Menu
Brasília

Estudo analisa o mercado de trabalho e educação dos jovens no DF

O estudo revelou que em 2021 a taxa de desemprego entre os jovens foi de 21,4% enquanto em geral foi de 11%

Redação Jornal de Brasília

04/11/2022 5h29

Foto: Divulgação

Amanda Karolyne
[email protected]

O projeto Retratos Sociais DF 2021, do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) está de volta, com os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). A análise sociodemográfica, educacional e do mercado de trabalho dos jovens do DF, foi divulgada no dia 3 de novembro, quinta-feira.

Essa taxa de desemprego entre jovens é mais alta do que na população total, especialmente em momentos de crise e de recessão. As regiões com maior taxa de desemprego são Brazlândia com 36,7%, e Recanto das Emas com 32,7% dos jovens desempregados. O Sudoeste/Octogonal fica com a menor taxa de desemprego, registrada em 1,6%, junto do Lago Sul com 5%.

Os jovens de 15 a 17 anos ocupam a maior taxa de desemprego, com 48% e inatividade de 85,3%. Já a faixa etária de 25 e 29 anos, tem a menor taxa, com 13,8%, e inatividade, 24,1%. Segundo a pesquisadora Juliana, esses registros têm a ver com os momentos dos ciclos de vida, quando esses jovens se inserem no mercado de trabalho, e o que é mais esperado para cada grupo. Enquanto a primeira faixa etária, de 15 a 17 anos, está saindo do ensino médio e adentrando a faculdade, dos 25 aos 29 anos, os jovens já estão inseridos no mercado de trabalho.

O primeiro estudo da série Retratos Sociais, com análises sociodemográficas de dados de grupos habitacionais específicos do DF, foi apresentado por Maria Salete e Juliana Estanislau. Quanto à formalidade do emprego, 70,83% dos jovens estavam em trabalhos formais enquanto 29,17%, ocupavam cargos informais. A pesquisa ressalta que a proporção de jovens informais é maior entre jovens de 15 a 17, com 65,13%, e entre jovens da classe DE, com 42,41%.

O estudo destacou os Jovens Nem-Nem, os famigerados jovens que nem estudam e nem trabalham, registrados em 20,8%, no DF. Os desocupados são 6,2%, e os inativos são 14,6%. Na classe DE, 30,9% eram classificados como nem-nem. Foram considerados como dessa categoria, 24,9% jovens negras, e 15,6% dos jovens negros nao trabalham ou estudam. Segundo o estudo, a incidência desse status é diferente entre os próprios jovens.

A pesquisa também mostrou que 42,7% dos jovens estão ocupados, enquanto 11,7% da juventude brasiliense não trabalha, mas estão aptos e à procura de um emprego. Os inativos, fora da força de trabalho, são 45,6%. O retrato também destaca que a proporção de inativos é maior nas classes mais ricas.

Na parte da escolaridade, foi registrado que 40% dos jovens frequentavam escola ou faculdade em 2021. Quanto aos jovens de 25 a 29 anos, 29,4% da classe A frequentam a faculdade, e apenas 7,1% da classe DE.

A pesquisa destaca que 60,3% dos jovens frequentavam o ensino público, sendo que 31,1% frequentavam o ensino superior. Desses, 54,20% dos jovens são da classe A, e 12,60% da classe DE. “Você percebe uma proporção decrescente, à medida que passa a olhar para o status socioeconômico de menor renda domiciliar”, frisa Juliana.

O estudo foi feito considerando jovens, pessoas de 15 a 29 anos, com três grupos: de 15 a 17 anos – ensino médio e ainda não se inseriram no mercado de trabalho; 18 a 24 anos, as idades correspondem a expectativa que os jovens estejam na faculdade; e dos 25 a 29, pessoas que já concluíram ensino superior e que já tenham feito a inserção para o mercado de trabalho.

Com isso, em 2021 residiam no DF, 725.916 jovens, o que significa 24,1% da população total. Desses, apenas 5,2% são da classe A, e 17,3% da classe DE. Os jovens negros registram 59,9%, e da população total, são 57,3% negros. Esse ano, a Pdad incluiu o número de pessoas que se consideram LGBTQIA +, o que resultou em 5,9% jovens acima de 18 anos, e ao todo, 3,8% da população.

Na pesquisa, foi visto que os jovens estão mais expostos às vulnerabilidades sociais. Foi usado o critério Brasil para fazer a análise socioeconômica desses jovens. Com base na Pdad, foi visto que os jovens da classe A, tem a renda mensal de R $240.878,00, enquanto os jovens da classe DE, vivem com uma renda média de R$1870,00.

Segundo o subsecretário de empreendedorismo da Secretaria de Juventude, Luiz Carlos, afirmou que a pasta trabalha com projetos de inclusão social, como também projetos de capacitação e empreendedorismo na juventude, e entende que esse estudo é fundamental para fazer um diagnóstico daquilo que é o retrato social do jovem hoje.

A especialista em saúde da família e comunidade, Carolina Beidacki, psicóloga representante da Ong Instituto Veredas, acredita que a pesquisa avança em explicar um cenário onde tantos jovens não estão tendo acesso nem a emprego nem a educação. “Me chamou atenção, as análises sobre o cenário do trabalho informal. A gente vê que quase um terço dos jovens no DF que trabalham, trabalham na informalidade”, ressalta. Para ela, fica claro que é preciso que se pense em formas de adaptar a realidade do jovem que trabalha na informalidade, para que as instituições possam preparar os jovens para as ocupações do futuro, porque muitas ocupações que tem hoje, tendem a ser eliminadas.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado