Um homem foi condenado, na última quinta-feira (17), após abusar sexualmente da enteada, na época com dez anos, e torturar o filho, de cinco, e a ex-companheira.
Segundo as investigações, entre 2019 e 2020, o criminoso agredia física e psicologicamente as três vítimas frequentemente. Em um episódio, as crianças, hoje com 12 e sete anos, viram o homem ameaçar a mãe com uma faca no pescoço.
Em outra briga, o menino viu o pai quebrar o braço da mãe durante uma briga. Em outra, ele também presenciou o homem tentar matar a mãe enquanto dormia. A menina, enteada dele, teve o dedo quebrado durante uma agressão.
A mãe tentava defender as crianças, mas o condenado a agredia com murros, chutes e puxões de cabelo, além de ameaças de morte. Um dia, após ser severamente agredida, ter visto a filha urinar durante uma agressão e ouvir o filho dizer que tem medo do pai, a mulher decidiu se separar e procurou ajuda.
Foi apenas então que a menina contou que o padrasto, além de agredi-la, também abusava sexualmente dela. Segundo a criança, o homem esperava a esposa sair para trabalhar e entrava no banheiro, durante o banho da garota, para estuprá-la.
Para garantir que ela não contaria sobre o que acontecia, ele a ameaçava de morte e seguia nos atos violentos dirigidos a toda a família.
Pena
A pena conquistada pela 1ª Promotoria de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Guará foi de 35 anos de prisão, em regime fechado.
Para o promotor de Justiça Fábio Nascimento, “a condenação demonstra que uma pena elevada pode ser justa e proporcional à gravidade dos fatos e, mais que isso, que fatos difusos no âmbito da violência doméstica podem sim receber vigorosa resposta penal se o acervo probatório é tratado concentradamente. Para ele, “o anterior medo que se nutria acerca de uma impunidade do agressor hoje perde espaço se a vítima colabora na elucidação dos fatos, pois há melhores ferramentas legislativas e jurisprudenciais para se obter resultados mais justos ”.