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Brasília

Alívio: Operação Voltando em Paz

Emoção na chegada do primeiro avião com brasileiros repatriados de Israel. Voo de 14h foi realizado pela FAB

Vítor Mendonça

11/10/2023 7h24

Foto: Vitor Mendonça/ Jornal de Brasília

Comoção e alegria marcaram o desembarque dos primeiros brasileiros vindos de Israel após o início da guerra no Oriente Médio. São 211 repatriados que aterrissaram na Base da Força Aérea Brasileira (FAB) às 4h07. A missão faz parte da Operação Voltando em Paz, do Governo Federal, que atua na retirada de brasileiros da área de conflito.

O transporte foi feito em 14 horas no avião modelo KC-30, e 110 passageiros ficarão em Brasília. Os outros 101 seguirão caminho para a base do Rio de Janeiro. Após os procedimentos na alfândega, os repatriados na capital foram direcionados para a área doméstica de desembarque do Aeroporto Internacional de Brasília.

Neyara Aguiar foi uma das passageiras que chegaram no voo vindo de Israel. Ela estava sendo aguardada pelos filhos Camille e Brenno, o genro Leonardo, e a irmã Neiryane. A brasiliense foi a Jerusalém para uma excursão religiosa junto com um grupo de aproximadamente 40 pessoas. Eles chegaram a Israel pela capital Tel Aviv no dia anterior ao início do conflito, e não tiveram tempo para realizar nenhuma saída.

“Num primeiro momento que soubemos de tudo e de como seriam as regras e protocolos, ficamos um pouco angustiados. Mas logo depois, com toda a orientação dos padres, começamos a ter paz. No hotel em que estávamos, não vimos a guerra. Não tínhamos noção nem ouvíamos barulho de guerra”, destacou a pedagoga.

Apesar da situação tranquila, o grupo precisava seguir algumas regras de segurança durante os momentos em que o país estava sendo atacado. “Tínhamos que dormir de roupa, com o passaporte e com dinheiro. Tínhamos que, toda vez que soasse a sirene, descer para o bunker e não podíamos sair do hotel”, relatou.

Foto: Vitor Mendonça/ Jornal de Brasília

“Mas a paz que a gente sentia entre nós no grupo e com os padres foi muito grande. A gente tentava tranquilizar nossas famílias aqui porque estávamos bem, apesar de sabermos que não é uma situação fácil a que está se passando lá. É atípica, não é igual a outras guerras”, continuou.

O contraste entre as duas realidades de paz e de guerra entre o Brasil e Israel foi uma das características mais marcantes nesta chegada. Ela foi recebida pelos familiares com um versículo em um cartaz e um buquê de rosas. “Quando a gente soube que nossos nomes estavam nesse primeiro voo, foi muito aliviante. Voltar para nosso país, porque não temos noção do que é uma guerra. Querendo ou não é angustiante a gente não ter a paz. Senti muito amor e paz [quando reencontrou os familiares]”, finalizou.

A comunicação com os familiares no Brasil acontecia em diferentes espaços de tempo, mas era constante. De Brasília, a filha Camille Aguiar, 33 anos, estava apreensiva com a situação e temia o pior. Em todo momento, mantinha as orações voltadas para a segurança da mãe e do grupo religioso, além da situação em Israel e na Palestina.

“Estava louca para ver ela. Tive a notícia do que estava acontecendo na madrugada de sábado e mandei mensagem para ela na mesma hora. Ela me confirmou, mas disse que estava em segurança em Jerusalém. Apesar dela estar me passando informações o tempo todo, o coração só está mais tranquilo agora”, disse a psicóloga.

Conforme detalhou, as maiores angústias eram a incerteza de quanto demoraria para a mãe voltar e a proporção que o conflito poderia tomar nas redondezas de onde Neyara estava. Choro e ansiedade fizeram parte da rotina de Camille desde sábado. “Agora é alívio e agradecer a Deus”, afirmou.

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