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Brasília

Checklist contra a dengue: como combater o mosquito Aedes aegypti em casa

Agentes da Vigilância Ambiental em Saúde inspecionam residências e ensinam moradores a fazer vistoria semanal rápida

Redação Jornal de Brasília

07/12/2023 18h45

Em meio ao período de chuvas, agentes da Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) reforçam ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya, zika e febre amarela. No Cruzeiro Velho, quadra 8, bloco L, por exemplo, os profissionais visitaram quintais das residências para identificar possíveis focos e ensinar aos moradores o passo a passo de uma vistoria que leva apenas 10 minutos semanais para avaliação da casa e do quintal.

Para isso, o morador tem a ajuda de um checklist entregue pelo agente na visita. O panfleto mostra os cuidados necessários contra o mosquito e o acúmulo de água parada. Conforme a inspeção é feita, basta preencher o encarte, dando check nos itens cumpridos. Seguindo o manual, devem ser retirados galhos e folhas de calhas; preencher pratinhos de plantas com areia; guardar de pneus em locais cobertos;e manter caixas d’água tampadas, entre outras ações.

“Precisamos muito conscientizar o morador ou proprietário de que ele é responsável pelo seu imóvel. Nós passamos a cada 60 ou 90 dias, se ele não fizer essa inspeção e verificar se há depósito água acumulada, nosso serviço é perdido, porque até a próxima visita vários mosquitos já nasceram”, alerta o coordenador do Controle Químico e Biológico do Distrito Federal da Gerência de Vigilância Ambiental de Vetores, Animais Peçonhentos e Ações de Campo (Gevac), Reginaldo Feliciano da Silva Braga.

Na visita casa a casa, os agentes eliminam possíveis focos ou tratam prováveis depósitos de ovos do mosquito com o uso de larvicida. Um único ovo do Aedes aegypti consegue sobreviver até 400 dias sem contato com a água, só aguardando o primeiro momento de chuva para eclodir.

A rotina de inspeções ocorre também em comércios e órgãos públicos e é semelhante à realizada nas residências. “Fazemos a inspeção interna e externa olhando todo tipo de possível criadouro que possa acumular água. Plantas como bromélias, baldes, lixo acumulado, ocos de árvores, bebedouros de animais, degelo das geladeiras, todos os locais que acumulam água precisam ser inspecionados por nós e pelo morador [ou responsável pela área]”, reforça Braga.

Parceria com a população

Entre as ações permanentes adotadas pela saúde pública do DF para combater o mosquito estão o fumacê, o manejo ambiental, o controle químico, as inspeções dos agentes de vigilância a residências e o investimento em novas tecnologias, como as armadilhas ovitrampas. Todo esse trabalho, no entanto, só é efetivo com a colaboração e participação da população.

“O combate à dengue é diário. É essencial receber o agente de vigilância ambiental para fazer a inspeção e orientar o que deve mudar, como proceder. Isso é muito importante. É um trabalho conjunto”, explica a chefe do Núcleo Regional de Vigilância Ambiental Sul, Sandra Silva.

Como identificar os agentes?

O papel dos agentes é fundamental no combate ao mosquito e às doenças transmitidas por ele, por isso, é preciso permitir as visitas de rotina. Todos eles possuem uniforme composto por camiseta branca e colete caqui identificados com o brasão do Distrito Federal, além da logomarca do GDF e o nome da Diretoria Ambiental em Saúde (Dival).

Os profissionais ainda utilizam crachá de identificação com logomarcas da Secretaria de Saúde do DF contendo nome, foto, matrícula e dados funcionais. Para checar as informações e se sentir mais seguro, é possível ligar no telefone 3449 – 4428 e confirmar a identidade do servidor.

Com os esforços contra a dengue, as equipes já inspecionaram, neste ano, 2.056.344 imóveis no Distrito Federal. Fernanda Costa Melo da Silva, de 41 anos, moradora do Cruzeiro Velho já abriu as portas de sua casa e recebeu a visita de uma das equipes. Agora, após a vistoria, ela continua o trabalho de prevenção na residência.

“A dengue mata. É muito importante receber os agentes. Aqui em casa estamos sempre atentos, vendo se tem alguma vasilha com água parada, ainda mais nas áreas externas. Já tive dengue e foi a pior coisa da minha vida. Foi a única doença que me deixou de cama. Fiquei muito dolorida, com febre alta”, relata. “Faço de tudo para não sentir isso de novo. Muitos riscos podem ser sanados pela conscientização da população. Depende de nós também.”

A agente de vigilância ambiental de saúde ?Mirian de Souza ressalta que a cumplicidade com a comunidade é um diferencial e que muitos já estão habituados ao serviço. “As pessoas já conhecem o nosso trabalho e ficam mais à vontade para atender. Isso facilita porque separam um tempo para nos dar mais atenção, mesmo na correria do dia a dia. E a gente tenta se encaixar na rotina deles”, avalia.

Dengue no DF

Os principais sintomas da dengue são: febre alta acima de 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Em 2023, até o começo de dezembro, foram notificados 43.265 casos suspeitos de dengue, dos quais 31.997 eram prováveis. Houve uma redução de 55,5% no número de casos prováveis de dengue em residentes no DF se comparado ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 67.950 casos prováveis da doença.

Checklist de 10 minutos para vistoria de imóvel contra o mosquito da dengue:?

– retire galhos e folhas das calhas
– guarde garrafas com a boca viradas para baixo
– faça a manutenção de piscinas
– guarde pneus em locais cobertos
– mantenha lajes sempre limpas
– tampe tonéis e caixas d’água
– preencha pratinhos de plantas com areia e lave-os uma vez por semana
– mantenha os ralos sempre limpos e com telas de proteção
– estique bem as lonas de proteção para evitar acúmulo de água
– feche bem os sacos de lixo e coloque-os longe do alcance de animais
– limpe bandejas de geladeiras e ares-condicionados
– cheque se há acúmulo de água em outros objetos

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