Aniversário sem parabéns. CED 04 completa um ano sem muros

Matheus Venzi
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Um aniversário sem parabéns. Foi assim que os alunos do Centro Educacional (CED) 04 de Taguatinga protestaram contra a queda do muro da escola, que completou um ano nesta sexta-feira (16), deixando a área do colégio totalmente exposta. Além de prejudicar as atividades pedagógicas, alunos e professores também temem assaltos, uma vez que roubos e furtos são comuns na região. Os estudantes chegaram a levar um bolo para marcar a data.

“Não estamos pedindo nada demais, apenas a reconstrução imediata do muro. Do jeito que está, tá muito fácil para os criminosos”, desabafou o professor de História do CED 04, Antônio Dames.

A estudante do 2ª ano do Ensino Médio, Vanessa Mateus, de 16 anos, relata o clima de insegurança vivido na escola. “A qualquer momento uma pessoa pode entrar e sair daqui sem ninguém perceber e isso é muito perigoso. Já faz um ano que está assim e nada acontece”, diz. A aluna conta que os estudantes estão tendo que utilizar uma quadra em péssimas condições, localizada em uma parte mais segura da escola, porque a quadra nova fica justamente na área em que o muro caiu. “Eles [professores] evitam usar a quadra nova por causa da segurança dos alunos”, complementa Vanessa.

Estudante Vanessa Mateus (Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília)

Os eventos da escola também foram prejudicados. “Por causa da queda do muro, não tivemos o Interclasse, a Festa Junina e outros projetos culturais. É triste porque nós, os alunos, não temos culpa”, comenta o estudante do 3º Ano, Gabriel Konievalik Fini, 16. Ele cita que algumas pessoas de fora estão utilizando e bagunçando a nova quadra da escola pela facilidade do acesso.

O estudante do 2º Ano André Rodrigues, 17, também denúncia o uso de drogas no local. “A segurança está horrível tem muita gente invadindo e usando drogas nas redondezas”, destaca.

Estudante André Rodrigues (Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília)

O diretor do CED 04, Walter Lins, conta que os muros do colégio foram construídos pela própria comunidade em 1989. Com o passar dos anos, nenhuma manutenção foi feita e o concreto não aguentou. “A Defesa Civil veio em Novembro do ano passado fazer uma vistoria no que restou após o desabamento. Eles determinaram que todos os muros em volta da escola deveriam ser derrubados e reconstruídos”, frisa.

Diretor do CED 04 Walter Lins (Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília)

Segundo o diretor, uma licitação para a reconstrução do muro já foi aberta e aprovada pela Secretaria de Educação. Entretanto, ainda não há previsão para que as obras comecem. “Até que os muros sejam reconstruídos fica essa situação de medo. Assaltos já são cotidianos na parte de fora da escola e agora tenho medo que isso comece a vir para o lado de dentro”, completa.

Até a publicação desta notícia, a Secretaria de Educação do Distrito Federal ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.