Menu
Brasília

Fisioterapia e terapia ocupacional promovem mais qualidade de vida aos pacientes

Importância desses profissionais é celebrada em 13 de outubro. Conheça as diferentes áreas em que eles atuam da rede de saúde do DF

Redação Jornal de Brasília

13/10/2023 10h14

Foto: Divulgação

Aos 73 anos, Edna Maria Fernandes começou a sentir uma forte dor nos ombros devido ao esforço físico repetitivo que fazia para cuidar da mãe. Em busca de tratamento, ela foi à unidade básica de saúde (UBS) mais perto de casa, onde o geriatra a encaminhou para atendimento de fisioterapia na Policlínica de Taguatinga.

No local, o fisioterapeuta Hudson Pinheiro a atendeu e a convidou para participar de um grupo criado por ele para ajudar idosos e idosas com dificuldades de locomoção ou dores físicas. “Foi excelente, porque, além de aliviar a dor nos ombros, também melhora meu humor e traz muito bem-estar”, ressalta Edna.

Toda semana, os participantes se reúnem para realizar a prática de Lian Gong, que integra a tradição milenar das artes corporais chinesas à medicina ocidental. A atividade compõe as 17 Práticas Integrativas em Saúde (PIS) ofertadas pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).

?“O grupo faz bem para os pacientes, porque ajuda a combater o sedentarismo, que é um gatilho para a perda de massa e força muscular. Por isso, nós trabalhamos para tratar os problemas que eles apresentam, mas também para prevenir o desenvolvimento de outras doenças e para promover a saúde como um todo”, conta o fisioterapeuta. Nos encontros, são trabalhados principalmente o fortalecimento dos músculos, o relaxamento muscular, o equilíbrio e a prevenção de quedas.

Na Policlínica, os pacientes também contam com a área de terapia ocupacional (TO), em atendimentos individuais e em grupos que trabalham a estimulação cognitiva e as atividades manuais.? O objetivo é ajudar pacientes idosos e os seus cuidadores para promover autonomia e bem-estar.

“O principal foco da TO é a estruturação da rotina, porque o idoso costuma ficar muito ocioso após a aposentadoria. A gente verifica como está a alimentação, as atividades físicas e de lazer e tentamos, com a família, criar uma rotina mais saudável”, ressalta uma das terapeutas ocupacionais que atende na unidade, Daiane Maciel.

Atuação integrada

Assim como Edna, muitos outros pacientes se beneficiam dos serviços de fisioterapia e de TO prestados pela rede pública de saúde do DF em diversas regiões administrativas. No Adolescentro, localizado na Asa Sul, por exemplo, profissionais dessas áreas atendem adolescentes com deficiências intelectuais, autismo, transtornos de aprendizagem, problemas ligados à depressão, ansiedade, entre outros.

?Por lá, o atendimento é feito por um grupo de profissionais de diversas áreas, que trabalham juntos para auxiliar os adolescentes e promover a autonomia deles. “O atendimento integrado faz uma grande diferença. A gente vê aspectos que são próprios da TO: as questões funcionais, da independência, da autonomia. Trabalhamos muito a construção de rotina para que os pacientes se tornem mais independentes”, explica a TO da unidade, Marina Esselin, sobre a dinâmica da profissão.

?Um desses adolescentes é Euclis Daniel Oliveira Lopes, de 19 anos, diagnosticado com síndrome de Asperger na infância e encaminhado para o Adolescentro aos 12 anos. Na unidade, ele passou a ser acompanhado por terapeutas ocupacionais.

“Por meio do trabalho de toda a equipe, o Euclis adquiriu mais confiança e começou a tocar violão e a se apresentar no show de talentos do Adolescentro. Ele foi perdendo a timidez. Hoje, anda de ônibus sozinho, namora, faz academia, socializa com os amigos e trabalha”, compartilha a mãe do paciente, Vasti Oliveira Costa.

?Já a fisioterapia no Adolescentro é focada, principalmente, em ajudar no desenvolvimento das habilidades motoras dos adolescentes autistas e com deficiências intelectuais, além das questões psicossociais trabalhadas nos grupos multidisciplinares.

?A fisioterapia tem como objeto o movimento, ganho de força muscular e amplitude das articulações, enquanto a terapia ocupacional visa possibilitar que as pessoas realizem, da melhor forma possível, as atividades do seu dia a dia.

“Os profissionais dessas áreas vão estimular e impulsionar as pessoas a alcançarem o melhor desempenho funcional, conseguindo ter qualidade de vida e sentir-se bem, mesmo que para isso sejam necessárias adaptações.”, explica Raquel Andrade, Referência Técnica Distrital (RTD) de fisioterapia.

?Assistência na rede

A Secretaria de Saúde do DF disponibiliza atendimento de fisioterapia e de terapia ocupacional em todos os níveis de atenção. Na atenção primária, os profissionais atuam nas eMulti (equipe multiprofissional ampliada) como apoio às Equipes de Saúde da Família.

No cenário da atenção secundária, tem o escopo de atuação nos ambulatórios de reabilitação (física, intelectual, auditiva e visual) e na saúde mental, que na SES são: ambulatórios de saúde funcional, Centro Especializados em Reabilitação (CER), ambulatório de geriatria, CAPS e os ambulatórios de saúde mental.

Em ambiente hospitalar, o trabalho destes profissionais está relacionado a minimizar os efeitos da internação prolongada. Pensando nisso, o fisioterapeuta trabalha permitindo e incentivando a movimentação ativa do paciente e atua também na reabilitação cardiorrespiratória.

?Já entre as atribuições do terapeuta ocupacional está a de intervir no autocuidado, reabilitação, no cotidiano das pessoas durante o processo de internação, avaliando o desempenho ocupacional, abordagens cognitivas, físicas, sensoriais, avaliação, prescrição, confecção e treino de dispositivos de Tecnologia Assistiva (adaptação, órteses, etc.). O objetivo é incentivar a autonomia e independência, favorecendo assim o processo da alta hospitalar precoce.

?Após a alta hospitalar, caso o paciente necessite de acompanhamento em reabilitação, deverá ser encaminhado para atendimento especializado em ambulatórios, que são serviços da atenção secundária, vinculados às Policlínicas. Neles, ocorre a reabilitação do paciente, potencializando a funcionalidade e o retorno à rotina. O encaminhamento para reabilitação pode ser por diversas causas, por exemplo, pulmonares, neurológicas, oncológicas, ginecológicas e no pós-operatório.

?Os serviços de saúde mental e de atendimento domiciliar também contam com a assistência dos profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional.

Para o acesso aos serviços, a porta de entrada é a UBS, onde é feita uma avaliação pela Equipe de Saúde da Família. Os pacientes que necessitam de tratamento de mais complexidade tecnológica são encaminhados aos ambulatórios para o acompanhamento compartilhado do cuidado com as especialidades da atenção secundária.

Se precisa acessar um desses serviços, acesse aqui o InfoSaúde e encontre sua UBS de referência por meio do seu CEP.

?Dia comemorativo

O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional trabalham para promover, prevenir, tratar, habilitar e reabilitar a saúde do indivíduo. A Lei que regulamenta a atividade desses profissionais no Brasil foi publicada em 13 de outubro de 1969. Em homenagem, desde 2015 comemora-se o dia nacional desses profissionais nesta data.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado