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Brasília

32 facadas, 24 casos de feminicídio

Adriana Maria de Almeida foi assassinada pelo marido. O casal tinha uma filha de apenas quatro anos. Mais um episódio de violência que tristemente parece se tornar banal

Lindauro Gomes

01/10/2019 5h17

Mulher: Adriana Maria de Almeida, 29 anosHomem: Wellington de Sousa Lopes, 37 anosFoto: aquivo pessoal

Homem mata esposa com 32 facadas e foge

O feminicídio ocorreu domingo no apartamento do casal

Pedro Marra
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Uma mulher foi morta pelo marido com 32 facadas no último domingo (29) por volta de 8h40 da manhã no Riacho Fundo I. Wellington de Sousa Lopes, de 37 anos, assassinou a esposa no apartamento onde ela morava, no Conjunto 4 da Placa das Mercedes. Segundo a Polícia Civil, Adriana Maria de Almeida, 29 anos, registrou duas ocorrências de Lei Maria da Penha contra o companheiro e é a 24ª vítima de feminicídio no DF.

Pelas imagens do circuito de segurança do prédio, os dois chegaram na noite de sexta-feira (27), com um comportamento tranquilo. Já no domingo, o suspeito saiu do edifício por volta das 9h de domingo, quando o crime realmente teria ocorrido, segundo a Polícia Civil.

Na saída, ele aparentava estar apressado e carregava um saco preto grande nas costas, o que seriam roupas na visão da Polícia Civil. Wellington fugiu com um Palio Fire Economy, cor prata, de placa JHZ-3082-DF.

A 29ª Delegacia de Polícia, do Riacho Fundo I, é a responsável pelo caso. Segundo o delegado-chefe da unidade, Mauro Aguiar, o suspeito usa barba atualmente.

Foram 32 facadas contra a vítima, que sofreu cortes de defesa, quando a pessoa tenta se proteger dos golpes. A cultura de dominação e de violência tem que parar. Começa com xingamentos, depois vem a discussão. No meio da discussão, o homem por ter força física, agride a mulher”, opina Aguiar.

Filha ilesa

O casal estava junto há cinco anos e tinha uma filha de quatro anos, que completaria cinco no próximo dia 16 de outubro. A criança não estava em casa no momento do crime, já que costumava passar o fim de semana na casa da tia.

Segundo o delegado Aguiar, a irmã da vítima precisava devolver a criança à mãe, mas não conseguia falar com Adriana por telefone. “Foi quando a família do autor do crime também tentou contato com o casal”, relata.

Os moradores do prédio chamaram os familiares do casal após desconfiarem do som ficar ligado o dia inteiro com volume alto. Os vizinhos ouviram gritos e objetos quebrando no apartamento. Doze horas depois, o corpo de Adriana foi achado após um chaveiro abrir a porta da residência.

Wellignton está foragido da Polícia. Mas se for preso, ficará de 12 a 30 anos na prisão por feminicídio, crime previsto no Código Penal.

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