Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

Placar Eletrônico

Autor do primeiro gol no Maracanã é cidadão do futebol brasiliense

Gustavo Mariani

10/03/2022 9h13

Antes de o futebol brasileiro conviver com os  placares eletrônicos, a informação momentâneo do andamento das partidas era contado por placas de madeiras, principalmente pelo interior do país, onde garotos ganhavam uma graninha para atualizar a contagem dos gols. Com aquilo, muitos locutores radiofônicos usavam bordões recomendantes: “Garoto do placar de… coloque: time tal X, time tal Y”.

 O Maracanã, que ficou famoso como o maior estádio do mundo, a partir da década-1950 – e assim viveu, até poucos antes da Copa do Mundo-2014 -, teve três placares eletrônicos, antes de inaugurar um moderninho, em 1979. Um dos antigões foi para onde o Friburguense mandava os seus jogos, em Friburgo-RJ, e o outro para o  Estádio Giulitte Coutinho, do América-RJ, em Mesquita-RJ. O terceiro, pelo o informado, iria para o Estádio Aniceto Moscoso, do Madureira-RJ. Mas o Tricolor Suburbano negou recebimento. Por onde anda?

Veio, então,  o domingo 11 de fevereiro de 1979, com o Flamengo enfrentando o América, no Maracanã (foto do jogo). Na promoção do jogo, badalou-se a inauguração do novo placar eletrônico da casa, moderníssimo para a época, escrevendo o nome de quem marcou o gol, do público e da renda. Primeiro nome a aparecer no painel: Reinaldo, o ponta-direita rubro-negro, ex-americano – ainda não se falava em Lei do Ex – Cantarelli; ToninhoBaiano, Rondinelli, Manguito e Júnior; Leandro, Adílio e Zico; Reinaldo, Cláudio Adão (Luisinho) e Júlio César “Uri Geller” foi o time escalado pelo treinador…. para esta partida apitada por  Luís Carlos Félix Ferreira.

 A galera flamenguista, maioria dentro dos 45.021 pagantes, esperava ver o seu grande ídolo, Zico, inaugurando o placar – ele marcou dois, aos 80 e aos 82 minutos, depois de Adílio ter deixado o dele, aos 73 -, mas a glória ficou mesmo foi para Reinaldo, aos 28 minutos. 

Reinaldo havia se destacado pelo América, nos 52 jogos disputados pelo Diabo Rubro (apelido dos americanos), entre 1976 e 1978, mas era de fazer poucos gols: só cinco naquele período. No Flamengo, em 27 contendas, marcou só aquele tento. Mas o bastante para ficar na história do clube, pelo qual foi Campeão do Estadual-RJ e do Especial, ambos de 1979, e do Brasileiro-1980.

 De 1980 a 1989, quando encerrou a carreira, Reinaldo ciganou pelo futebol mexicano, vestindo as camisas de Leones Negros, Monterrey e Tampico Madero. Em 2001, iniciou vida de treinador, pelo CFZ, do amigo Zico. Em 2002, veio comandar uma filial daquele time no Campeonato Candango e ficou campeão. E tornou-se cidadão do futebol candango, já tendo treinado mais: Ceilândia, Legião, Brasiliense, Gama e Sobradinho.  Só saiu, em 2010, para comandar o time do Atlético Goianiense. Nascido na paulista São Vicente, em 5 de janeiro de 1954, no momento, Gueldini, como é chamado, no futebol candango, está desempregado.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado