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Brasília

Campanha mobiliza homens na luta contra o feminicídio

Ação, que faz parte dos 16 dias de ativismo, homenageia homens que se destacaram na batalha contra a violência de gênero

Redação Jornal de Brasília

06/12/2021 17h45

Brasília- Com objetivo de mobilizar os homens na luta contra o feminicídio, a Campanha Nacional 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher vai entregar medalhas para aqueles que se destacaram nesta batalha. A homenagem ocorre, nesta segunda-feira (06/12), na Biblioteca Nacional de Brasília, no Setor Cultural da República, Área Cívica. A iniciativa é uma parceria do Instituto Virada Feminina, cuja sede é em São Paulo, presidida por Marta Lívia Suplicy, a Secretaria da Mulher do Distrito Federal (GDF), em nome da Ericka Felipelli, e da Secretaria de Políticas para Mulheres , pasta ligada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, sob comando de Cristiane Britto.

“Esses homens homenageados, políticos, empresários, formadores de opinião, dentre outros, abraçaram essa causa, por entenderem que essa guerra não é só das mulheres, mas de toda a sociedade”, afirma Marta Lívia. Segundo a presidente do Instituto Feminino, a escolha do dia seis de dezembro é alusão à Campanha do Laço Branco, instituída em 2007. “A data integra as ações dos 16 dias de Ativismo no Brasil por se tratar de um movimento que se originou após a morte, nesta data, de quatorze mulheres no Canadá, por um homem que alegava odiar feministas”, recorda a presidente do Instituto Virada Feminina.

Após a outorga das medalhas, os presentes ainda serão homenageados com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, sob regência do Maestro Claudio Cohen. Esse encontro conta com o patrocínio do Banco do Brasil, Eletrobras-Furnas.

Laço Branco- Laço Branco é uma campanha internacionalmente conhecida que existe há 24 anos no Canadá, após o ataque do jovem Marc Lepine, de 25 anos, contra quatorze mulheres em uma escola de Montreal. Ele atirou contra as vítimas sob alegação de que odiava feministas. Marc suicidou-se logo em seguida e deixou uma carta com uma lista de 19 feministas que ele pretendia matar. Desde então, homens canadenses lançaram a campanha para mostrar ao mundo que, apesar de existirem aqueles que agridem mulheres, há também os que repudiam e não se calam diante da violência.

Violência – O aumento da violência doméstica contra as mulheres durante o confinamento por causa do novo coronavírus acendeu várias luzes vermelhas para as agressões de gênero em todo o País. Este ano, a Lei Maria da Penha – importante marco jurídico na defesa dos direitos das mulheres – completou 15 anos, ainda requerendo muito na sua aplicabilidade, apesar dos avanços desde a regulamentação. Só em 2020, cerca de 17 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência física, psicológica ou sexual, segundo dados oficiais baseados nas mulheres que denunciam. No entanto, pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública confirma que mais de 70% dos feminicídios são de mulheres que nunca denunciaram os agressores.

Durante a crise sanitária, uma em cada quatro mulheres foi vítima de algum tipo de agressão no Brasil e a cada seis horas e meia, uma mulher é vítima de feminicídio. Um levantamento do Monitor da Violência aponta ainda que o número de pedidos de medidas protetivas aumentou 14% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Foram mais de 190 mil pedidos de janeiro a junho de 2021, contra cerca de 170 mil de 2020. Isso significa uma medida protetiva a cada 80 segundos no Brasil. Esses são apenas alguns exemplos que mostram que a violência contra a mulher é uma das principais formas de violação dos direitos humanos, pois coloca em risco os direitos à vida, saúde e à integridade física das vítimas que carregam culpa e medo em relação ao futuro quando conseguem sair do relacionamento abusivo.

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