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Brasília

Centro de Brasília tem dia agitado em aniversário

Oficinas e programações para a família movimentaram espaços nos arredores do Museu Nacional, na Esplanada

Vítor Mendonça

21/04/2024 18h01

Foto: Jornal de Brasília/Vítor Mendonça

O dia ensolarado e cheio de programações marcou o aniversário de Brasília neste domingo (21), na Esplanada dos Ministérios. Nos arredores do Museu Nacional, o público que visitou o espaço cultural, montado com diversas programações, participou de atividades como escalada, basquete, batalha de Bboys, skate, graffiti, entre outras. No início da noite, às 18h30 a Orquestra Sinfônica Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS) se apresenta no Palco BSB6.4.

Uma das artistas a grafitar no espaço cultural juntamente com a oficina montada para o evento foi Thuiza Oliveira, 23 anos, conhecida como Scorpia, que considera a participação no evento uma forma de divulgação e democratização da arte do Graffiti, que por muito tempo se manteve em Regiões Administrativas mais distantes do centro de Brasília, segundo ela, muitas vezes desvalorizada.

“É muito legal estar participando de um evento na Esplanada, bem no centro de Brasília. É gratificante poder ter um espaço aqui e é bom porque chama a atenção da galera que gosta. A gente consegue transformar os ambientes urbanos, deixando mais bonito na quebrada para a galera que vive por lá, para ter um conforto [visual] no dia a dia puxado do trabalhador”, destacou.

A paixão pela arte de rua começou durante a pandemia de covid-19. Com o confinamento, ela começou a pintar e se interessar pelos desenhos feitos nos espaços urbanos. Quando as flexibilizações sanitárias iniciaram, ela começou a testar a pintura na rua, de início sozinha. Ao longo do tempo, se integrou aos eventos de Graffiti e assim ela foi se desenvolvendo na arte e ganhando espaço na cultura local.

“Aprendi muito vendo outras pessoas fazendo, ainda mais observando a galera da antiga, a galera de Ceilândia. Para mim é o local com mais arte e com a galera mais talentosa, na minha opinião. Lá tem quem já mexe com Graffiti há muito tempo e que é uma inspiração para mim”, continuou.

A popularização da arte com a participação no aniversário de Brasília é motivo de alegria para ela, por “ocupar espaços que antes não eram ocupados”. “Antes não era valorizado nem a ponto de ter uma oficina de Graffiti. Mas a gente resiste e tenta sempre colocar nossa arte nos lugares e deixar o dia de todo mundo mais bonito. E vamos continuar cada vez mais”, finalizou.

Participante da oficina, Guilherme Araújo, 18, já havia grafitado antes em Ceilândia, onde mora, mas, em razão da rotina de trabalho como militar, não teve oportunidade de voltar a mexer com a arte de rua. “Tô matando a saudade aqui”, disse.

“Tô achando legal essa iniciativa do governador para juntar o pessoal aqui no centro de Brasília. […] “Muito ‘da hora’ reunir as pessoas aqui, as crianças, para dar uma moral maior para elas de que fazer Graffiti também é arte, é vida, e ajuda muita gente”, comentou.

Ao lado, foi montada uma mini ramp para quem anda de skate. Quem foi ao local pôde praticar linhas de performance e realizar manobras. Leonardo Fernandes, 25, levou o skate e participou do momento livre, aberto ao público – momento entre uma oficina de ramp e outra. De acordo com o mecânico, a pista montada ao lado do Museu Nacional incentiva a cultura do esporte na capital, que tem se popularizado entre os jovens. “Isso é maravilhoso”, disse.

Quando ele começou a andar de skate, aos 11 anos, a evolução no esporte teve altos e baixos em razão de uma doença crônica no joelho. “Eu nem poderia andar de skate, porque é muito esforço. Mas é preciso ter muita força de vontade. Tem que gostar mesmo, eu não consigo parar”, afirmou. “Sempre que possível eu estou andando. Para quem gosta, é para a vida toda.”

Para ele, ver a cultura de rua se espalhando no centro de Brasília, justamente no aniversário da cidade, é uma forma de valorização do esporte, que já sofreu preconceito. Em 2021, a modalidade entrou pela primeira vez nas Olimpíadas e, neste ano, estará novamente entre as competições. “Isso é novo [o evento no centro]. Antigamente quase não tinha. Era muito fechado e difícil de achar, mas agora está se expandindo e a cultura está se diversificando”, disse. Ao público, ele deixou um recado: “Andem de skate, tomem água e se cuidem.”

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