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Brasília

Aumento no combustível desagrada consumidores no DF

Por um lado, governo terá mais recursos; por outro, usuários terão de se adaptar para absorver impacto

Vítor Mendonça

28/02/2023 20h33

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

O anúncio do aumento do preço da gasolina em R$ 0,47 e do etanol em R$ 0,02 por Haddad no fim da tarde desta terça-feira (28) simboliza a volta da cobrança dos impostos federais nos postos de combustível no país. A partir desta quarta-feira (1º de março), o valor do PIS/Cofins da bomba sairá do zero, afetando não apenas a arrecadação estadual, como também o bolso do consumidor.

Celso Dutra, de 68 anos, acredita que o preço praticado atualmente para a gasolina está cada vez mais inviável. “Sempre é o lado do governo que pretende recolher o máximo possível”, criticou. “A gente vê que há um exagero no preço. […] Hoje a utilização do carro está bem menor”, continuou. De acordo com ele, o valor desembolsado para custear o combustível está em torno de R$ 700,00 por mês.

Profissional da área de Tecnologia da Informação, ele costumava fazer atendimentos extras, de forma presencial, para complementar a renda do trabalho atual, em um dos bancos da cidade. Com o preço da gasolina, ele optou por fazer as assistências de maneira remota, da própria casa, a fim de economizar as saídas com o carro e garantir por mais tempo o combustível no veículo.

Ao saber do aumento de quase R$ 0,50 por litro, Celso destacou que terá de economizar ainda mais nas despesas em geral, uma vez que este é considerado um gasto fixo mensal. Ele afirma que sentiu o poder de compra encolher ao longo dos últimos meses. “Quando sobe a gasolina, sobe tudo. A quantidade de compras que fazemos [ele e a família] por mês diminuiu. […] Agora vamos ver para onde vai [a situação]. Vai fazer diferença”, lamentou.

Gislaine Martins, 34, e outras duas amigas abastecem o carro semanalmente para ir ao trabalho, no Lago Sul. Para as analistas de licitação de uma empresa na cidade, o valor da gasolina “está muito alto”. “Queremos que esse valor abaixe. Antes pagávamos R$ 4,98 no litro, agora já está R$ 5,15, R$ 5,25”, declarou. Apesar de dividirem os valores do abastecimento, elas concordam que a situação “está difícil”.

O empresário Márcio Roberto Assunção, 53, porém, não verá grande alteração nos gastos com combustível. Por usar uma caminhonete movida a diesel, o valor se mantém o mesmo devido a uma medida provisória publicada pelo presidente Lula (PT) logo no início do mandato, zerando o PIS/Cofins do produto. Portanto, é mais provável que o valor diminua do que cresça nos próximos meses.

“Mesmo assim, o preço poderia estar mais baixo”, afirmou. “O diesel é o que move as nossas mercadorias. O valor do frete diminuiria e os produtos não chegariam tão caros para os consumidores”, disse. Uma das estratégias que tomou para evitar grandes gastos com o combustível foi sair menos com o carro, deixando de fazer alguns passeios com a família, utilizando o veículo em grande parte para ir ao trabalho.

Outra estratégia foi utilizar apenas um dos dois carros que ele e a esposa têm. Ao invés de cada um sair em um veículo, também concentraram as saídas para que ambos possam economizar juntos o que gastam com o combustível.

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