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Professor M.

Convertendo Ideias em Inovações nas Organizações

A imposição de inovar é constante nas organizações, o que exige pessoas frequentemente convertendo ideias em inovações para clientes e consumidores.

Prof. Manfrim

23/05/2020 22h23

Atualizada 24/05/2020 9h28

 

O filósofo e matemático grego Platão disse a mais de dois mil anos atrás que, “A necessidade é a mãe da inovação”, profetizando a obsessão do mundo empresarial nos dois últimos séculos pela busca de ideias com potencial de gerar inovações para clientes e consumidores.

A imagem de uma lâmpada acesa se tornou a caricatura tradicional da fase de insight , inspiração e momento criativo do surgimento de uma ideia. A lâmpada se tornou o ícone figurativo do nascedouro de uma ideia.

Ademais, é comum entre antropólogos, historiadores e arqueólogos, que o domínio do fogo proporcionou um grande salto evolutivo dos seres humanos no paleolítico. Imediatamente, o fogo transformou os hábitos alimentares e fez-se a luz na escuridão, não apenas nas cavernas, mas também na imaginação humana.

Em um ambiente onde as necessidades humanas e sociais estão cada vez mais demandando soluções das organizações públicas ou privadas pelos clientes, consumidores e mercado, o ambiente empresarial competitivo se tornou mais acirrado, onde inovar virou item de sobrevivência.

A necessidade de algo ou alguém é o combustível da mudança e provocação à inovação.

Conceber e ter ideias não é exclusivo de algumas raríssimas pessoas, mas uma condição própria do ser humano. Sim, ela está ligada ao social, econômico, ambiental, político e cultural, mas não é um aspecto excludente. Todos somos capazes de gerar e converter ideias em inovação, seja ela, financeira ou social.

Momentos da geração de ideias

Geralmente a geração de ideias ocorre em função da multiplicidade de pensamentos e de um modo de reflexão divergente e convergente. O primeiro é um momento de reflexões livres e desprendidas, associações soltas e sem limitações. O segundo é mais analítico, examinador, escrutinador, ponderador e verificador da viabilidade da ideia. Ambos agem concomitantemente.

Inspirado em Fayga Ostrower, artista plástica brasileira nascida na Polônia, do seu livro ‘Criatividade e processos de criação’, podemos inferir que o processo criativo passa por alguns momentos, da qual destacamos:

  • Preparação: ato, efeito, processo ou momento preliminar ao insight da ideia;
  • Investigação: aquisição de novos conhecimentos, averiguação, verificação, pesquisas, sondagem;
  • Análise: decompor e (ou) recompor as ideias, examinar, pensar, refletir, criticar;
  • Iluminação: momento de descobertas, de revelações, de perceber algo ignorado ou desconhecido;
  • Elaboração: pôr em ordem, dispor organizadamente, tornar assimilável, combinar, formular, produzir;
  • Verificação: realizar exame, averiguar, certificar, esclarecer, ratificar;
  • Correção: alterar ou fazer mudanças, retificar, melhorar, realinhar, recompor.

Podemos considerar esses momentos de forma estruturada e sequencial, bem como de modo aleatória e casual. Contudo, em ambos os aspectos, existe uma conexão e casualidade entre eles, uma interdependência, correlação e mutualidade, não sendo excludentes e tampouco isolados.

A fagulha que pode ascender a chama de uma nova ideia pode vir dos próprios clientes e consumidores, utilizando-os como combustível para insight, inspiração e revelação para inovar.

Vejamos algumas fontes de insight com clientes:

  • focar nas necessidades;
  • manter relação direta;
  • mapear hábitos do dia a dia;
  • obter informação direta;
  • ouvir as opiniões e pontos de vista;
  • dialogar e coletar sugestões;
  • monitorar as redes sociais;
  • realizar pesquisas face to face, on-line, painéis, etnografias, focus groups, listening, entre outras;
  • coletar dados e informações para analytics.

Primordialmente, de forma geral, os clientes e consumidores compõem uma fonte rica e abundante de dados e informações para a geração de uma inovação.

Ideias transformadas em Inovação

Suplantada a fase de insight, o próximo passo natural é a materialização da ideia, é transformar a inspiração em transpiração, concretizar o abstrato e intangível em um produto/serviço real e comercializável.

Considerando o ambiente organizacional, David (et al, 2011) sugere quatro fases para a gestão de ideias:

  • Idealização: processo inicial de geração de ideias;
  • Conceituação: refinamento das ideias sugeridas;
  • Experimentação: momento de redução das incertezas;
  • Implementação: transformação da ideia em inovação.

Além das quatro fases para a gestão de ideias, David (et al, 2011) destaca ainda algumas competências pessoais e profissionais essenciais em cada momento da transformação da ideia em um produto/serviço real:

  • Idealização: criatividade, capacidade de identificar problemas e oportunidades, habilidade observacional e poder de elaboração de novas proposições;
  • Conceituação: flexibilidade, conexão entre diferentes áreas, capacidade de conexão externa, atendimento às necessidades, geração de projetos, foco nos objetivos;
  • Experimentação: capacidade de aprender, identificar incertezas e aceitar riscos;
  • Implementação: foco em prazos, manutenção do orçamento, capacidade de atingir metas.

Ainda segundo David (et al, 2011) “O processo de Gestão de Ideias depende de disciplina para obter êxito, pois se trata de um conjunto sistemático de procedimentos para direcionar foco e criatividade, limitar ações e amadurecer propostas por meio da elaboração de conceitos e metodologias. Além disso, esse processo identifica problemas, riscos e possibilidades e, com a implementação, converte uma ideia em inovação.”

Sobrevivência da inovação

Inovar não é custo, é investimento, por isso a inovação deve ser tratada com seriedade e profissionalismo dentro das organizações, considerando que dela depende a sobrevivência dos negócios e a longevidade da empresa.

Os dez fatores de sucesso (10 FSI) a serem observados para se obter sucesso de uma inovação nas organizações devem considerados também: tecnologia, stakeholders, qualidade, vantagem competitiva, entrega de valor, custo-benefício, experiência do cliente, criatividade, cooperação e pessoas.

O continuísmo de uma ideia deve ser cuidadosamente planejado, programado e estruturado objetivando transferir a inovação para equipes e profissionais com perfil e competências que vão consolidar e fortalecer a inovação.

A consolidação e fortalecimento da ideia é potencializada se (i) os profissionais da equipe tiverem participado na ideação, (ii) tenham perfil de inovadores não narcisistas, e (iii) disponham de informações dos fundamentos e objetivos da inovação, a Gênesis.

Caso isso não aconteça, a inovação corre o risco de convalescer e até desaparecer em equipes despreparadas e desprovidas de propósitos continuístas e expansionistas.

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[1] David, Denise Elizabeth Hey, Hélio Gomes de Carvalho, and Rosângela Stankowitz
Penteado. Gestão de ideias. Curitiba: Aymará, 2011.

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Compulsivo em Administração (Bacharel). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Empreendedor-Intraempreendedor maker.

Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Marketing, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação e Empreendedorismo.

Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, UDF/Cruzeiro do Sul e Jornal de Brasília. Já cruzou os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Freelance em atividades com a Microlins SP, Sebrae DF e GDF – Governo do Distrito Federal.

Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias e avaliação de pitchs: [email protected].

? Linkedin – Prof. Manfrim

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