como mantê-las longe de cortinas, roupas, papéis e cabelos. Vale ressaltar que não se deve deixar o artefato aceso ao sair de casa. 

No caso da necessidade, como em quedas de energia, é recomendável o uso de lanternas e luminárias. “20% dos incêndios que ocorrem em residências são ocasionados pelo uso de velas, sendo que, 30% desses incêndios com velas começam no quarto”, menciona o CBMDF. Itens de limpeza também são inflamáveis e devem ser mantidos longe das crianças. 

De acordo com o Corpo, a maior parte dos incêndios ocorrem dentro das cozinhas. O superaquecimento de panelas de pressão, por exemplo, é constante. Nestas situações, a corporação aconselha desligar a panela ao finalizar seu uso, bem como se for sair de casa. Caso contrário, tais contextos podem ocasionar um princípio de incêndio ou incêndio generalizado. Ao lidar com um princípio de incêndio, a recomendação é desligar o fornecimento de gás e utilizar um pano úmido para cobrir a panela.

Por fim, o acúmulo de lixo também deve ser evitado. Materiais como papel, plástico e produtos químicos podem sofrer combustão espontânea se estiverem em locais quentes e/ou úmidos. Os bombeiros destacam ainda que, ao deixar a sua residência, deve-se lembrar de fechar todas as portas, isolando cada cômodo de forma particular para que um provável incêndio não seja propagado. 

Pedindo ajuda

Para pedir socorro dos bombeiros em ocasiões de incêndio basta ligar para o número 193, que é disponibilizado de forma gratuita. O atendente realizará a coleta de dados e os bombeiros determinam a forma de atendimento.

O primeiro tenente Dayan Alves Pereira, do Serviço Operacional de Informação Pública do CBMDF, lembra que o tempo de resposta é baixo, mas sempre há danos que podem ser evitados. “Apesar de o atendimento ser rápido, muitas pessoas que conseguem sair ainda precisam de atendimento hospitalar por causa da inalação de fumaça”, relata. “Em ocorrências dessa natureza também é comum encontrarmos corpos de animais e pets carbonizados”.

Segundo Dayan, o aumento das ocorrências também pode ser atribuído à influência do período pós-pandemia. “As atividades estavam mais inertes nesse intervalo, então pode ser que a volta aos trabalhos presenciais tenha aumentado as possibilidades de acidentes”, avalia.

Últimas ocorrências 

Na última segunda-feira (10/7), o CBMDF salvou um idoso de 72 anos durante combate a incêndio em um apartamento no 2º andar do Condomínio Max Home Mall, em Águas Claras. Devido à rápida atuação da equipe, as chamas ficaram restritas ao imóvel, impedindo a propagação para outras unidades.

O idoso atingido pelo fogo contou que acordou com o imóvel em chamas e que, com muita dificuldade, conseguiu sair por conta própria do local. O imóvel ficou destruído. A perícia do CBMDF e a Defesa Civil foram acionadas para providências. Outro incêndio, desta vez em um condomínio na QR 413, conjunto 11 de Samambaia, atingiu uma residência e deixou quatro crianças intoxicadas pela fumaça. O fato aconteceu na noite de sexta-feira (7). Equipes do CBMDF foram acionadas às 23h04. Segundo a corporação, quando os bombeiros chegaram ao local da ocorrência, o incêndio já havia sido apagado e as crianças e a mãe também já tinham sido retiradas da casa por populares. Houve a queima parcial da sala e os demais cômodos foram atingidos pela fumaça quente.

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