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Sucesso!
Sucesso!

De catador de latinhas a “catador de sonhos”

Conheça a história de Geraldo Rufino e descubra o segredo do seu sucesso

Daiany Nasteoli

07/07/2023 16h26

Geraldo Rufino concede entrevista à coluna ‘Sucesso!’

O sucesso pessoal e profissional acontece como consequência da junção de determinados comportamentos e ações no dia a dia. Apesar de ser um conceito subjetivo que muda de pessoa para pessoa, é uma meta que exige muita disciplina, maturidade e, além disso, eu acredito que pessoas de sucesso têm mentes capazes de compreender que abundância e prosperidade não estão apenas em riquezas materiais, mas nos valores e também na capacidade de impactar positivamente o mundo ao seu redor.

A coluna traz, hoje, uma entrevista com o empreendedor Geraldo Rufino. Com uma visão clara, muita determinação e uma mente inabalável, ele encontrou o seu propósito aos 8 anos de idade, quando trabalhava como ensacador de carvão e, com apenas meio salário, conseguia levar café da manhã para toda família.

Geraldo Rufino é empreendedor, escritor, palestrante e fundador da JR Diesel, a maior empresa de reciclagem e desmontagem de veículos da América Latina. Nascido no estado de Minas Gerais, ainda criança, recolhia latinhas feitas de aço e folhas de flandres em lixões para vender no ferro-velho. Através da sua vida e trajetória, tornou-se um exemplo inspirador, mostrando para milhares de pessoas que é possível, sim, superar crenças limitantes e transformar a sua vida de maneira extraordinária.

“Eu me levanto de manhã e tenho uma gratidão tão grande, porque eu só preciso estar aqui, o resto é comigo. Temos os altos e baixos, mas a responsabilidade é minha. Desde que nascemos, somos geradores de problemas. Só que as pessoas agora estão terceirizando, elas acreditam que o problema é do governo, é da sociedade, da violência, da família, sócio. Ei! O problema é seu, você nasceu, a responsabilidade é sua. Eu nunca tive um problema maior do que eu, desde muito cedo eu entendo que o problema vem depois de nós, então eu sempre assumi minhas responsabilidades. E por nunca ter um problema maior que eu, eu nunca deixei de sorrir, de agradecer, de ser feliz nem um único dia.”

Quando fiz a primeira pergunta, Geraldo respondeu com enorme prontidão, enquanto, acreditem, fazia um café para a gente na sala dele. Confira:

Daiany: O que é o sucesso para você?

Geraldo: Sucesso para mim é ser feliz. Simples assim. Se alguém diz que tem sucesso, mas não está tão feliz, que sucesso é esse? Você chama isso de sucesso? Grande parte da população do mundo busca ser feliz, tudo o que você faz é buscando algum grau de felicidade, então, se você teve qualquer conquista e não foi feliz, não obteve sucesso. O sucesso para mim é um estado de felicidade. Por isso eu sempre digo que nasci rico: se o sucesso é ficar rico, eu nasci com sorte, sucesso e acesso à prosperidade. Eu só não tinha dinheiro, mas já era muito feliz. Nasci com a maior riqueza que se pode ter, que é a felicidade. É isso que importa: ser grato na simplicidade.

Em que momento você conseguiu virar a chave?

Quando encontrei o meu propósito. Muitas pessoas acreditam que a chave vira quando você ganha o primeiro milhão. Mas não. Eu virei a chave quando eu tinha 8 anos de idade. Virar a chave para mim é quando você faz algo na sua vida e encontra um propósito. Com 8 anos, eu trabalhava numa fábrica de carvão e ganhava meio salário. Eu já não tinha mãe e, com aquilo, eu conseguia colocar café da manhã em casa para nove pessoas: eu, sete irmãos e o meu pai. Aquilo me deu um grau de importância, eu era um cara que fazia diferença na vida das pessoas, virou um propósito — e eu nem sabia o significado dessa palavra, eu nem ia à escola. Mas aquilo me despertava um gosto por aquilo. Eu gosto de servir, e passei a fazer isso desde aquela época.

Quando a minha mãe se foi, eu tinha 7 anos. Ela me deixou muito forte, com meus valores. Eu mudei de endereço, mas não mudei meus valores, meu comportamento, minha energia ou minha espiritualidade. A diferença não está no material ou no dinheiro, mas no meu poder mental.

Sua mãe deve ter enorme importância na sua vida…

Tudo o que sou hoje eu atribuo à minha mãe, foi a minha mentora, me deu a segurança e a certeza de que algo melhor viria, me empoderou, me fez acreditar bastava acreditar em mim para que eu consiga o que quiser.

Minha mãe dizia que ser negro era um privilégio, e eu acreditei. Ela disse que ser pobre era uma condição que eu podia mudar, todos nós podemos. Pra mim, o racismo, o preconceito, são uma fraqueza humana. Eu nunca dei ao outro o poder de me incomodar. Se um cara me discrimina, é problema dele, eu não deixo que isso me atinja.

A mulher é criadora, e nós somos criaturas. E eu, enquanto criatura, aprendi com minha criadora a ouvir a pegar boas referências. Ela era uma coach, uma mentora, que não sabia ler e nem escrever, mas tinha vivência — e isso não se encontra em universidade.

Ouça, filtre, tire proveito daquilo para depois compartilhar e ajudar mais alguém. Eu chamo isso de trajetória de sucesso: é quando você percebe que você pode fazer a diferença na vida de outra pessoa, ser feliz e compartilhar alegria à sua volta, para que aqueles ao seu redor também sejam felizes. Ninguém é feliz sozinho.

