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Brasília

Espera por cilindro de oxigênio no DF pode chegar a 54 dias

A empresa White Martins alerta para risco de transformar UPAs em unidades para covid

Catarina Lima

24/03/2021 17h05

Hoje é impossível comprar um cilindro de oxigênio no Distrito Federal. As empresas do setor, que fornecem o produto a particulares, procuradas pela reportagem do Jornal de Brasília, informaram que os estoques estão esgotados e que a previsão de reposição é para a segunda quinzena de maio. Ou seja, o tempo mínimo de espera para comprar um cilindro de oxigênio no DF é de 54 dias.

A empresa White Martins, maior fornecedora de oxigênio do País, atendendo inclusive os hospitais do DF, informou que o consumo do insumo na capital aumentou 112% nos últimos sete dias em comparação com o mesmo período no mês de janeiro. A empresa não fornece cilindros portáteis de oxigênio – o produto em sua forma gasosa –, assim como não comercializa com pessoas físicas, atende somente hospitais e entidades públicas.

Entre os meses de setembro de 2020 e fevereiro de 2021, a White Martins forneceu aos seus clientes medicinais contratados no Distrito Federal, 3,7 milhões de metros cúbicos de oxigênio líquido, dos quais 1,8 milhões foram entregues entre 1° de janeiro e 22 de março deste ano.

Risco de pontos de oxigênio em UPAs

“A White Martins tem alertado exaustivamente às autoridades competentes sobre os riscos envolvidos na transformação de unidades de pronto atendimento em unidades de internação para pacientes com Covid-19 sem um planejamento adequado, o que traz impactos significativos na logística, na segurança operacional e na confiabilidade do abastecimento do oxigênio”, alertou a empresa.

De acordo com a fornecedora, algumas unidades não contam com infraestrutura apropriada, como tanques de estocagem de oxigênio e redes centralizadas para o gás, ou não possuem sistemas com a dimensão adequada para a expansão do consumo. “Vale reforçar que, para a segurança dos pacientes, esta adaptação de unidades de pronto atendimento só deveria ser realizada depois de um estudo de viabilidade, a fim de permitir a adequação da infraestrutura, a avaliação da acessibilidade dos veículos de transporte e, consequentemente, a garantia e a confiabilidade para entrega, armazenamento e uso de um produto essencial como o oxigênio”, enfatizou a distribuidora.

Outro alerta da empresa foi com relação às chamadas “gambiarras”, que são pontos improvisados para colocação de mangueiras. Segundo a White Martins, a companhia tem solicitado a seus clientes para que reparem todo e qualquer vazamento de oxigênio na tubulação, postos de consumo, válvulas e fluxômetros e que só utilizem fluxo de gás recomendado por terapia e garantam que não haja vazamento em nenhuma das roscas se for inevitável duplicar saídas de oxigênio (postos de consumo).

Aumento de 62% no consumo na rede pública

Com relação especificamente à Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a White Martins informou que segue aguardando um retorno formal sobre as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto, bem como previsão de demanda. “O volume fornecido para a Secretaria também segue dentro da quantidade total do contrato, porém o volume diário utilizado aumentou 62% nos primeiros 20 dias de março em comparação com o mesmo período de fevereiro fazendo com que a logística e a segurança ficassem muito impactadas na região”, destacou a empresa.

A White Martins informou que desde o início da pandemia de coronavírus para atender o aumento do consumo de oxigênio na região de Brasília já realizou sete grandes adequações de estocagem para os seus clientes. Além disso, segundo a empresa, foi dobrada a frota dedicada à distribuição de oxigênio líquido medicinal na região e foram trazidos para a capital dez novos profissionais e cerca de 150 equipamentos de oxigenioterapia para manter o volume crescente do consumo do produto.

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