A Universidade de Brasília (UnB) informou na noite desta segunda-feira (05), que não conseguirá realizar os pagamentos de dezembro. Através de uma nota divulgada pela Reitoria, a universidade atribuiu a dificuldade financeira aos recentes cortes efetuados pelo governo federal às universidades públicas. Cerca de R$ 17 milhões foram retirados da UnB na última quinta-feira, 1º.
“Não há recursos para pagar auxílio estudantil, contratos do Restaurante Universitário, da segurança, de manutenção, de limpeza e todas as demais despesas previstas para o mês, incluindo projetos de pesquisadores”, informa o comunicado.
Ainda segundo a universidade, “a situação financeira da UnB e das demais universidades federais já era dramática desde o início de 2022, piorou com o corte de 7,2% feito pelo governo federal no mês de junho (R$ 18 milhões só na UnB) e, agora, torna-se insustentável”.
A nota ainda repudia os cortes, afirma que o governo, atualmente do presidente Jair Bolsonaro (PL), decidiu deixar a situação para o próximo governo, do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá o posto em 2023.
“A UnB repudia veementemente essa situação e a herança calamitosa na Educação, Ciência e Tecnologia que o governo federal parece ter decidido deixar para o seu sucessor, em janeiro de 2023. A medida desconsidera, mais uma vez, que os principais atingidos pelos ataques às instituições públicas são as parcelas mais vulneráveis da sociedade brasileira. No caso das universidades, os mais afetados são os estudantes vulneráveis socioeconomicamente e os trabalhadores assalariados das empresas terceirizadas”.
A instituição afirmou que continuará buscando diálogo e a revogação da decisão. “Continuaremos atuando em defesa de nossa universidade, com o apoio da comunidade e em parceria com os reitores das universidades e dos institutos federais, com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), buscando o diálogo com o governo federal e com o Congresso Nacional para a reversão desta inadmissível situação”.
Por fim, a UnB destacou que “continuará atuante como sempre, necessária como nunca”.