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Brasília

Combate à dengue nos condomínios, veja como se prevenir

Aedes aegypti consegue adentrar os andares mais altos dos prédios pelos elevadores e bolsas dos moradores

Carolina Freitas

19/02/2024 17h14

Crédito: Divulgação / Condomínio Residencial Rivoli

Apesar do mosquito da dengue ter um raio de atuação de apenas 100 metros e atingir uma altura máxima de três metros, o inseto consegue chegar nos andares mais altos dos prédios. Segundo especialistas, a ação do Aedes aegypti é possível nos apartamentos pelo fato do mosquito “pegar carona” nos elevadores e bolsas dos moradores. Em outros casos, o acesso pode ser através de recipientes que contenham ovo ou larva do mosquito.

 

A tendência não é que o Aedes aegypti opte por lugares mais altos, mas engana-se quem pensa estar protegido da dengue por morar em apartamento. O comum é que os focos fiquem mais concentrados no térreo ou no primeiro andar, mas isso não impede o acesso do mosquito em todos os andares do condomínio, e até na cobertura.

 

“Mesmo não sendo muito comum que o Aedes aegypti se aglomere em locais muito altos, isso não impede que o mosquito possa atingir esses locais. Nós sabemos que algumas coberturas de prédio tem muita chance de ter acúmulo de água. Então, se o mosquito conseguir chegar naquela altitude ele pode chegar a transmitir a dengue. A preferência do mosquito será sempre por locais que tenham água parada e sol, isso independente de ser alto ou baixo”, explicou ao Jornal de Brasília, o dr. Werciley Júnior, coordenador de Infectologia do Hospital Santa Lúcia.

 

O especialista esclareceu que o acesso mais comum do Aedes aegypti nos apartamentos acontece pelo elevador. “O mosquito consegue subir como ovo ou lavar em resíduos, como flores, água ou objetos contaminados. Mas o mais comum é o mosquito pegar carona no fosso do elevador e ir galgando andares”, disse.

 

 

Para o infectologista, os moradores dos condomínios devem ficar alertas, e seguir as orientações para evitar casos de dengue em prédios. “Pensando no meio coletivo, os moradores e o condomínio devem pensar sempre em combater os reservatórios. Algumas garagens nesse período chuvoso podem acumular água e todos devem ficar atentos a isso. Além da atenção especial nos vasos de plantas. Já como indivíduo, deve-se pensar sempre no uso do repelente e telas. Essas ações vão diminuir a presença desses insetos nos condomínios”, destacou o dr. Werciley.

 

Ações contra o Aedes aegypti

 

Ao Jornal de Brasília, o síndico do Condomínio Residencial Rivoli, em Águas Claras, Evandro Henrique, destacou algumas medidas que o prédio está tomando em relação a dengue: “Na área comum do condomínio todos os funcionários são orientados a verificar sempre se tem acúmulo de água, em especial na área da jardinagem. Como a parte do jardim do condomínio é bem grande, a nossa orientação é que sempre haja uma atenção redobrada em relação à dengue”.

 

O síndico falou ainda que o condomínio toma cuidados em relação às calhas, para evitar acúmulo de água e focos do mosquito da dengue. “Se tiver alguma possibilidade de ter focos da dengue, nós também jogamos produtos para que não ocorra a proliferação. Toda a verificação é quase que diária. Em relação ao cuidado individual, dentro dos apartamentos, nós sempre buscamos trazer campanhas educativas em relação ao assunto para que os moradores também estejam sempre verificando suas plantas ou se tem algum local com acúmulo de água que possa ser um criadouro do mosquito. Nós observamos que os moradores são bem parceiros do condomínio no combate à dengue”, afirmou.

 

Mesmo com todos os cuidados em relação à dengue no condomínio, Evandro disse que cerca de 15 moradores, e até ele, contraíram a doença desde o início do ano. Segundo o síndico, a contaminação também é vista em outros condomínios que se encontram perto do Rivoli, e o número de casos pode ser explicado por causa de focos do mosquito que podem estar localizados em lotes vazios ou em obras que estão nas proximidades dos prédios residenciais.

 

“Por conta dos vários lotes vazios e obras que rodeiam o condomínio fica difícil combater o mosquito. Nós vemos que nesses locais não têm cuidado, as pessoas abandonam mesmo o local e deixam a mercê da sorte. Nós já fizemos inúmeras reclamações através dos canais oficiais do GDF, como o Participa DF, mas nada foi feito para resolver o problema desses lotes vazios e obras que podem ser focos da dengue”, desabafou o síndico.

 

Em nota ao Jornal de Brasília, o Sindicondomínio DF informou que reitera sempre para que os gestores condominiais sigam integralmente as diretrizes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) em relação ao combate à dengue. “Para a entidade sindical o melhor combate à dengue é a prevenção, pois a proliferação incontrolada do mosquito Aedes aegypti potencializa a contaminação da doença”, citou.

 

“É muito importante que as pessoas acometidas pela dengue evitem a todo custo serem picadas pelo mosquito vetor, pois assim, a contaminação irá diminuir muito. As pessoas contaminadas devem usar roupas que cubram a maior área possível da pele, usar repelentes, usar telas anti-mosquitos em portas e janelas das residências e usar mosquiteiros durante repouso”, completa a nota.

 

Veja abaixo algumas das medidas indicadas por especialistas, e reiteradas pelo Sindicondomínio DF:

 

* Armazene o lixo de casa em sacos plásticos bem fechados, e também mantenha a lixeira tampada;

* Mantenha tonéis e barris de água bem tampadas;

* Esticar bem as lonas usadas para cobrir objetos ou entulhos;

* Limpe a calha com regularidade, eliminando folhas e qualquer material que possa impedir a água de correr. Quando a calha está entupida, a água se acumula e pode virar um criadouro do Aedes aegypti;

* Não deixe os vasos das plantas com água parada; para evitar, basta encher os pratos com areia até a borda;

* Se tem plantas aquáticas em casa, dedique um tempo pelo menos uma vez na semana para trocar a água e lavar o vaso com escova, água e sabão;

* Qualquer recipiente que possa acumular água deve ser armazenado virados para baixo, como garrafas e outros materiais;

* Acondicionar os pneus em locais cobertos;

* Fechar bem os sacos de lixo e deixar fora do alcance de animais;

* Verifique se a sua caixa d’água está bem fechada. Quando aberta, ela pode virar uma verdadeira “maternidade” para o mosquito transmissor da dengue;

* Não deixar água acumulada sobre as lajes. Mantenha-as sempre secas;

* Limpar bandeja do ar-condicionado para evitar acúmulo de água;

* Remover o acúmulo de água em outros objetos.

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