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Brasília

Chacina: família faz vaquinha para enterrar corpos

Dos 10 desaparecidos, até o momento, sete corpos foram encontrados, mas apenas cinco foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML)

Geovanna Bispo

23/01/2023 7h01

Foto: Divulgação

Os familiares das dez pessoas sequestradas e assassinadas na última semana iniciaram uma vaquinha para ajudar no transporte e velório das vítimas. Os corpos de duas vítimas estão em Belo Horizonte e precisam ser trazidos para o Distrito Federal para serem velados.

Segundo Suzana*, parente próxima de uma das vítimas, os corpos da Elizamar da Silva e de seus três filhos já foram liberados para serem enterrados, mas os de Gabriela e Renata ainda não foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). “Nós não sabemos como, nem quando e nem como vamos trazê-las para o sepultamento”, explicou ao Jornal de Brasília e o programa Pão na Chapa.

No último dia 13, a cabeleireira Elizamar e seus três filhos desapareceram após deixaram a casa do sogro, onde ela teria ido para buscar o marido, Thiago. Dois dias depois, o carro da cabeleireira foi encontrado queimado com quatro corpos carbonizados na GO-436, em Luziânia (GO).

No mesmo dia, Thiago, os sogros de Elizamar e a cunhada, Gabriela, também desapareceram. Na madrugada de segunda-feira (17), o carro de Marcos foi encontrado também queimados com os possíveis corpos da esposa e da filha dele na BR-251, próximo a Unaí (MG).

Ainda no dia 17, a ex-esposa de Marcos, Cláudia Regina Marques de Oliveira, e a filha dela, Ana Beatriz Marques de Oliveira, também tiveram o desaparecimento registrado. Mesmo assim, familiares delas afirmam que elas teriam sumido ainda no dia 13.

Três homens foram presos acusados de participação no crime. Segundo Horácio Carlos, um dos suspeitos, o crime teria sido encomendado por Thiago e Marcos, que prometeram pagar ao trio R$ 100 mil pelo crime. Porém, agora que o corpo do mais velho foi encontrado, a teoria perde a força.

Dos 10 desaparecidos, até o momento, sete corpos foram encontrados, mas apenas cinco foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML). “Ainda temos esperança que ele [Thiago] apareça vivo”, disse a familiar. Além de Thiago, a ex-esposa de Marcos, Cláudia Regina de Oliveira, e a filha dela, Ana Beatriz de Oliveira, ainda estão desaparecidas.

Na última quarta-feira (18), a PCDF e o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) encontraram o corpo de Marcos enterrado na casa onde Renata e Gabriela teriam sido mantidas em cativeiro, em Planaltina.

O cadáver, enterrado em uma cova com 30 a 50cm, estava decapitado e sem os braços. Segundo o tenente Abreu do CBMDF, o estado de decomposição indica que Marcos foi morto entre 4 e 10 dias atrás.

4º suspeito

A PCDF está procurando o quarto suspeito de participar do sequestro e assassinato de toda uma família na última semana.

Carlomam dos Santos Nogueira, de 26 anos, teria relação com Horácio Carlos, de 49 anos, e Gideon Batista, de 55 anos, outros suspeitos já presos por participação nos crimes. Além deles, Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos, também foi preso acusado ter sido contratado para vigiar Renata e Gabriela no cativeiro.

Motivação

Inicialmente, com base nos depoimentos dos suspeitos, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) trabalhava com a possibilidade de que os crimes teriam sido encomendados por Marcos e Thiago, que teriam prometido R$ 100 para que eles matassem a família. Porém, após o corpo de Marcos ter sido encontrado, a teoria foi deixada de lado. Ainda assim, a corporação considerava que os assassinatos teriam sido motivados por dinheiro.

Porém, ainda de acordo com Suzana, a motivação do crime não foi financeira e os supostos R$ 400 mil da venda de um imóvel nunca existiram. “Nada foi vendido, não tem dinheiro. […] Pelo menos na conta da Renata e da Gabriela nunca existiu R$ 400 mil, nunca existiu casa”, contou a parente.

Segundo ela, o último imóvel vendido por Renata Juliene Belchior foi em setembro de 2021, no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria, região em que as vítimas moravam. “Há um ano e meio atrás ela vendeu um imóvel no valor de R$ 68 mil, mas foi só”, continuou.

Na verdade, para Suzana, o que motivou o crime foi a suposta inveja dos assassinos por Marcos Antônio. Dois dos acusados pelo crime trabalhavam para Marcos e moravam na mesma chácara que a família.

Como doar

A família criou uma vaquinha para arrecadar o dinheiro, que pode ser doado pelo link https://www.vakinha.com.br/3407465. Outra forma de ajudar é direto pelo pix ou transferência bancária da responsável.

Pix: 55969747149 – CPF

Transferência bancária: BRB – AG 204 – CC 202002 2

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