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Brasília

Estoques da vacina contra a influenza estão no fim

Com menos de 2 mil doses disponíveis, população terá que aguardar pela campanha nacional em março

Redação Jornal de Brasília

05/01/2022 18h57

Foto: Divulgação

Elisa Costa e Vitor Mendonça
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De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), os estoques da vacina trivalente contra a influenza estão baixos na rede pública de saúde. A pasta declarou que não há previsão para o reabastecimento, porque todas as doses da Rede Central de Frio já foram distribuídas.

Segundo as informações divulgadas, a região Central ainda possui 80 doses que estão disponíveis para aplicação no Centro Especializado de Saúde da Mulher (Cesmu), a região Leste possui 60 doses e a região Centro-Sul tem 400 doses. Na região Norte são 230 doses disponíveis, e na região Sul são 900. Ao todo, são 1.760 doses restantes.

Porém, quando as doses chegarem ao fim, a população do DF terá que esperar pelo início da campanha nacional de vacinação contra a gripe – organizada pelo Ministério da Saúde -, que acontecerá entre março e abril deste ano, sem previsão para adiantamento. De acordo com o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, um adiantamento na distribuição dependerá do Ministério da Saúde, que é quem distribui as doses tanto para o DF quanto para as demais unidades da federação.

A organização do calendário vacinal do órgão é feita de acordo com a época em que o vírus costuma circular com mais intensidade, pouco depois do primeiro trimestre, historicamente em maio e junho. “O que houve esse ano foi uma antecipação e alguns surtos aconteceram, como no Rio de Janeiro e em São Paulo. O que estamos fazendo agora é usar as que tínhamos nos postos de saúde e aguardaremos a redistribuição para a campanha de 2022”, destacou Valero.

Sabendo da demanda aumentada, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tomou a iniciativa de distribuir pouco mais de quatro mil doses do imunizante para a rede pública de saúde do DF. Segundo Valero, os imunizantes doados estão sendo verificados para entender se e quando poderão ser usados. “Minha equipe está verificando a qualidade do produto, a validade e o estado das doses”, comentou. Somente após a análise, elas poderão ser distribuídas para as unidades de saúde.

A vacina da gripe protege contra a Influenza A – mais conhecida como H1N1 -, contra a Influenza B e a nova cepa, H3N3. É segura e indicada a toda a população elegível como uma forma de prevenção, que pode evitar novas epidemias e quadros mais graves da doença.

“Flurona” não é motivo de preocupação

A SES-DF já notificou 26 casos de coinfecção por influenza e covid-19, através de exames coletados em laboratórios particulares. Porém, segundo o infectologista Dalcy Albuquerque, a infecção de ambas as doenças não indica maiores riscos à saúde: “Pelo conjunto que conhecemos, não há riscos. Não há indicações de que uma possa potencializar a outra nem de agravamento dos casos já registrados”.

Segundo o especialista, a manifestação de ambos os vírus é muito parecida, e por esse motivo, a coinfecção não deve aumentar a gravidade um do outro. “É provável também que muitas dessas infecções estejam ocorrendo sem a gente saber, porque os sintomas são semelhantes”, ressaltou Dalcy.

De acordo com o infectologista, os cuidados para prevenir a contaminação dupla são os mesmos que já vêm sendo seguidos ao longo da pandemia. Como as duas doenças são caracterizadas como síndromes respiratórias, é importante evitar aglomerações e a troca de saliva, já que o vírus pode se espalhar pelo ar. A população também deve manter o uso de máscara em lugares fechados, higienizar as mãos com álcool em gel e evitar o contato com pessoas que apresentem qualquer sintoma gripal.

Sobre os casos notificados pela SES, ainda não se sabe qual é a subtipagem do vírus influenza e as infecções não foram registradas no sistema que capta as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ou seja, não há registro de internação dos pacientes coinfectados.

Testes da influenza também podem acabar

Segundo o presidente do Sindicato de Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Distrito Federal (Sindilab-DF), Alexandre Bitencourt, o nível dos estoques de testes para detectar a influenza também estão baixos. O motivo foi o aumento da demanda pelos exames na última semana de dezembro e nos dias após a virada do ano. Bitencourt ainda ressaltou que o estoque pode acabar em 20 dias, de acordo com as previsões da instituição.

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