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Brasília

Bilhetes do PCC definiam ações para propagar “caos” no DF

Um dos escritos foi interceptado por policiais penais da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) e alertas foram enviados às forças de segurança de Brasília

Redação Jornal de Brasília

27/11/2023 18h04

Foto: Gaucio Dettmar/CNJ

Lúrya Rocha
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Em uma tentativa de conseguir vantagens para os integrantes da maior facção criminosa do país, um preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião (DF), membro da facção do Primeiro Comando da Capital (PCC), tentou orquestrar uma série de ataques no Distrito Federal. Desde o incêndio de transportes públicos até atentados em hidrelétricas, as ordens escritas em bilhetes tinham a intenção de propagar o caos na capital. Um dos escritos foi interceptado por policiais penais da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) e alertas foram enviados às forças de segurança de Brasília.

As recomendações nos bilhetes tinham o objetivo de provocar apagões de energia na cidade e impedir a circulação de ônibus. A ideia era manter as ações até as autoridades providenciarem diversos benefícios para integrantes da facção paulista. Com a interceptação da Seape, foi garantido que medidas permanentes estão sendo tomadas para evitar a propagação do crime organizado dentro do complexo penitenciário e também foram enviadas orientações acerca dos supostos ataques para funcionários que trabalham em garagens de empresas de ônibus públicos.

Além disso, a chefia do PCC teria divulgado um “salve”, que caracteriza uma ordem para que todos os faccionados espalhados pelo Brasil levantem o maior número possível de informações e dados sobre os servidores dos sistemas penitenciários estaduais, em especial os policiais penais. E, para atacar os servidores da segurança pública, os mandantes determinaram as datas das supostas ações para 28 de novembro e 3 de dezembro. Essas informações já circulam entre os detentos da Papuda e a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) ressaltou que os policiais penais federais devem manter alerta máximo, principalmente aqueles que trabalham nos presídios de Campo Grande (MS) e na capital.

Há cerca de 6 meses, uma detenta e um advogado foram identificados por participar das ações do “salve”. A mulher cumpre pena no Presídio Feminino (PFDF) e estava em regime de trabalho externo quando foi interceptada por levantar e repassar informações de servidores para criminosos que atuavam nas ruas. Após a descoberta, ela passou para o regime fechado e perdeu o direito ao trabalho externo. Já o advogado, foi descoberto fazendo o levantamento de informações para atender a um grupo de integrantes da facção e atuando como um mensageiro de ordens de dentro da prisão para as ruas.

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