Assim como informou o Jornal de Brasília, o Diário Oficial desta sexta-feira (7) traz o cancelamento do Carnaval 2022 pelo Governador Ibaneis Rocha, como medida de enfrentamento a nova variante da COVID-19, a ômicron. O decreto entra em vigor já nesta sexta.
A decisão acompanha a maioria das capitais brasileiras, que também cancelaram suas festas de rua. Dentre elas, a cidade de São Paulo, que movimenta um número elevado de aglomerações em blocos de carnaval nesta época do ano.
Além dos casos da variante Ômicron, o Brasil se preocupa com um surto de influenza H3N2, fator que também baseou a tomada de decisão de governadores e prefeitos.
Nesta quinta-feira (06), o Distrito Federal bateu a maior Taxa de Transmissão (Rt) desde o início da pandemia de covid-19. Atualmente, o índice está em 1,47, o que significa que 100 pessoas podem contaminar outras 147.
Até então, a maior taxa havia sido em 1,38, durante o pior período da pandemia. Vale lembrar que, acima de 1, esse número indica que a pandemia está avançando na capital.
A Secretaria de Saúde confirmou a existência de 5.805 casos ativos de influenza e 3,1 mil casos ativos de covid-19 no Distrito Federal. O aumento dos números na primeira semana do ano, contudo, pode também estar relacionado a uma maior atenção. “É o aumento da nossa capacidade de vigilância em saúde e da busca ativa”, afirmou o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Fernando Erick Damasceno.
Entre as síndromes respiratórias foram identificados casos de influenza A, influenza B, metapneumo, flu A e vírus sincicial respiratório (VSR), este último mais comum em crianças. “É importante lembrar que esses vírus têm histórico de circulação no Distrito Federal. Neste ano, o que tem ocorrido é uma maior notificação”, esclareceu a chefe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Distrito Federal (Cievs-DF), Priscilleyne Reis.
Primeira morte
O primeiro óbito no Brasil, causado pela variante ômicron, ocorreu em Aparecida de Goiânia, em Goiás. O homem, de 68 anos, estava internado e era portador de uma doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensão arterial. A vítima estava vacinado com as duas doses das vacinas contra a covid-19 e a dose de reforço.
“Mesmo que a gente se vacine contra a covid, elas não vão fazer com que a gente não se contamine. A gente pode se contaminar, a gente pode transmitir. Mas ela evita a maior parte dos eventos graves e desfechos como esses. Se não estivéssemos vacinados e se não incentivássemos essa vacinação, muitas outras pessoas nessas condições clínicas viriam a óbito”, completou a secretária de Atenção Integral à Saúde, Paula Zeni.
Blocos lamentam a decisão, mas sem contestação
Segundo o presidente da Liga dos Blocos, Paulo Henrique, o cancelamento é algo triste, mas já era consenso entre os blocos associados que o carnaval não fosse realizado novamente. “É um quadro que preocupa, mas a secretaria de cultura fez um edital, e nós estamos fazendo ensaios em nossas sedes, que estão nos ajudando a respirar”, informa.
Pertencem à Liga dos Blocos, alguns dos blocos mais antigos do Distrito Federal, como Baratona, Raparigueiros e Galinhos. E segundo Paulo, a Liga não teria condições sanitárias de atender os foliões neste momento. No DF são 156 blocos de carnaval, 2 plataformas e 21 escolas de carnaval, com 14 atuantes. Mas não há desfile das escolas desde 2014.
Já no caso das escolas de samba no DF, segundo o presidente da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), Rafael Fernandes, eles contam com o edital da Secretaria de Cultura para promover atividades e manutenção. A escola estava trabalhando contando com dois cenários, e como o carnaval de rua será cancelado, a programação vai ser convertida para o formato on-line. A Associação irá realizar um concurso para escolha do samba-enredo durante o pré-carnaval, transmitido pelo canal no YouTube.