Happy Hour dos Veganos

Amanda Karolyne
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Uma opção para a noite de quem é vegano ou vegetariano chega na semana do veganismo. A Casa Faz Bem abrirá as portas no dia 6 de novembro, para se tornar o primeiro bar vegano de Brasília, e funcionará aos sábados, na 407 Norte. A ideia é valorizar os produtos orgânicos e do cerrado no cardápio. O lançamento do espaço cai na semana em que se comemora o dia do vegano mundialmente. Aqui no Distrito Federal, um projeto de Lei foi protocolado para que a data seja reconhecida pelo governo do DF.

A Casa Faz Bem nasceu em 2014. Segundo Thiago Vilela, 31, co-fundador do estabelecimento e militante pelos direitos animais, a Faz Bem foi a primeira casa vegana de Brasília. “Já tinha um espaço vegano em Brasília, mas era um café vegano, já a Faz Bem agregava várias funcionalidades”, explica. Ele conta que de 2014 para cá o mundo do veganismo mudou muito. “Antes éramos um dos únicos lugares que vendia produto vegano, mas agora se pode encontrar em mercados, o movimento cresceu”, comenta.

Desde 2014 o estabelecimento passou por muitas mudanças, mas com a chegada da pandemia a casa ficou algumas semanas fechadas e depois só funcionava para o almoço. “Antes era uma lanchonete e já teve momentos que tivemos happy hour, mas agora que estamos nos definindo como bar mesmo”, reflete. Eles estão cientes e preocupados com o período pandêmico, e estão voltando aos poucos.

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A ideia de abrir a Casa aos sábados como bar, é para que as pessoas tenham a experiência completa de bar sem consumir nada animal. Thiago explica que os drinks consumidos em bares comuns geralmente são veganos, mas a falta de opção se encontra nos petiscos que geralmente só dá para o vegano consumir batata frita. A ideia do bar vegano é dar a opção para as pessoas que são veganas e vegetarianas na cidade, que possam ficar num lugar legal e se divertir um pouco nessa retomada com muitos cuidados começando a sair vacinadas e tudo mais”, destaca.

O “bar de vegetais”, tem o cardápio assinado pela chef Carol Bernardes, sócia-proprietária junto de Larissa Neves, gerente e sócia-proprietária da Casa Vegana. Para dar opções a quem for visitar o bar, terá como petisco coisas como ceviche de pupunha, porção de chips de batata doce e milho peruano, kibbeh de batata doce com coalhada de tofu orgânico, carpaccio de beterraba com molho tarator, chips de chaya e pistache, pastel de cogumelos acompanhado de geleia de cagaita com pimenta dedo de moça e outras especialidades. Para beber cervejas, drinks e bebidas não-alcóolicas.

O menu vai ser sazonal, local, orgânico e irá valorizar produtos do Cerrado. Para garantir a procedência das verduras e legumes, o restaurante faz parte da Rede de Empreendimentos que Sustentam a Agricultura Orgânica Local (RESOL), ação que integra os produtores orgânicos locais do DF a empreendimentos do setor de alimentos. Segundo Thiago, a Casa não trabalha com marcas que estejam envolvidas com rodeios ou exploração de animais. O bar contará também com um calendário artístico. Quem for à inauguração, vai presenciar a apresentação do DJ, dançarino e coreógrafo Umiranda, residente do Festival Melanina, um dos maiores eventos de Brasília dedicados à música preta. O local conta ainda com atrações infantis e é pet-friendly.

O lançamento do “bar de vegetais” vai ser dia 6, para celebrar a semana do veganismo, que conta com o dia do vegano no dia primeiro de novembro, em homenagem à data de fundação da Vegan Society, fundada em 1944. A escolha da data foi um ato simbólico para difundir sobre a filosofia vegana, que segundo Thiago, vegano a 11 anos, é mais que uma dieta, é uma filosofia. Segundo a Sociedade Vegana Brasileira a produção de 1 quilograma de carne bovina no Brasil envolve a emissão de 335 Kg de CO2, equivalentes às emissões geradas ao dirigir um carro por 1.600 Km.

Com a dificuldade que ele tinha de ser vegano na época, ele e outras pessoas militantes sobre o veganismo se juntaram para fundar a Casa Faz Bem. “Hoje em dia com a internet, está fácil encontrar receitas e aprender, até encontrar mais opções no mercado, antes era mais difícil”, comenta. De lá para cá, ele conta que as pessoas foram aprendendo, não tinham chefes veganos para contratar, e eles tiveram que ir aprendendo para produzir. Para ele, quando você se torna vegano, acaba ampliando mais a alimentação. Ele cita coisas que ele cozinhou recentemente, como hambúrguer de feijão, bolinho de berinjela e hambúrguer de carne de jaca.

Para Thiago, abrir esse espaço aos sábados é tanto um incentivo para quem já é vegano, quanto para chamar atenção sobre as opções veganas na cidade. Ele lembra que a 407 Norte virou o setor vegano da cidade. “É um bom sinal que pequenas empresas veganas estejam surgindo, porque quando uma pessoa vegana cria uma empresa que é vegana, ela está disposta a contribuir todo dia e mudar ali um pouquinho”, afirma.

Dia mundial também será um marco local para os veganos do DF

Quem faz parte do movimento vegano, declara que o veganismo é mais que um cardápio, e sim um modo de vida, movimento político e postura ética. Foi protocolado pelo deputado distrital Fábio Félix (PSOL) projeto de Lei que cria Dia do Veganismo no DF. Além disso, o projeto prevê a criação da Semana de Conscientização sobre Veganismo e Direitos Animais. Caso a proposta seja aprovada, a data será celebrada no dia 1° de novembro, quando se comemora o Dia Mundial do Veganismo. A proposição dispõe que o poder público é obrigado a criar campanhas educativas sobre veganismo e direitos animais; realizar seminários, oficinas e palestras acerca do tema, além de criar campanhas publicitárias para difundir o conhecimento sobre veganismo. “A pauta dos direitos animais e contra os maus-tratos é cada vez mais relevante na sociedade, por isso queremos que o poder público se posicione e promova esse debate”, relata Fábio Felix.

Serviço

Faz Bem – Casa Vegana de Brasília
Endereço: 407 Norte, Bloco E, loja 59
Horário de funcionamento: Restaurante de segunda a sábado, de 11h às 15h; Bar aos sábados, de 16h às 22h.