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Glossofobia, o medo que atinge até famosos

Notáveis de diversos setores sofreram e sofrem com dificuldades de falar em público. Existem métodos para mudar isso? Sim, mas é preciso paciência

Luana Tachiki

25/04/2023 11h12

Foto: ICSA/Pexels

Existe um método para falar bem?

Sim, há técnicas, teorias… é o famoso processo. O que nem sempre as pessoas têm é paciência de desenvolver esta habilidade, uma vez que isso leva tempo.

Glossofobia é o medo de falar em público. Se você se encaixa no grupo de pessoas com essa fobia, não se preocupe. O importante é saber que, com perseverança, determinação, técnicas e muita prática, é possível vencer o medo e passar de autossabotador a vencedor.

Uma pesquisa feita pelo jornal The Sunday Times, em 2015, constatou que, dentre 3 mil entrevistados, 41% afirmaram ter mais medo de falar em público. O índice é maior do que o de pessoas que têm receio de sofrer com problemas financeiros (22%) e o de pessoas que temem a morte (19%). Concluiu-se, intrigantemente, que os cidadãos ouvidos têm mais medo de enfrentar o público do que de morrer.

Medo de falar em público atinge pessoas de todas as classes. Foto: Henri Mathieu-Saint-Laurent/Pexels

Muitos famosos também sofreram e sofrem com a glossofobia. Nomes como Abraham LincoIn, Thomas Jefferson, Adele, Leonardo DiCaprio e Ana Paula Padrão já enfrentaram os dilemas de quem precisa ficar diante do público. Veja:

Abraham LincoIn
Um dos ex-presidentes mais memoráveis dos Estados Unidos, Abraham LincoIn revelou, em uma carta, que sentia muita ansiedade diante do público. Outros registros históricos mostram que LincoIn chegou a recusar algumas oportunidades importantes de palestras e comícios antes de se tornar presidente.

Thomas Jefferson
O terceiro presidente dos Estados Unidos e uma das figuras mais importantes do país tinha notória dificuldade em falar em público. Diversos psiquiatras de universidades americanas consideraram que ele sofria de sociofobia (doença mental crônica em que as interações sociais causam uma ansiedade irracional).

Em oito anos como presidente, Thomas fez apenas dois discursos públicos, e relatos apontam que o tom de voz empregado era tão baixo que as palavras eram quase inaudíveis.

Adele
No ano de 2015, a cantora revelou que sentiu muita dificuldade em determinado show, quando viu a multidão presente. Adele já mencionou que ainda não conseguiu superar completamente o medo de subir ao palco e se comunicar.

Leonardo DiCaprio
O ator chegou a torcer para não ganhar um Oscar por conta do medo do discurso. Quando Leonardo DiCaprio alcançou a fama, em 2003, percebeu que o medo de falar em público estava enraizado em sua vida. E segundo fontes próximas ao astro, ele preferia não conquistar o prêmio para não ter que discursar à plateia. Apesar do constante medo, ele não desistiu da comunicação e conquistou passo a passo sua autoconfiança. Hoje, DiCaprio não sente mais este medo.

Ana Paula Padrão
Em 2012, a jornalista e apresentadora Ana Paula Padrão revelou que tinha um grande temor ao falar em público. Apesar da carreira escolhida, ela afirmou que não sentia nenhum problema ao falar em frente às câmeras, mas quando precisava encarar uma plateia, ficava nervosa e tinha insônias. Hoje em dia, com um programa de culinária na TV aberta, o medo diminuiu.

Técnica para vencer a glossofobia, por Amy Cuddy

Amy Cuddy, psicóloga social e palestrante estadunidense, traz uma depoimento impactante de como venceu seus temores internos após ter sofrido um grave acidente em sua juventude que comprometeu seu desempenho de QI. Ela desenvolveu uma teoria interessante para quem quer se tornar mais poderoso e confiante em situações de avaliação, seja numa entrevista de emprego, em uma reunião importante ou até mesmo em palestras para falar em público.

A teoria da Amy Cuddy é baseada em estudos de linguagem corporal divididas em duas etapas: avaliação da performance de posição de empoderamento e em posição retraída, ambos pelo tempo de dois minutos até que fossem recolhidas amostras do PH da saliva. O resultado foi o seguinte:

Enquanto os participantes estavam na posição de poder, o nível de testosterona (um dos hormônios do bem-estar) teve um aumento de 20%, enquanto as pessoas com poses de baixo poder apresentaram queda de 10%. Já com o cortisol (um dos hormônios do estresse), as pessoas na posição de alto poder apresentaram baixa de 25% desse hormônio, enquanto as pessoas na posição retraída apresentaram alta de 15%.

A especialista afirma que “dois minutos levam as pessoas a essas mudanças hormonais, que configuram o cérebro para ser assertivo, confiante e confortável ou realmente reativo ao estresse e se sentindo meio desligado, ou seja, nossos corpos também mudam nossas mentes”. Para Cuddy, fingir — não até conseguir, mas até se tornar — é o que devemos fazer para alcançar sucesso quando estamos sendo avaliados socialmente.

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