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Brasília

DF registra mais de 7 mil casos prováveis de dengue em 2024

Segundo o boletim epidemiológico da SES, apenas este ano dois óbitos da doença já foram confirmados e outros 12 são investigados

Carolina Freitas

18/01/2024 15h21

Foto: Carolina Freitas/JBr

Com o aumento dos casos de dengue na capital, o Governo do Distrito Federal (GDF) intensificou as ações de combate à doença. De acordo com o novo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES), o DF registrou 5.275 casos prováveis de dengue entre os dias 7 e 13 de janeiro. Desde o início de 2024, foram 7.329 casos prováveis notificados, um aumento de 435% frente ao mesmo período do ano passado, quando os registros chegaram a 1.370.

Em média, são registrados 715 casos de dengue por dia no DF, e 600 testes estão sendo realizados diariamente. Apenas este ano, dois óbitos já foram confirmados da doença, e outros 12 estão em análise na SES. As regiões administrativas com maiores incidência de casos de dengue são: Brazlândia, Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Samambaia, Recanto das Emas, Sobradinho, São Sebastião, Estrutural e Santa Maria.

Os dados foram apresentados, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18), pelo secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, no qual citou a dificuldade que as equipes de combate à dengue enfrentam para entrar nas residências para verificar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, muitas vezes as pessoas são relutantes nas visitas.

“A luta contra a dengue não se faz apenas com o estado, por isso, é importante a divulgação, sendo fundamental a participação da população no enfrentamento a essa doença. Nós sabemos que se a população não fizer a parte dela nós teremos muito mais dificuldades. A ideia do Governo do Distrito Federal agora é levar a presença do estado para mais perto do cidadão”, comentou Rocha.

Por conta da necessidade de conscientização da população, a Secretaria de Comunicação Social do DF (Secom) investiu R$ 5 milhões em campanhas publicitárias com foco em informar as pessoas sobre o combate à dengue. As campanhas vão ao ar a partir do final de semana. Além disso, carros de som passaram nas regiões com orientações sobre a doença.

Ações de combate à dengue

Com objetivo de reduzir os casos de dengue no DF, a Casa Civil, Secretaria de Saúde, Defesa Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) uniram-se, até maio, em ações conjuntas no combate ao mosquito Aedes aegypti.

A partir de amanhã (19), tendas de atendimento serão instaladas junto às administrações regionais das nove cidades com maiores casos de dengue confirmados (regiões citadas acima). As tendas começam a funcionar sábado (20) e contarão com serviço disponível das 7 horas às 19 horas, no qual serão realizados exames para detectar casos de dengue e assistência médica para quem encontra-se com sintomas. Os atendimentos nas tendas funcionarão à princípio por 45 dias.

Além das tendas, a SES ampliou o atendimento em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A partir deste final de semana (dias 20 e 21), as UBSs II de Ceilândia e II e Brazlândia passarão a funcionar aos sábados e domingos. A pasta destaca que outras 60 unidades já abrem aos sábados, das 7h às 12h, e 14 fazem atendimentos de segunda a sexta-feira até às 22h. As seguintes UBSs passam a funcionar até às 22h: 1 Asa Sul; 1 Paranoá; 1 São Sebastião; 1 Águas Claras; 2 Recanto das Emas; 5 Taguatinga;1 Vicente Pires; 3 Ceilândia; 7 Ceilândia; 6 Gama e 1 Santa Maria.

De acordo com o GDF, será intensificado o uso dos fumacês, e cada região administrativa contará com um aplicador de inseticida de ultra baixo volume (UBV) permanente para o combate ao mosquito. Caso seja necessário, outros fumacês estarão disponíveis para as cidades com maiores demandas.

Em relação ao fumacê, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio explica a sua eficiência: “Os inseticidas e larvicidas utilizados no fumacê tem selo de segurança da Anvisa e temos toda uma estratégia em relação a velocidade do carro, horário de passagem para que sua eficiência seja maior. Para aumentar essa eficiência, pedimos que as pessoas deixem as janelas abertas quando o fumacê passar. Nós não temos registros de intoxicações em pessoas por conta do veneno, dessa forma posso afirmar que não há dano a população”.

Uma outra ação do GDF será o combate ao descarte irregular de lixo, um dos locais de foco do mosquito da dengue. Nas nove cidades com maiores casos da doença foram identificados pelo SLU 54 pontos de descarte ilegal de lixo, no qual passarão por limpeza e contarão com plantio de mudas.

“Nós temos um projeto chamado ‘De Cara Nova’, no qual ano passado revitalizamos 11 pontos de descarte irregular, agora em parceria com a Novacap o nosso objetivo será eliminar esses lixões. Nós vamos limpar todos esses 54 pontos, plantar mudas e cercar as entradas para evitar novos descartes irregulares. Cada ponto também contará com uma placa identificando a proibição do descarte de lixo, com um telefone de denúncia, o 162”, destacou o presidente do SLU, Silvio de Moraes.

A Defesa Civil disponibilizou ainda o canal 199 exclusivo para que a população possa ser orientada sobre a dengue, com informações sobre os locais de atendimento. Além disso, denúncias de focos do mosquito também serão recebidas por este número para que uma equipe seja designada para o local.

Nesta semana, o GDF também nomeou 79 agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) para reforçar o combate à dengue. Os profissionais ficarão responsáveis por visitar as residências e orientar os moradores sobre eventuais focos do mosquito. Outras nomeações são previstas de acordo com a SES.

Vacina

No dia 12 de janeiro, a vice-governadora Celina Leão enviou ofício ao Ministério da Saúde alertando sobre o aumento de casos de dengue no DF, com objetivo de solicitar uma antecipação no cronograma de vacinação na capital. Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, ainda não houve resposta do Governo Federal em relação ao ofício.

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