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Brasília

Iges-DF é alvo de busca e apreensão

Ministério Público investiga esquema de superfaturamento em contratos de leitos de UTI

Willian Matos

18/08/2021 7h52

Prédio PO 700, em Brasília-DF, onde o Iges-DF está instalado. Foto: Reprodução

O Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF) é alvo de uma operação do Ministério Público (MPDFT) nesta quarta-feira (18). Agentes cumprem mandados de busca e apreensão nas dependências do órgão.

Um dos alvos da operação é o ex-secretário de Saúde e ex-diretor do Iges-DF, Francisco Araújo, que já chegou a ser preso em outra operação do MPDFT. Francisco está em Manaus-AM, e os agentes se dirigiram até lá para cumprir mandado de busca e apreensão contra ele. Ao todo, são 61 mandados a serem cumpridos no DF e nos estados do Amazonas, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.

Foto: Henrique Kotnick/Jornal de Brasília

A investigação

Segundo as apurações, um grupo criminoso dentro do Iges-DF estaria desviando recursos através de contratos superfaturados com duas empresas terceirizadas que forneciam leitos de UTI. As empresas são a Domed e a OATI, e os crimes ocorreram entre março e outubro de 2020, de acordo com o MPDFT. A contratação se deu por dispensa de licitação devido à pandemia de covid-19.

As empresas forneceram 80 leitos: a Domed instalou 50 unidades no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM); a OATI forneceu 20 para o Hospital de Base e 10 para a UPA de São Sebastião.

A suspeita é que as empresas recebiam valores altos para fornecer os serviços e não entregavam insumos, medicamentos e mão de obra em quantidade e qualidade exigidos. Além disso, o Iges-DF ainda disponibilizava profissionais e itens para o funcionamento das UTIs.

O MPDFT investiga se a contratação superfaturada impediu o DF de contratar mais leitos, causando, assim, mais mortes em meio à pandemia. “As ilegalidades praticadas tiveram como consequência a ocorrência de altíssimas taxas de mortalidade nos leitos de UTIs de alguns hospitais administrados pelas empresas”, afirma o órgão.

A ação foi batizada de Operação Ethon. O nome da operação faz alusão a Ethon que, segundo a mitologia grega, era o abutre enviado por Zeus diariamente ao monte Cáucaso para devorar o fígado de Prometeu. O fígado de Prometeu se reconstituía completamente para, no dia seguinte, voltar a ser devorado por Ethon.

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