O que mudou depois que você começou a ganhar dinheiro?

Eu sou a mesma pessoa, tanto é que mantenho a minha idade mental de 7 anos. Eu sou feliz, meu sorriso é de verdade. Desde os 7 anos, eu agradecia quando o sol aparecia na fresta do meu barraco toda manhã e me dava o privilégio de estar vendo o dia, a luz… era Deus me dando mais 24 horas. Mamãe fazia a gente agradecer por isso, então eu faço exatamente a mesma coisa até hoje: levanto de manhã, percebo que há luz e agradeço por estar aqui.

As pessoas estão se deixando levar muito pelo que construíram, pelo patrimônio, pelos bens, e isso está ficando maior que elas, e quando elas ficam sem qualquer pedacinho daquilo ali, elas desabam, orque a base delas é o que elas construíram. A minha base, não. Minha base sou eu mesmo, meus valores, então eu estou sempre comigo.

Que dica você dá às pessoas que estão pensando em empreender?

O segredo é treinar fazendo para alguém, servindo alguém, atendendo alguém antes de tentar fazer sozinho e ter o seu próprio CNPJ. Se você fizer com amor, paixão, dedicação e espírito empreendedor já no treinamento, saberá o que fazer quando for para valer.

Faça com simplicidade, humildade, dentro das suas possibilidades. Copie. O universo está todo pronto, qualquer coisa que você fizer, alguém já vai ter feito. Copie linhas, frases. Demora muito pra reinventar a roda. Quem ganha é quem aprimora, quem evolui o que alguém inventou.

Eu copiava meus chefes, meus supervisores. Comece a prestar atenção nos seus líderes. Assuma que aquela empresa é ‘sua’ e comece a ter comportamento de dono. Empreender é comportamento, não tem nada a ver com CNPJ. E comportamento é o jeito de pensar. Quando você assume responsabilidade, chega no trabalho pela manhã e não fica olhando o relógio para começar o serviço.

O meu povo não olha o relógio. Eu não contrato empregados via CLT, eu contrato empreendedores, gente que vem com mentalidade de crescer, que não quer ganhar salário-base. Eles vêm e nós damos espaço. Os que não usam este espaço, não servem. Meu funcionário trabalha para si mesmo, não preciso que ninguém trabalhe para mim, da mesma forma que eu fazia quando era contratado. Tive patrões judeus, fui educado profissionalmente por judeus. Foi sensacional. Eles são trabalhadores, doam, são muito humanos. Eu trabalhava para mim naquele espaço. Fui de office boy a diretor.

Por que você fala tanto de fé e positividade?

Isso está dentro de mim desde pequenininho. Quando você acredita, você contagia todo o universo em volta. Então, quando eu ensacava carvão, acreditei que poderia fazer alguma coisa melhor. Fui catar latinha e continuei acreditando. Com 11 anos, fui empreender vendendo limão na feira, consegui uma banca. Sempre acreditei que era possível, que Deus não sacaneia ninguém. Ainda com 11 anos eu “quebrei”, e depois consegui um trabalho no modelo CLT, mas com espírito empreendedor. Ali eu fiquei relativamente grande, fiz conquistas valiosas. Essas conquistas nunca mais se acabaram, porque eu nunca deixei de sonhar, acreditar e ter esperança, fé, determinação.

A positividade é uma coisa muito profunda e está dentro de cada um de nós, isso parte da fé. Acredite e veja como as coisas vão começar a se materializar. Mentalize e, acima de tudo, dê continuidade. Você dá o passo em direção daquilo que você acredita. Faz as coisas, tem atitude, comportamento, tudo baseado naquilo que acredita.

Agora, não dá para acreditar e ficar “nanando”, dormindo até dez da manhã. Acreditar é levantar cedo, com fé, com amor, com dedicação, com paixão. 16h trabalhadas: por consequência o “Sucesso” e ele já nasceu com você!

Entendo que o que o Geraldo Rufino quer dizer é que o que realmente traz a verdadeira felicidade não são somente as conquistas materiais, mas viver com propósito, ser grato, ter uma família unida, amigos leais, boa saúde e a satisfação de fazer alguma diferença positiva na vida das pessoas. Ele descobriu o poder interior que sempre esteve consigo e o utilizou para criar uma realidade de beleza e abundância.

Emocionei-me várias vezes ao escrever essa matéria, pois tenho uma admiração e gratidão tamanha pelo Geraldo. Que a trajetória dele nos lembre da importância de questionar nossas crenças limitantes e de buscar o conhecimento que nos liberta. Cada um de nós tem o potencial de desafiar as ideias impostas para escrever a nossa própria história de sucesso e transformação.

Lembrem-se sempre de que somos guardiões dos nossos pensamentos e que temos o poder de moldar a nossa vida e manifestar nossos sonhos mais ousados. A máxima final dessa narrativa é que quando você muda a forma de pensar, está mudando o seu destino. Que essas palavras ecoem em nossos corações e nos inspirem a abraçar a nossa verdadeira grandeza e a criar uma vida cheia de propósito, abundância e realizações.

Geraldo já lançou dois livros: “O catador de Sonhos” e “O poder da Positividade”. Com um sorriso impactante, ele tenta ser sempre melhor que no dia anterior. “Todos os dias eu tento me corrigir, porque já fui arrogante, prepotente, vaidoso. Diariamente, procuro evoluir para ser mais humilde, mais generoso, mais solidário, mais humano. Eu sou esse brasileiro”.

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