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Brasília

Caso Lázaro: força-tarefa recebe apoio do Rio de Janeiro

Repetidores de sinal da polícia militar fluminense permitem comunicação de agentes em campo, isso facilita a caçada ao assassino

Lucas Neiva

27/06/2021 19h37

Diante das dificuldades de comunicação que comprometem a busca pelo assassino em série Lázaro Barbosa na mata ao redor do distrito goiano de Girassol, a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro (Pmerj) enviou à força-tarefa de forças de segurança encarregadas pela busca dois repetidores móveis de sinal de rádio. A procura chega hoje ao seu vigésimo dia.

Os repetidores, instalados em duas caminhonetes, aumentam em 100km o alcance dos rádios utilizados pelos policiais civis e militares em campo. A tecnologia ajuda a solucionar as dificuldades de comunicação da força-tarefa, tendo em vista que a ausência de sinal telefônico nos arredores da cidade já comprometia a atuação dos policiais desde o início da operação. A solução adotada até o momento era a utilização de rádios especiais emprestados pelo Exército, mas que se limitavam a 40 exemplares, menos da metade do necessário para atender toda a força-tarefa.

Organização criminosa

Apesar da ausência de rastros sobre o paradeiro de Lázaro Barbosa, a equipe de inteligência da força-tarefa que conta com forças de segurança do Distrito Federal, Goiás e União conseguiu descobrir o esconderijo onde o criminoso se escondeu por cinco dias, dentro da propriedade de um chacareiro que o auxiliava. O fazendeiro foi preso, e no local foram encontradas também armas e munições emprestadas à Lázaro.

“A gente abriu desde a semana passada essa linha de investigação, porque na nossa cabeça não era possível um sujeito desse ter essa habilidade toda sem ter apoio. Já vínhamos desconfiando disso desde o início”, conta o secretário de segurança do Goiás e comandante da força-tarefa, Rodney Miranda. No momento da prisão do cúmplice de Lázaro, foi preso também um caseiro que trabalhava no local, mas que foi inocentado em audiência de custódia.

“Nós sabemos, desconfiamos e temos indícios de que há outras pessoas ajudando [ao criminoso], e nós vamos chegar nelas. Estamos cada dia mais próximos dele, e dessa rede criminosa que apoia esse sujeito”, declarou o secretário. Rodney Miranda alerta que tentativas de acobertar foragidos da justiça configuram crime, e se referiu aos apoiadores de Lázaro como “organização criminosa”.

Estratégia pautada em inteligência

A prisão dos apoiadores é parte de uma estratégia que começou a ser aplicada na última semana, com ênfase em investigações e com menor quantidade de policiais dentro da mata, sem abrir mão do cerco estabelecido.“Temos trabalhado de forma um pouco mais cirúrgica, em cima de informações mais consistentes. Cada dia estamos chegando mais perto”, explica Rodney Miranda.

As informações partem tanto da própria diligência da força-tarefa quanto de alertas fornecidos por meio do disk-denúncia criado para as buscas, que já recebeu mais de 5mil ligações e por meio do aplicativo Brasil Mais Seguro, que já foi instalado em mais de 6mil celulares.

De acordo com Rodney Miranda, a demora para encontrar Lázaro faz parte da natureza da operação. “Ainda é um tempo razoável para se resolver uma crise tão complexa em cima de um sujeito tão perigoso envolvendo um psicopata, e principalmente agora, envolvendo uma rede de psicopatas junto com ele”, declarou.

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