O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) multou um bar, localizado na quadra 214 da Asa Sul, em 5 mil reais por publicar anúncios de vaga de emprego com termos sexistas e racistas. Em uma publicação feita em março deste ano, o bar pede que as candidatas sejam bonitas e desinibidas. Os anúncios se referiam a trabalhos no Buraco do Jazz, que acontece toda quinta-feira no local.
Em entrevista ao G1, o dono do bar, Gustavo Frade, reconheceu o teor dos anúncios e disse que vai acatar a decisão. Para ele, a intenção não era de exclusão e que o tipo de negócio utiliza a estética para conquistar os clientes.
“A gente é sexualizado, a gente trabalha com esse negócio, nossos drinks são subversivos, com nomes como ‘orgasmo’, ‘volúpia’, ‘blowjob’ [sexo oral em inglês]”, conta.
Para a juíza Audrey Choucair Vaz, que analisou o caso, as respostas do dono do bar, encaminhadas ao Ministério Público, descreve um cenário de desrespeito e abuso.
“Quando o poder empresarial ultrapassa os seus pedidos e cai para critérios subjetivos e injustos à luz do ordenamento jurídico, que objetificam o ser humano, e em especial a mulher, sua conduta não pode ser tolerada”, argumenta em uma parte do processo.
Além de pagar a multa de 5 mil reais, o bar não poderá publicar mais anúncios do tipo e poderá usar como referências para requisitos apenas “boa aparência” e “boa apresentação”. Mas, para o dono do bar, toda a decisão só trouxe benefícios. “A gente está vendo como uma conquista. Foi uma publicidade. Foi negativa? Foi. Mas agora eu sou muito mais conhecido.”