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Brasília

Doença de Alzheimer: É o tipo de demência mais comum nos idosos do DF

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa

Mayra Dias

12/03/2023 21h17

“Ele começou esquecendo coisas simples como o meu nome, hoje ele não lembra nem como urinar”, relata Rafaela Oliveira. Ela é neta do Manoel, de 83 anos, que sofre de Alzheimer, doença que acomete cada vez mais idosos no DF. A longevidade alcançada nas últimas décadas evidenciou uma doença descoberta em 1906: o Alzheimer, que geralmente ocorre entre os 65 a 70 anos de idade. Apesar de não ter cura, a doença que acomete entre 7% e 10% da população, tem tratamento.

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa, que ocorre através da deterioração cognitiva e da memória. A doença é progressiva, irreversível, de causa desconhecida e com maior frequência entre os idosos. “Deixar de pagar as contas, esquecer a senha do banco, não saber mais como pegar o ônibus, não conseguir tomar o remédio sozinho, não saber mais fazer as compras do mês, esses são esquecimentos que devem ser avaliados”, recomenda Marcela Pandolfi, geriatra e coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso da Regional Núcleo Bandeirante.

Porém, de acordo com especialistas, o tratamento retarda o avanço do Alzheimer e prolonga a independência, a autonomia e a qualidade de vida do paciente e dos familiares. “Se não fossem os medicamentos e o tratamento, ele teria progredido de maneira bem mais rápida. Tem 3 anos que frequentamos os médicos frequentemente e damos a medicação direitinho”, diz Rafaela. Os médicos alertam que, embora nem todo esquecimento seja sinal de Alzheimer, é preciso estar atento urge quando esses esquecimentos começam a ter uma frequência maior e repercussão no funcionamento das atividades cotidianas.

De acordo com a secretaria, entre os principais sintomas da doença de Alzheimer estão:

  • Perda de memória
  • Dificuldade em resolver problemas
  • Desorientação no tempo e espaço
  • Dificuldade em realizar tarefas do cotidiano
  • Problemas de linguagem
  • Trocar o lugar das coisas
  • Alterações de comportamento.

A idade é o mais reconhecido fator de risco, e a influência genética pode representar de 1% a 5% dos casos. A doença também afeta mais mulheres do que homens.

Estudos mostram que os sinais de Alzheimer começam a aparecer de 10 a 15 anos antes do diagnóstico da doença. Apesar de não ter cura, o diagnóstico no início pode ajudar a retardar a progressão da doença. “Começamos a notar que ele não reconhecia mais a gente, e isso foi se tornando cada vez mais frequente, até que ele se esqueceu da própria esposa e da casa onde mora com ela”, relata Rafaela. “Levamos ele ao médico assim que notamos que os esquecimentos não eram normais apesar da idade”, acrescentou. O tratamento baseia-se no processo de retardar o avanço do Alzheimer e prolongar a maior independência, autonomia e qualidade de vida ao paciente e familiares. Neste sentido, o acompanhamento de uma equipe interdisciplinar é essencial para auxiliar o paciente, cuidador e familiares.

“A identificação dos sinais precocemente, em estágios iniciais, é de suma importância no sentido de se tentar controlar os sintomas e postergar os comprometimentos da capacidade funcional, ou seja, autonomia e independência”, explica Angela Maria Sacramento, Referência Técnica Distrital (RTD) de Terapia Ocupacional da Gerência de Saúde Funcional. De acordo com ela, a medida que a doença evolui, as pessoas tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros. “A partir daí iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e o paciente passa a necessitar de cuidados e supervisão permanente, até mesmo para as atividades da vida diária. Neste sentido o acompanhamento com a equipe interdisciplinar é fundamental”, destaca Angela. “Pacientes com Alzheimer são atendidos em quase todas as especialidades médicas. A geriatria realmente atende muitos pacientes com demência, mas a neurologia e psiquiatria também. O que quero dizer é que não é uma doença exclusiva de uma especialidade”, explica a Referência Técnica Distrital (RTD) de Geriatria/Alzheimer, Larissa de Freitas Oliveira.

Na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o paciente com Alzheimer tem seu acompanhamento longitudinal com a equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF), bem como nos Ambulatórios de Geriatria. Nesse, o paciente será acompanhado pelo geriatra e pela equipe interdisciplinar (terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, enfermeiro, psicólogo, assistente social, etc).

“Atualmente temos 11 ambulatórios de geriatria espalhados em todas as regiões de saúde do DF”, afirma a RTD. Os ambulatórios estão localizados em: Samambaia, Taguatinga, Asa Norte, Planaltina, Sobradinho, Paranoá, São Sebastião, Ceilândia, Núcleo Bandeirante, Guará e Gama.

Na região Sudoeste, especificamente em Taguatinga, há uma equipe interdisciplinar com serviço de saúde funcional, com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

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