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Brasília

Com 50 anos de profissão, presidente do Creci-DF faz balanço de gestão

Geraldo Nascimento foi eleito presidente nas últimas duas eleições. O mandato termina agora e o atual presidente resolveu não se candidatar

Redação Jornal de Brasília

13/05/2024 5h00

Foto: Divulgação

Luís Nova
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O Jornal de Brasília entrevista o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-DF), Geraldo Nascimento, que está à frente da autarquia pelo segundo mandato seguido. O corretor tem quase 50 anos de profissão, 32 dedicados exclusivamente para a melhoria da categoria. Geraldo é mineiro e nasceu em 1955 em Minas Gerais. Chegou ao Distrito Federal em 15 de maio de 1970, é casado há 35 anos, é evangélico, tem quatro filhos e 6 netos. O presidente torce para dois times, o Botafogo, do Rio de Janeiro, e o Atlético Mineiro, clube da sua terra natal.

Geraldo Nascimento começou sua vida profissional como office-boy. Anos depois virou gerente de uma imobiliária e posteriormente sócio. Durante os 50 anos de profissão, Geraldo criou os filhos, construiu sua casa e lutou pela categoria. O presidente do Creci-DF não disputará mais eleições para o Creci, afinal, teve muitas decepções com o grupo que o apoiava durante o mandato. As próximas eleições para o Conselho estão suspensas, como noticiou o JBr em 15 de abril.

Como foi sua experiência à frente do CRECI?

Lidar com vaidades alheias, administrar invejas e lidar com pessoas com desvio de conduta não foi fácil. Porém, como fui Conselheiro efetivo do CRECI-DF por dezesseis anos e meio, sempre mantive-me fiel aos meus princípios e ao presidente. Além disso, minha experiência como Diretor de uma Central Sindical, Presidente do Sindicato de Corretores de Imóveis do DF por nove anos, membro da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), Vice-Presidente da Federação de Corretores de Imóveis (FENACI) e Presidente da Associação dos Conselheiros (ASCOP) me proporcionou o conhecimento e a habilidade necessários para lidar com esses desafios.

Valeu a pena a dedicação ao Conselho?

Como idealista, sim. Apesar das oposições enfrentadas internamente por vaidades e interesses não declarados, consegui, com esforço, melhorar nossa Autarquia e realizar uma administração que muitos consideraram excelente. Realizei grandes feitos para nossa Autarquia e para minha profissão, da qual tenho muito orgulho e carinho. Porém, como profissional, houve desvantagens. Tive que sacrificar meus interesses financeiros e o tempo com minha família devido ao compromisso exigido para desempenhar essa função.

Na próxima eleição, quais conselhos você dá para o próximo presidente?

É importante que o próximo presidente tenha muito cuidado na escolha das pessoas que irá indicar para ocupar cargos importantes, como Diretor Secretário e Diretor Financeiro. Indicar conhecidos em vez de amigos pode não ser uma estratégia segura, já que, muitas vezes, quem entra no poder não é o mesmo que sai.

Como descreve seu mandato e todas as coisas que passou nele?

Encerro meu mandato como um desafio necessário, pois a entidade que tanto amo precisava de alguém destemido, sem vaidades e sem interesses financeiros. Em 2019, ao assumir a presidência, encontrei o CRECI em uma situação financeira precária, com uma sede deteriorada sem equipamento de trabalho e funcionários desmotivados. Enfrentei diversos desafios, como dívidas trabalhistas e uma autarquia sem recursos para cumprir suas obrigações básicas. Trabalhei incansavelmente para reerguer a instituição, implementando medidas como parcerias para benefícios aos corretores, atendimento virtual inteligente e enfrentando a pandemia da Covid-19. Mesmo diante das adversidades, concluí meu primeiro mandato com sucesso. No entanto, no segundo mandato após a reeleição, enfrentei traições e manipulações que prejudicam a integridade do processo eleitoral e a gestão da autarquia.

Vencemos sem ter que buscar recursos externos, diversos parceiros de benefícios em todos os segmentos de benefício para toda a categoria, implantamos o atendimento virtual inteligente, enfrentamos pandemia da Covid19, venci o primeiro mandado com louvor, segundo mandato gestão 2022 a 2024, em primeiro de abril tirei licença para candidatar-me a cargo eletivo, “não fiz campanha” porque logo de início, aqueles que pelas dificuldades administrativa, diziam que estavam com suas renúncias prontas e outro que não fazia sacrifício, porque os Corretores não merecem, encontrando um bom saldo bancário, conseguido com sacrifício pessoal do presidente e corte de despesas supérflua, de viagens e vaidades costumas na gestão antecessora, passaram a comentar que eu não voltaria mais, iniciou as manipulações peculiares de traidores, colocando pessoas fracas, sem escrúpulos nos cargos principais, com gratificações e aumento de salário para os escolhidos, manipulando o sistema de informática do Conselho, para favorecer as candidaturas deles, paralisando todo o atendimento da autarquia por um bom período, retirando o acesso ao sistema até mesmo do presidente, deixando nas mão apenas dos citados de suas confianças.

Como o CRECI vê a suspensão das eleições?

A suspensão das eleições foi recebida com indignação pelo CRECI. Não tive acesso aos argumentos da chapa impugnada pela Comissão Eleitoral Federal (CEF) do COFECI nem à fundamentação que levou o juiz a tomar essa decisão. O Art. 12 da Lei 6.530/78 estabelece que apenas corretores de imóveis com inscrição principal na jurisdição há mais de dois anos e sem condenações por infrações disciplinares podem ser membros do Conselho Regional. Considero arriscado que um corretor com apenas dois anos de experiência possa se tornar presidente de uma autarquia federal, pois isso significa assumir uma posição de gestão pública sem o devido conhecimento da profissão. Normalmente, as eleições ocorrem seis meses antes do término do mandato da gestão que será substituída, o que significa que alguém com apenas um ano e meio de inscrição na profissão poderia assumir a gestão pública. Além disso, as resoluções muitas vezes exigem detalhes irrelevantes, como preencher todos os campos sem deixar linhas em branco ou evitar rasuras. Por exemplo, solicitar o número do telefone fixo residencial pode parecer uma exigência desnecessária, especialmente quando alguns candidatos podem não ter um telefone fixo declarado, exigir o nome do Pari, algum postulante pode não ter o Pai declarado, é constrangedor escrever na linha que não tem. Essas exigências, muitas vezes fora da lei, podem irritar os magistrados. A sentença do magistrado determinando uma eleição no final do mandato de três anos, com os mesmos membros das chapas, alguns dos quais não atendiam às resoluções e ao Artigo 12 da Lei 6.530/78, já prescreveram e outros foram sentenciados nas duas instâncias. É inadmissível que alguém que não respeite as normas legais possa se tornar gestor público, responsável por administrar recursos financeiros e proteger os interesses da sociedade e dos corretores de imóveis.

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