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Brasília

Advogado de sargento morto em operação afirma que a vítima não reagiu

Em nota emitida por Morato, relatos afirmam que Gilmar teria se identificado como policial militar e não teria reagido

Redação Jornal de Brasília

16/02/2024 20h14

Divulgação/PMDF

O sargento da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal Gilmar Vieira Melo faleceu no último sábado (10), após passar dois dias internado devido aos ferimentos causados por uma suposta troca de tiros com agentes da Polícia Civil do DF (PCDF) e da PMDF, durante uma operação realizada em seu apartamento, no Gama. O homem não teria reagido na abordagem, suposto motivo apresentado pelos policiais para a troca de tiros, segundo o advogado criminal Bruno Morato.

Gilmar era pai de Wesly Denny da Silva Melo, 29, suspeito de assassinar a ex-mulher no dia 10 de janeiro. A operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), tinha a intenção de localizar armas de fogo ilegais de Wesly Denny.

Em nota emitida por Morato, relatos afirmam que Gilmar teria se identificado como policial militar e não teria reagido.

“Todos os tiros partiram de fora para dentro, ou seja, não houve disparo de dentro para fora conforme os laudos. Tive acesso ao depoimento de uma pessoa que estava no apartamento, e ela confirma essas afirmações.”

Vídeos obtidos pelo Jornal de Brasília e gravados por integrantes da família mostram que não existem disparos vindos da parte de dentro da casa, nem na porta de entrada, que também não foi arrombada. As evidências explicariam a afirmação de que não houve resistência por parte de Gilmar.

O caso é investigado e dados da perícia ou dos autos ainda não foram divulgados.

Segundo os agentes envolvidos no caso, ele teria atendido a porta após forte insistência, armado e com o dedo no gatilho, não obedecendo às ordens de largar o revólver e se render.

Um relato da filha do sargento afirma que os policiais ameaçaram arrombar a porta, momento que Gilmar abriu para os agentes. “Eles pediram para abrir a porta, e eles falaram que se não abrisse a porta eles iriam arrombar. Como eles ameaçaram arrombar, ele colocou a arma no bolso. Eles pediram para tirar a arma do bolso e começaram a atirar, depois pediram para sairmos com a mão na cabeça”.

A esposa do sargento foi atingida por estilhaços e também foi encaminhada ao hospital. Outros dois filhos do casal também estavam presentes.

Veja os vídeos do local:

Feminicídio

Filho da vítima, Wesly Denny é acusado de assassinar Tainara Kellen Mesquita da Silva, 26, na frente da própria filha, 5. A mulher trabalhava em um salão de beleza. O acusado teria se passado por um cliente do salão e agendado um serviço. Ao mentir que não teria encontrado o endereço, a vítima foi ao seu encontro ao homem, que fez 16 disparos contra ela, seis deles acertaram Tainara.

O crime ocorreu no Gama, Wesly é ex-marido da vítima. Ele foi preso em uma ação da PMDF com a PMGO, no dia 11 de janeiro.

A arma e o carro usados no crime foram apreendidos junto ao acusado. Além da acusação de feminicídio, ele tem outras 11 passagens e era foragido da polícia.

Wesly possui registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), no entanto, a polícia recebeu a informação de que o homem guardava armas ilegais em casa. Os mandados foram emitidos para casa de familiares dele, na intenção de encontrar os armamentos.

Veja a nota do advogado de defesa:

“O apelo por uma investigação completa e transparente sobre o incidente que resultou na morte do Sargento Melo ressalta a importância do devido processo legal. Essa análise deve incluir a identificação dos responsáveis pelo disparo fatal, as circunstâncias envolvidas e a garantia de justiça para todas as partes envolvidas.
A menção ao filho do Sargento Melo acusado de feminicídio levanta questões sobre como o sistema jurídico trata casos sensíveis envolvendo familiares de profissionais de Segurança Pública. Garantir a imparcialidade e a equidade na justiça, mesmo em circunstâncias pessoais complexas, é fundamental.”

Na data de falecimento do sargento, a PMDF também emitiu uma nota de pesar. Veja:

“É com imenso pesar que a Polícia Militar do Distrito Federal informa o falecimento do 1º Sgt RR Gilmar Vieira de Melo. O policial estava internado desde a manhã do último dia 8 e faleceu neste sábado (10).

O Sargento Gilmar Melo ingressou na Corporação no ano de 1987 e foi para reserva remunerada em 2020.

A família policial militar expressa suas condolências aos familiares e amigos do Sargento R. Melo.

O velório será dia 12/02/2024, tendo início às 08:30, no Cemitério Campo da Esperança do Gama, na capela especial nº 04, com sepultamento marcado para às 11h.”

 

 

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