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Brasília

Fluxo em lotéricas para Mega da Virada tende a aumentar

De acordo com Cristina Ramos, sócia majoritária da Lotérica Sorte Certa, o fluxo de pessoas nestes últimos dias tem crescido

Vítor Mendonça

28/12/2021 10h18

Roosevelt Vieira. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Para quem administra lotéricas, esta é a melhor época do ano devido à tradição brasileira de apostas durante a Mega-Sena da Virada. Os apostadores, nesta última semana, tendem a correr para as empresas durante os próximos quatro dias para garantir ao menos um palpite para os seis números que serão rodados na noite do dia 31 de dezembro de 2021. Neste ano, o prêmio é de R$ 350 milhões.

De acordo com Cristina Ramos, sócia majoritária da Lotérica Sorte Certa, também no Paranoá, o fluxo de pessoas nestes últimos dias tem crescido, mas menos que antigamente. “Nessa última semana, e principalmente no dia da Mega, era uma fila muito grande. Mas acredito que no dia 31 teremos um aumento de 100% no fluxo de pessoas. Geralmente deixam para comprar no último dia porque esquecem, e saem correndo para a lotérica para fazer pelo menos uma aposta. O pessoal gosta bastante de bolão também”, contou.

Sem a pandemia, a quantidade de pessoas que iam às lotéricas neste fim de ano não se compara às que vão neste ano ou foram no ano passado. Ainda devido ao receio da contaminação, muitas pessoas deixam de ir ao estabelecimento para fazer as apostas, segundo a proprietária. “Mas estamos nos adaptando para conseguir atender as pessoas de casa mesmo”, acrescentou Cristina.

Segundo ela, a compra de bolões específicos para a Mega-Sena da Virada está disponível para ser feita por Whatsapp pelo número (61) 3054-3448 e muitos clientes já têm feito os pedidos pelo aplicativo. Ela explica que é uma forma de levar conforto para quem ainda quer fazer uma aposta, mas que não quer sair de casa por algum motivo. O consumidor recebe, então, os recibos na própria residência, sem se deslocar para a lotérica-.

“Tivemos uma queda no movimento por conta da pandemia [se comparado aos anos sem a crise da covid-19] e estamos tentando reverter de todas as formas essa situação. E a gente acredita que, agora com a vacinação, teremos uma retomada [no movimento]. Muita gente tem comprado a ideia [pelo Whatsapp]. Fomos nos reinventando”, finalizou.

Tentando a sorte grande

Um dos apostadores é Lúcio Coelho, 45, que vai às casas lotéricas quase toda semana para tentar a sorte. Para esta Mega-Sena da Virada, ele adiantou três jogos na Paranoá Lotérica, mas levou ao menos mais 15 panfletos em branco para marcar os números com mais calma em casa, segundo ele. A tradição é distribuir entre os familiares para todos colocarem os respectivos números da sorte para o tão sonhado prêmio.

Lúcio Coelho. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

“Faço todos os jogos, mas a Mega da Virada é mais atrativa. [O dinheiro] é muita coisa e como tenho uma família grande, acho que vou dividir uma parte dele [prêmio] com eles. Quero investir, ajudar quem precisa e estiver mais próximo. Mas é um valor tão grande que não dá nem pra imaginar tudo o que podemos fazer com ele. A única coisa certa é que tem que se fazer um investimento seguro”, comentou Lúcio.

Um dos sonhos que ele quer concretizar, caso ganhe os R$ 350 milhões, é reunir toda a família, que está espalhada pelo Nordeste e em outras regiões do Brasil, segundo ele. A compra de um imóvel também está dentro do planejamento caso seja o sortudo do Brasil. “Marco números aleatórios na maioria das vezes. Alguns números eu costumo repetir, mas a maioria não tem critério”, contou.

Roosevelt Vieira Almeida, 31, também estava na fila para apostar, porém, não é um apostador assíduo. “Faço só por fazer mesmo, vai que né?”, afirmou. “Eu jogo nos números que eu sonho – já acertei quatro números desse jeito e ganhei R$ 700.” Se ganhar, ele pretende investir nos estudos e cursos relacionados à área de atuação. Formado em Ciência da Computação, ele quer fazer um mestrado voltado para a análise de algoritmos e dados, envolvendo programação. 

Roosevelt Vieira. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

“Eu quero ajudar algumas pessoas da minha família também que estão com problemas financeiros. O básico mesmo. […] De resto, quero fazer render. Vou investir no Tesouro Direto e em outras aplicações, talvez a CDI, mas ainda tenho que estudar melhor a respeito para saber qual seria a melhor opção”, destacou o jovem.

O pensamento de Roosevelt está correto, de acordo com o economista e presidente do conselho de economia do DF, César Augusto Bergo. Segundo o especialista, ao menos 10% do dinheiro – equivalente a R$ 35 milhões para um único ganhador – pode ser colocado em uma aplicação no Tesouro Direto, que tem rendimento melhor que a poupança. A taxa Selic está calculada em 9,5% neste fim de ano.

“As primeiras atitudes que se deve tomar são a discrição e a calma. A pessoa que ganhar, com toda certeza, vai ser procurada por muita gente da família ou por amigos. Se ela não se cuidar, pode ficar perdida. É preciso fazer um planejamento e não investir em nenhuma loucura no calor da emoção. Uma renda fixa pré-fixada é a melhor opção no primeiro momento”, destacou o economista.

Depois, após separar a primeira parte do dinheiro, como segundo passo, deve-se pensar em separar cerca de 20% – ou R$ 70 milhões – para a compra de imóveis com boa localização, garantindo um bom investimento a longo prazo e, portanto, mais uma fonte boa de renda, multiplicando o montante. De acordo com César, os 10% iniciais poderão ser utilizados para a concretização de sonhos como viagens, compra de um carro próprio, entre outros.

“Mas não dá para confiar em qualquer pessoa ou qualquer negócio também. Tudo precisa ser feito com calma e com pessoas e instituições de confiança, para que nada saia do controle”, ressaltou César. “Quando a adrenalina baixar, recomendo os fundos de investimento, mas com uma boa consultoria. Ganhos altos e fáceis não existem, então é preciso ficar firme nos objetivos.”

E como “quem tem dinheiro, sempre tem oportunidade”, conforme disse o economista, o restante do valor pode ser dividido em outros fundos de investimentos, ou com renda de tipo variável, com um acompanhamento sempre para não fugir do controle e perder uma grande quantidade do montante.

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