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Brasil

MST pedirá registro da candidatura de Lula ao TSE na próxima quarta (15)

Arquivo Geral

13/08/2018 20h58

Tribunal Superior Eleitoral. Foto: Francisco Nero/Jornal de Brasília

Rafaella Panceri
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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) chegaram a Brasília nessa segunda-feira (13) após três dias de caminhada pelo Distrito Federal para reivindicar o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) à presidência da República. Pacífica, a passeata não interrompeu o trânsito nem gerou ocorrências policiais. A Marcha Nacional Lula Livre já reúne 3,1 mil pessoas em três acampamentos, de acordo com a Polícia Militar. Sete pessoas fazem greve de fome em prol da causa há 14 dias. Elas estão alojadas no Centro Cultural de Brasília, na L2 Norte.

Amanhã, o grupo segue para a região central de Brasília, onde montará um acampamento único. Segundo a Polícia Militar, o trânsito não sofre alterações. Na quarta-feira (15), o grupo promete entregar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o documento de registro da candidatura de Lula. A expectativa do MST é de que o ato reúna 5 mil pessoas.

Por enquanto, os 3,1 mil integrantes do movimento se acomodam em acampamentos nas imediações da Rodoviária Interestadual, do Aeroporto Internacional JK e na Granja do Torto. São as chamadas colunas Prestes (Sul e Sudeste), Tereza de Benguela (Centro-Oeste e Amazônia) e Ligas Camponesas (Nordeste).

Acampamento dos manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) nas imediações da Rodoviária Interestadual. Foto: Francisco Nero/Jornal de Brasília.

Acampamento na Rodoviária

Os nordestinos estão acampados na Granja do Torto. Os que vieram do Sul e do Sudeste se organizam perto do aeroporto. O JBr. visitou o acampamento Tereza de Benguela, perto da Rodoviária Interestadual, onde estão os integrantes do MST vindos da região Centro-Oeste e da Amazônia.

Os organizadores contam que os militantes começaram a caminhar na sexta-feira (10). O ponto de partida foi a cidade de Engenho das Lajes (DF) e o primeiro acampamento foi montado em Samambaia, onde dormiram até sábado (11). Pela manhã, eles seguiram em marcha até Taguatinga, onde passaram a noite no domingo (12). Por volta de 6h, o grupo saiu em direção ao gramado da Rodoviária Interestadual.

A professora Divina Lopes, 40, viajou 24 horas de ônibus de Imperatriz (MA) até Engenho das Lajes. Foto: Francisco Nero/Jornal de Brasilia

Nos acampamentos, o cotidiano é de debates, atividades culturais e estudo, segundo a professora Divina Lopes, 40. Ela saiu de Imperatriz (MA) na última quinta-feira (9) em um grupo de 95 pessoas. “Estou me preparando para isso há um mês”, conta. Para ela, a marcha é mais que pedir a candidatura de Lula. “Trazemos a questão da violência no campo, crescente no nosso país, e da reforma agrária, que não tem tido avanço nenhum nos últimos dois anos”, aponta. “O questionamento à prisão de Lula e o direito ao registro da candidatura é o que a maioria da população deseja. Temos o direito de escolher em quem votar”, opina.

A pedagoga Dê Silva, 28, concorda com a colega de profissão e de movimento. “Lula é a única pessoa que pode discutir com todas as classes e recolocar o povo no debate sobre o país”, manifesta. Sobre a marcha e os acampamentos, ela considera que são momentos únicos na vida de um militante. Ela veio de Rondonópolis (MT) com mais 78 colegas. “Não é fácil. Temos que enfrentar o frio da madrugada. É sofrido, mas isso dá tempero à nossa luta”, compartilha.

O professor Edilson Gondim, 27, considera que a população do DF tem sido acolhedora com os manifestantes do MST. Foto: Francisco Nero/Jornal de Brasília.

A população do DF tem sido acolhedora com os manifestantes, na visão do professor Edilson da Silva Gondim, 27, “Há pessoas e pessoas. Recebemos o apoio de muitas. Tem gente que acha que somos vagabundos lutando por um bandido, mas em geral tem sido proveitoso e recebemos um bom acolhimento. De Parauapebas (PA) até Engenho das Lajes, ele enfrentou 30 horas de viagem de ônibus em um grupo de 85 pessoas. “É importante estar aqui para dialogar com a população e mostrar que é possível resistir”, declara.

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