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Brasília

Caesb realizou 38 mil desobstruções na rede de esgoto em 2022

Durante as ações, os técnicos da Caesb encontraram todo tipo de material, incluindo pneus, lençóis, gordura, garrafa pet e brita

Redação Jornal de Brasília

22/03/2023 12h37

Foto: Marco Peixoto/Caesb

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) realizou, em 2022, cerca de 38 mil desobstruções na rede de esgoto. Segundo a companhia, sacos plásticos, fibras de tecido e madeira são os maiores responsáveis pelo entupimento do sistema.

Durante as ações, os técnicos da Caesb encontraram todo tipo de material, incluindo pneus, lençóis, gordura, garrafa pet e brita.

A Caesb é responsável pela coleta e tratamento da maioria do esgoto produzido no DF. A companhia tem um índice de coleta de 91,77% e trata 100% do esgoto coletado. O esgoto é formado por 99,9% de água proveniente dos diversos usos domésticos, tais como da descarga do vaso sanitário, da lavagem de roupas, do banho. A fração sólida representa apenas 0,1%, mas é nessa parcela ínfima que se concentram os maiores desafios do tratamento dos esgotos.

A superintendente de Operação e Tratamento de Esgotos, Ana Maria Mota, explica que o lançamento de material indevido tem um grande impacto para o sistema de coleta e tratamento de esgotos, à medida que pode provocar obstrução das redes coletoras, com consequente extravasamento e impacto para a comunidade, além de afetar os processos e equipamentos das unidades de tratamento de esgotos. “Muitas pessoas desconhecem o funcionamento do sistema coletor e acabam lançando materiais que deveriam ser descartados no lixo, o que prejudica o processo de transporte e tratamento dos esgotos”, lamenta Ana Maria.

O superintendente de Operação e Manutenção de Redes Centro-Norte da Caesb, Marco Lúcio do Nascimento, destaca a importância da caixa de gordura nas residências. Ele explica que esse dispositivo retém a gordura e impede que ela chegue às redes coletoras, onde pode provocar obstruções. Já nas estações de tratamento de esgotos, essa gordura pode afetar diretamente os processos biológicos. “É importante realizar rotineiramente a limpeza da caixa de gordura, descartando o material retido no lixo, de maneira que não cause impacto para as redes coletoras”, esclarece o superintendente.

O caminho do esgoto

Depois de utilizada, a água que vai para o ralo percorre um longo caminho até chegar à estação de tratamento de esgoto (ETE). Da casa do usuário, o esgoto vai para a rede coletora da Caesb. Diferentes redes coletoras deságuam num interceptor, que tem diâmetro maior do que as redes. Por sua vez, o material de vários interceptores é lançado em emissários que transportam os esgotos para a estação de tratamento.

Ao longo do caminho das redes coletoras e dos interceptores, há diversos poços de visitas (PVs), que são usados pela companhia para facilitar o trabalho de desobstrução e manutenção das redes. No percurso entre a casa do usuário e a ETE, é comum serem encontrados resíduos lançados indevidamente no sistema, que podem provocar prejuízos tanto na rede coletora, quanto nas ETEs.

Ao chegar à ETE, os resíduos sólidos grosseiros (material lançado de forma irregular) são retidos por um sistema de gradeamento, que separa esse resíduo para posterior disposição no aterro sanitário. O gradeamento é uma etapa que revela a desinformação da população sobre o que deve ou não ser jogado ralo abaixo. Cabelo, estopa, bolas de tênis, cotonetes, fraldas, embalagens, preservativos e absorventes são alguns dos materiais frequentemente encontrados.

Nas ETEs, o esgoto é tratado por um processo biológico, onde microrganismos atuam para remover os contaminantes dos esgotos. Ana Maria Mota explica que o lançamento na rede de esgotos de materiais como tinta, óleos, solventes e gorduras é tóxico para os microrganismos, que muitas vezes morrem em função dos efeitos provocados por esses produtos, o que causa prejuízos e onera o tratamento dos esgotos.

Outro problema relevante que afeta o sistema de coleta e tratamento dos esgotos é o lançamento de água de chuva na rede da Caesb, pois a concepção do sistema prevê apenas o transporte e tratamento dos esgotos. No período chuvoso é possível identificar um aumento significativo do volume que chega às ETEs e no número de extravasamentos nas redes coletoras, provocados principalmente por ligações irregulares de águas pluviais no sistema coletor da Caesb. Dessa forma, alerta a companhia, é importante lembrar que a água da chuva deve ser ligada às galerias de águas pluviais.

As informações são da Agência Brasília

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