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Brasília

Denunciar agressões pode prevenir tragédias como a de Jéssyka Lainara

Arquivo Geral

08/05/2018 7h30

Reprodução/Arquivo Pessoal

Rafaella panceri
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O caso mais recente de feminicídio, registrado na Expansão do Setor O, em Ceilândia, na última sexta-feira (4), é o décimo em 2018 e gera um alerta para a importância de denunciar casos de agressão prévia. Antes de ser morta pelo ex-namorado, Jéssyka Laynara da Silva Souza, 25 anos, foi agredida, mas não comunicou à polícia.

“Isso poderia ter evitado a morte da minha prima”, lamenta o fotógrafo Leandro Silva, 35 anos. Sobre o caso, o comandante geral da PM, Marcos Antônio Nunes, diz que o autor, o soldado Ronan Menezes do Rego, não tinha registros de conduta alterada. “Quando isso acontece, o policial é acompanhado por psiquiatras, psicólogos e pode sofrer processo de exclusão”, explica.

Murros e chutes

Dias antes de ser morta, Jéssyka Laynara compartilhou com uma amiga fotos de hematomas, resultado de agressões feitas pelo PM. Ela não pretendia denunciá-lo. “O pai dele falou que eu sou omissa, mas eu não quero ir à delegacia nem ao hospital, porque vão saber o que aconteceu. Não quero prejudicá-lo”, confessou, em áudio.

A jovem relatou ter sentido dores no corpo. “Eu não conseguia nem andar depois. Eu estava sentindo tanta dor no estômago, levei tanto murro, chutes na perna. Minha costela, minhas costas estão verdes. Eu não conseguia nem mastigar de tanta dor que sentia na mandíbula”, revelou.

A delegada Sandra Gomes, chefeda Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), afirma que denunciar é um compromisso da comunidade: “É preciso orientar as famílias, os líderes espirituais, professores, para que eles também saibam como agir para acolher essas vítimas e denunciar estes casos para evitar mortes”.

Não se cale

A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) recebe denúncias anônimas, durante 24 horas, em todo o País.
No DF, há uma Delegacia Especial de Atendimento a Mulher na 204/205 Sul. O telefone da PCDF é o 197.

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